quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Um cão preso

 


O cão que está a ladrar, neste brevíssimo vídeo, está escondido da vista há cerca de mês e meio. Não sei se está acorrentado ou apenas preso num espaço do qual não consegue sair. E ladra, às vezes. Em tom de desespero.

Dei por ele, meses antes, porque ladrava. Era um cão muito jovem, que não parecia ser exactamente um rafeiro, largado no pátio desta mesma casa onde é cultivado um estranhíssimo interesse pelos animais, que não deve passar da mais estúpida convicção que tenho visto nestas paragens: um cão, pequeno ou grande, solto ou livre, é suficiente para afastar os ladrões. É uma daquelas situações de espelho: quem faz isto pensa que os ladrões são todos estúpidos como ele.

O cão começou por ladrar, de medo, a pedir a atenção das pessoas. Esforçava-se tudo por chegar às pessoas que espreitavam pelo portão para lhes lamber os dedos. Um dia, o casal de ignóbeis criaturas que faz não sei o quê nesta casa, deixou-o escapar-se. O cão andou a explorar os arredores até se cansar. Achei que era melhor levá-lo para "casa" e pus-lhe uma trela. Não se opôs... mas depois esforçou-se por se libertar. Não tinha qualquer experiência de passear à trela. Levei-o ao colo e ele ficou deliciado.

Noutro dia, ficou preso por uma perna numa rede que quis trepar dentro do pátio. Ladrava e gemia desesperadamente. Foi necessária a intervenção da GNR. Felizmente não ficou magoado.

Agora está preso. Pode ser que um dia ele consiga fugir.

Pode ser que, um dia, eu volte a acreditar que o SEPNA da GNR serve para alguma coisa e faça a respectiva denúncia. 

Ou pode ser que, um dia, o IRA possa intervir por estas bandas.



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