Um leitor não identificado deixou-me um comentário de cujo conteúdo só se justifica retirar a acusação de que eu tenho "má vontade" contra a EDP, a propósito do que aconteceu ontem, dia 19 de Janeiro.
Ora eu não tenho nem "má vontade" nem "boa vontade" contra a EDP.
Pago é um serviço onde espero encontrar competência, rigor e capaz de me dar alguma coisa de jeito em troca do que lhes pago, e que é muito.
E, já agora, não partilho da convicção parola de que tudo o que é "público" é inerentemente bondoso por mais incompetente, manhoso e vigarista que seja.
Mas o que eu verifico, e tenho verificado (e basta ir ver em EDP neste blogue), é a sucessão de apagões que é uma praga desta região do "país real", testemunhada por mim e por muitas outras pessoas que olham para este fenómeno com uma complacência resignada que eu não consigo perfilhar.
As respostas da EDP às minhas muitas reclamações contra os apagões foram sempre assim: era o mau tempo inerente à região (como se o concelho de Caldas da Rainha fosse uma espécie de "triângulo das Bermudas" meteorológico), eram os roubos de cobre (que nunca tinham ocorrido), eram anomalias do meu quadro eléctrico. E até houve um funcionário da EDP a querer convencer-me de que eu só me safava se tivesse um seguro para os electrodomésticos (não sei se vendido por ele...)
Até ao dia em que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos - para onde também me reclamei - me deu conhecimento de uma carta da EDP onde se justificavam os apagões com o estado da rede de distribuição.
Há situações meteorológicas a que nada resiste. Mas não consigo acreditar (confiando nessa gente, que não confio) que aquilo que ocorreu entre sexta-feira e sábado não foi, decerto com excepções, nada a que a rede da EDP não deva estar preparada para resistir.
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