terça-feira, 1 de outubro de 2019

A Câmara dos caixotes dos novos "patos bravos"




Já se sabe o que pensa a Câmara Municipal de Caldas da Rainha em matéria de urbanismo: pode haver algumas inconformidades, mas, na prática, tudo se pode fazer. Como este aborto, a que já me referi neste blogue:






E se isto é possível, a proliferação das casas de ângulos rectos e telhados lisos, com o aspecto de grandes caixotes, quase parece estimulada.
É uma invasão de uma arquitectura que não deve requerer grande ciência, a avaliar pelo modo como todas elas se parecem umas com as outras. E são um verdadeiro enjoo visual. Há dez ou quinze anos podiam ser uma grande inovação, mas o que é demais também cansa. 
Além disso, contrastam fortemente com edifícios de recorte mais clássico e que já compõem a paisagem natural portuguesa, correspondendo a uma tradição mais adequada ao clima.
Eis um exemplo na freguesia da Serra do Bouro, que até foge ao padrão dos "caixotes"... para pior:




Eis depois outro exemplo, em construção numa rua de casas tradicionais, com dois "caixotes" ao preço de 430 mil euros e 420 mil euros, um sobre o outro, numa concretização atamancada que inclui o aproveitamento despudorado daquilo que é público:









Pode ver-se o contraste com a casa mais próxima, na fotografia em baixo. 
A desconformidade de estilo e de visual não incomoda uma Câmara Municipal onde tudo parece ser possível, sabe-se lá a que preço, e uma Junta de Freguesia que condenou ao abandono a freguesia esquecida da Serra do Bouro.





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