"Em meados da década passada, havia 1800 videoclubes. Em 2010, eram 3400. Até ao final de 2013, metade dos 100 que ainda resistem acabará provavelmente por fechar" - estes dados são de uma notícia de ontem ("O filme dos videoclubes não tem um final feliz") e revelam uma realidade a que pouca atenção se tem dado.
A frieza dos números esconde, no entanto, as causas principais da situação e, entre elas e bem à vista, estão estas:
- o aumento da capacidade de "download" e a incapacidade nacional de controlar os seus conteúdos (sendo que há "downloads" ilegais e outros perfeitamente legais);
- o desinteresse das maiores empresas distribuidoras e exibidoras de cinema pelo "home cinema", que chegam a ver como rival quando são elas que vendem os produtos tanto para a exibição em sala como para o vídeo;
- o preço excessivo imposto aos videoclubes, a quem foi impedida a venda directa em alternativa ao aluguer;
- a idiotice das campanhas terroristas da Fevip (que nunca serviu para nada) e da Inspecção-Geral das Actividades Culturais, que foram um fracasso absoluto;
- a falta de promoção e de esclarecimento sobre as cópias legais, por, em princípio, corresponderem integralmente à obra original (no caso do cinema e da TV) e por serem a única maneira de os direitos de autor serem pagos aos seus criadores e não desviados para fins obscuros;
- a banalização da oferta de filmes em DVD pela imprensa escrita (tudo é um êxito...) a partir da necessidade das distribuidoras se escoarem os seus "stocks" a preços de saldo.
Ou seja: nada que não pudesse ter sido evitado.
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