A Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. (SV), associada da empresa CaldasLimp, começou a sua desastrosa actividade no dia 23, dois dias depois do desastre do incêndio.
O seu representante (que se autodesigna por "administrador" e assina como "João CaldasLimp") garantiu que as superfícies seriam todas limpas e foi nesse mesmo dia que, ao contrário de todas as restantes empresas intervenientes, se apressou a pedir logo um adiantamento. (Que recebeu, decisão de que me arrependo. E não deixa de ser curioso que tenha sido o único a fazê-lo.)
No dia 25, quando as obras de restauro e de pintura já estavam prestes a começar, foi-nos fácil constatar que a "limpeza" de paredes e tectos era inexistente. Ou terrivelmente ineficaz. Em termos práticos: não poderia haver pinturas enquanto as superfícies não estivessem limpas da fuligem e das marcas deixadas pelas chamas. É lógico, não?
Para a SV, não.
Perante uma porta atingida pelo fumo, e suja, que teria de ficar limpa ou ser substituída (que seria a solução mais cara), molhei o meu dedo indicador direito na minha saliva e passei-o na porta, deixando uma zona quase branca.
A seguir, e numa parede, o representante da SV foi confrontado com a eficácia de alguns banais detergentes domésticos. A limpeza, podendo exigir maior esforço, não era um problema irresolúvel. O indivíduo derramou-se em promessas e, de novo, garantiu que ficaria tudo mesmo limpo.
No dia 26, a situação não se apresentava mais favorável. A trabalhar estava só uma jovem brasileira, com ar de estupefacção, que tinha chegado na véspera a Portugal. Não se viam progressos na limpeza das superfícies.
No dia 28, segunda-feira, telefonei ao representante da SV a perguntar como estava a decorrer o trabalho. Faltava recolher o entulho (tudo o que ficara queimado). O meu interlocutor disse-me que estava a correr tudo bem, que levaria o entulho (que se comprometera a fazer) e que me telefonaria ainda nesse dia.
Não me telefonou. Nunca mais entrou em contacto comigo. Desapareceu. E o trabalho ficou feito? Não.
As fotografias mostram a "limpeza" feita pela SV.
Foram tiradas no dia 1 de Dezembro, quando Jorge Guimarães (da empresa JJ Guimarães) já tinha iniciado o trabalho de restauro e de reconstrução. Sem o qual não poderíamos regressar a casa.
Mas vejam o problema com que ficou a equipa que se comprometera a fazer as obras (e que cumpriu, com brio profissional): a limpeza da SV revelou-se um logro e um potencial factor de atraso, atraso que se traduziria, como se traduziu, num acréscimo de despesa (foi necessário fazer a limpeza que a SV não fez) e no risco de termos de prolongar ainda mais a nossa estadia fora de casa (o que só não aconteceu graças ao dinamismo de Jorge Guimarães).
Vejam bem:
Deviam estar a pintar... mas ainda estavam a limpar o que a Saga Viva/CaldasLimp não limpara |
À esquerda, a obra da Saga Viva; à direita, o trabalho eficaz e competente da JJ Guimarães |
A parede atingida directamente pelas chamas também ficou por limpar |
A "limpeza" feita pela Saga Viva. Nem brio nem vergonha... |
Degraus da escada para o 1.º andar: por limpar |
Juntas dos azulejos: a mesma coisa |
E a saga não acaba aqui...
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