Os sindicalistas não conseguiram demonstrar que o que obtiveram foi devido à greve e não a conseguiram prolongar até à greve geral de amanhã.
Por outro lado, poderão ter perdido aderentes para a greve geral com muitos professores já a fazerem contas ao que vão perder nos salários de Julho devido à greve às reuniões de avaliação.
A greve dos sindicatos dos professores abriu fissuras graves entre os professores e houve muitos que não conseguiram, pelo radicalismo das suas posições, ser suficientemente didácticos para com os colegas (a quem, com desprezo, chamaram "colegas") sobre o que andavam a fazer.
E muito menos o foram para com os alunos e os seus familiares, que ainda não terão percebido o impacto real do atraso na emissão das notas.
Nesta situação não serão obviamente os dirigentes sindicais a dar a cara nas escolas.
A imagem pública dos professores, sobretudo devido à polémica das 40 horas (que, para bem deles, deveria ter sido mais discreta), piorou.
Os dirigentes sindicais, que confundem as câmaras de televisão com o país, não o conseguem perceber.
O Ministério da Educação teve de concretizar as cedências que já anunciara talvez mais depressa do que gostaria, recuou mais um pouco e soube evitar uma postura triunfalista.
Poderia em parte tê-la porque - na apreciação simples de quem ganha e quem perde - o Governo queria que a greve terminasse e os sindicatos queriam que ela fosse prolongada até 5 de Julho e a greve acabou... no dia 25 de Junho.
De resto, não evitou que, mais uma vez, se generalizasse a ideia de que são os sindicatos que mandam nas escolas e já conseguiu, por arrasto, levantar algumas dificuldades à aplicação geral do "pacote" da função pública, cujos sindicatos vão tomar as cedências aos professores como estímulo para os outros sectores.
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