domingo, 19 de abril de 2020

A mensagem errada

Há uma semana, sexta-feira e domingo de Páscoa, a Lagoa de Óbidos estava praticamente deserta. As vias de acesso, ou que lhe são mais próximas, também. 
Ontem, sábado, o panorama mudou: pessoas, mais carros em circulação. Toda a gente a aproveitar o bom tempo, fora ou dentro dos respectivos carros. Sem máscaras nem luvas.


 Na "Rotunda do Greenhill": com o acesso cortado ao miradouro, os carros ficaram mais em cima. 

Na Lagoa de Óbidos: carros e passeantes
É difícil condenar esta atitude, nas actuais circunstâncias. O concelho onde resido (Caldas da Rainha) tem estado razoavelmente a salvo do coronavírus. As pessoas estão nas suas casas. Até usam máscaras, embora nem as saibam usar, muitas vezes. 
Quando o Governo e a figura do Palácio de Belém insistiram num terceiro período de estado de emergência, erraram numa coisa muito simples: começaram a falar na "reabertura" do País. E até anunciaram uma sessão quase pública no Parlamento e a possibilidade de os sindicatos celebrarem o 1.º de Maio. 
Pode discutir-se se seria viável (e útil) manter o confinamento por mais duas semanas. Mas este confinamento até parece ter evitado um crescimento demasiado grande da pandemia. Por isso, balizada a coisa através da terceira parte de emergência, talvez devesse ter sido mantido o confinamento. 
Mas a mensagem que, ao contrário, passou foi em sentido inverso: as pessoas vão poder sair… E elas saíram. Simplesmente.


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