segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Uma bodega imobiliária




Teria ficado muito melhor a reconstrução da casa anteriormente existente. 
Mas a estética e o bom gosto não moram cá.


Ao fundo, o segundo caixote. Condenado à ruína?



Na rua principal da povoação onde vivo (Cabeço da Vela, na freguesia de Serra do Bouro, em Caldas da Rainha) foi vendido um terreno, ainda em 2019, com a ruína de uma casa tradicional. 
Quem o comprou foi um sujeito de Leiria que deve ter visto no imobiliário uma galinha de ovos de ouro, desprezando a casa e optando por começar a construir dois "caixotes", um praticamente em cima do outro, com pouco terreno em redor, que pôs à venda por 430 mil euros e 420 mil euros.
A construção das duas coisas foi avançando... para parar em Março deste ano, quando o País foi fechado por causa da pandemia. Depois, talvez em Junho, a construção foi retomada e interrompida. 
A iniciativa (compra, construção rápida e venda ainda mais rápida) terá fracassado e a empresa, criada para o efeito em cima de um empréstimo bancário, terá entrado em insolvência. Desapareceram as máquinas e os homens. 
Só não desapareceu o comprador francês da casa da parte de cima, que terá conseguido ficar com a propriedade a baixo custo. 
E a obra foi retomada. Gerando um quadro deprimente: a casa em ruínas lá está (e que bela casa dava, reconstruída a preceito!), um muro tipo cueca apertada separa a casa de cima da entrada para a de baixo, o sol parece ficar ainda mais arredado e a entrada... imagina-se mal o que daqui poderá sair. Um pórtico com azulejos de casa de banho?... 
Tudo é possível. Até porque o caixote-casa parece estar a ser terminado "a olhómetro" e de forma improvisada. Mas sabendo o que move os serviços da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, nem sei o que será pior.


[Referi-me aqui à mania dos "caixotes" e a estes, em particular.]









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