Lenine recomendava que se procurasse saber, a cada momento, quem é o inimigo principal. Porque seria errada uma dispersão de meios e de atenção com aquele inimigo que não fosse tão imediatamente perigoso.
Para o governo dos EUA há dois inimigos, e em vários domínios, e só um deles pode ser considerado o inimigo principal: a Rússia e a China.
Com o primeiro já entraram num conflito armado, por interposta parte, que é o Estado-vassalo informal constituído pela União Europeia. Este Estado-vassalo informal compra aos EUA armas e munições e combustíveis e, com os europeus e os ucranianos transformados em carne para canhão, forma uma espécie de tampão a ocidente para os interesses da Rússia. Para os EUA, é possível que o assunto esteja resolvido e um dos seus grandes objectivos (afastar a Rússia da Europa) já parece ter sido alcançado.
Poderá assim dizer-se que a Rússia, salvo em caso de catástrofe nuclear generalizada, já não é o inimigo principal para os EUA. E que a China, agora, é o inimigo principal, em quase todos os domínios.
Só que, mesmo com a ilha de Taiwan pelo meio, o risco neste caso é maior: um conflito militar com a China será directo e envolverá o envio de soldados americanos para morrerem no Oriente (coisa que o eleitorado americano acaba sempre por detestar).
A liderança política americana poderá achar interessante meter o país em dois conflitos à escala mundial. Mas o país estará disposto a isso?
É possível que a crise de Taiwan represente o princípio do fim da crise ucraniana. E que o presidente do governo de Kiev acabe a mandar num país diminuído, ou mesmo fisicamente afastado do seu cargo.
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