segunda-feira, 13 de abril de 2020

Baile de máscaras





Duvido das vantagens do uso generalizado das máscaras nesta situação de crise, sobretudo quando, na habitual lógica de manada, se entende que o seu uso seja generalizado. 
Elas parecem ser úteis em circunstâncias de proximidade ou, em especial, se a pessoa está contaminada ou com suspeitas de estar, ou se pertencer a um "grupo de risco". Mas suponho que toda a gente saberá, apesar de tudo, que não se deve cuspir, espirrar, tossir, etc., para cima dos outros.
O que eu tenho visto do uso de máscaras (que não encontro à venda) é o que encontro no supermercado (grande) a que vou semanalmente. E também os ocasionais pobres de espírito que viajam no próprio carro de máscara e luvas e boné e... sei lá que mais.
No sábado passado, vi um homem de aparência civilizada que trazia uma máscara daquelas que têm um respiradouro. E trazia-a no queixo. Já vi pessoas com a máscara por baixo do nariz, a tirarem e a porem a máscara e, o que é um pouco mais bizarro mas revelador, a usarem máscara e a porem as mãos todas, sem luvas, nos varões dos carrinhos de compras.
A polémica, por cá, não ajuda. É certo que fica a impressão (o que diz muito sobre a confiança que o Estado inspira aos cidadãos) de que as senhoras do Ministério da Saúde recusam as máscaras apenas porque não há. E não me agrada dizer, a seu benefício, que até podem ter razão. 
Mas, como em tudo, "se a verdade se torna lenda, imprima-se a lenda". E não custa a crer que, se vencerem a política e a economia e não as opiniões desgarradas dos cientistas do Estado, tenhamos todos de andar de máscara. 
Será um preço baixo, afinal, para o regresso da liberdade e da democracia.
Por mim, tenho pena é de já não uma magistral máscara de borracha de monstro com cabelo artificial que comprei para os Carnavais de há muitos anos. Havia de ser um êxito do caraças!...


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