Na fábula "A raposa e as uvas", atribuída a Esopo e que foi reescrita por La Fontaine, passa uma raposa por uma videira, sem conseguir chegar às uvas. Estão muito acima, nada feito. E diz que as uvas "estão verdes, não prestam". Mas, ao ouvir um ruído que lhe soa como sendo um cacho de uvas a cair, logo muda de opinião: as uvas estão maduras, já se podem comer!
É o que faz, irresistivelmente, lembrar esta proclamação de Hugo Oliveira, vice-presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Não conseguiu suceder a Fernando Costa que, e há de estar arrependido, passou o ceptro a um burocrata de apelido Tinta Ferreira. Com este a segurar o cargo para mais um mandato além do actual, Hugo Oliveira já não tem a sucessão garantida. Em termos práticos, teria de ficar à espera mais seis anos. E, entretanto, Tinta Ferreira já parece ter um delfim em vista.
A presidência da Câmara Municipal de Caldas da Rainha ficou, assim, demasiado longe. Como as uvas da fábula.
A presidência da Câmara Municipal de Caldas da Rainha ficou, assim, demasiado longe. Como as uvas da fábula.
Hugo Oliveira vai agora para a Assembleia da República como segundo na lista do PSD por Leiria e, embora diga que vai continuar a acompanhar o que se passa no concelho de Caldas da Rainha e a ser vereador, percebe-se que o seu interesse está no Parlamento.
Mas, como se diz, com um olho no burro e outro no cigano. Além disso, fica longe da vista (e do coração) dos eleitores locais do seu partido.
Apesar de tudo, o certo é que, no actual equilíbrio de poderes do PSD caldense, Hugo Oliveira ainda dá alguma esperança de poder ser um presidente de câmara melhor do que as nulidades existentes, a presente e a futura. Mas é tarde...
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