Não é uma questão filosófica, nem política, nem histórica. É, apenas, uma questão de ordem prática e, talvez ainda mais, humanitária.
No conflito militar que se desenrola na Ucrânia, é a Rússia que está a ganhar. E que vai triunfar, quando todas as contas estiverem acertadas, no rio Dniper, em Kiev ou em Odessa. Ou em todos estes pontos.
Depois de uma ofensiva quase simbólica em Fevereiro de 2022, a Rússia tem enfrentado uma verdadeira coligação internacional, que tem a NATO como estado-maior e os ucranianos como "carne para canhão". E está a vencer. A conquistar terreno, a desgastar as forças militares que se lhe opõem, a liquidar os soldados ucranianos "down to the last Ukrainian" (nas palavras delirantes do senador americano Lindsey Graham), a destruir a Ucrânia como Estado.
Um político racional ou inteligente ou patriótico, ou que fosse tudo isto, já teria, pelo menos desde 2023, optado por dialogar com a Rússia e por encontrar uma saída negociada para este conflito. Mas não é o que fazem os chefes políticos da União Europeia, dos EUA e da NATO. E, à medida que o tempo passa, o que fazem e o que dizem alcança um grau de delírio que, se não contribuísse para o risco de uma guerra à escala mundial e para o declínio económico dos seus países, só poderia ser recebido com gargalhadas.
Mark Rutte, o holandês que foi parar à chefia da NATO, é um dos exemplos dessa loucura e estes momentos, numa reunião recente da sua organização, revelam a sua total incapacidade e impreparação. Já se lhe tinha visto o nível quando disse que os países do Sul europeu gastavam dinheiro na versão nórdica de "putas e vinho verde" e percebeu-se como podia ser um "chaser" perante um "bear" como Trump. Numa coligação de rotos, ele é o roto-mor.
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| Imagens de fonte aberta de acesso público. |
Mas o delírio destes idiotas perigosos não se manifesta só nas palavras, infelizmente.
Está, bem visível, no armamento que atiraram directamente para os campos de batalha da Ucrânia, e que por lá foi ficando. E, menos visível, no dinheiro que também para lá foi atirado: mais de 200 mil milhões de dólares.
Nada disso impediu a derrota da Ucrânia e parte do que para lá foi deve ter ido parar (directa ou indirectamente) aos bolsos dos governantes e dos oligarcas locais.
E insistem, claro. O dinheiro não é deles e, pelo que parece, os povos dos países em que eles mandam ainda não perceberam as consequências destes desvios de fundos essenciais para as suas políticas sociais. Ou, então, continuam a aceitar alegremente as narrativas que lhes chegam, pela mão da imprensa oficial e de muitos "especialistas", e que são determinadas por Kiev.
Portugal, com a sua triste história de bancarrotas e de fragilidades sociais, não se exime ao circo dos delirantes. Tomem lá mais 50 milhões de euros, decretou este governo. O Estado Social português é rico.
O esquema onde este dinheiro se perderá é, agora, mais refinado. Boa parte desse dinheiro vai para as empresas de armamento americanas a quem os países europeus vão (quando as houver...) comprar as armas que vão ser perdidas, desviadas ou destruídas nos campos de batalha ucranianos.
E para quê? Um dia talvez se possa saber se este delírio foi apenas fruto de políticos dementes ou se tinha algum objectivo mais pessoal.