Uma estátua valorizada como equipamento urbano (e artístico) acaba escondida e tapada; as ruas são desfeitas e a sua repavimentação nem sequer começa; o estacionamento subterrâneo que é a "joia da coroa" de uma gestão municipal deficientíssima vai metendo água…
Que tudo isto, e muito mais, aconteça é tecnicamente inaceitável e é politicamente inconveniente. Mas acontece porquê?!
A cidade de Caldas da Rainha tem o que pomposamente foi designado por "Rota Bordaliana": um conjunto de esculturas espalhadas por vários sítios, e só na capital da concelho, que reproduzem figuras típicas de Columbano Bordallo Pinheiro.
Uma delas é o Zé Povinho, metido numa espécie de caixa de vidro e posto diante da Câmara Municipal. Diante mas… porque, repare-se bem, a figura está misturada num campo visual onde tudo tem destaque: o caixote do lixo, a entrada para o estacionamento subterrâneo, uma outra coisa qualquer… e a estátua.
O seu lugar de destaque, a ser aqui, devia ser à entrada da câmara. Mas quem teve de decidir pode ter tido medo. A figura do Zé Povinho é uma figura rebelde, mansamente rebelde mas rebelde. Aceitá-la com destaque sobre a solenidade asneirenta de quem manda?! Credo, que mau prenúncio isso seria.
Portanto, fazendo de conta que se mostra, esconde-se.
E tapa-se: recentemente, o anúncio de uma exposição de "cartoons" foi colado sobre a estátua.
Lindo, não é?
A Rua Filinto Elísio, uma via que liga pontos nevrálgicos da cidade, está em obras. Não se sabe para quê, porque esse tipo de informação está normalmente omissa.
O que não está omisso é o desleixo do costume: a rua ficou transformada numa estrada de terra batida, com pó, quase intransitável.
Porquê?
O parque de estacionamento subterrâneo diante da Câmara Municipal de Caldas da Rainha mete água. É um problema que não tem fim à vista.
Este estacionamento é, na prática, a "joia da coroa" desta câmara (e sim, é estranho que uma câmara municipal numa cidade sem grandes problemas de estacionamento, considere um parque de estacionamento a sua obra mais importante). Mas mete água.
Não houve estudos que prevenissem e evitassem esse problema? Não há estudos e/ou capacidade técnica que o resolvam de vez?
Não há, nesta câmara municipal, quem tenha um pingo de vergonha perante uma situação destas?
Não há, nesta câmara municipal, quem tenha um pingo de vergonha perante uma situação destas?
Estes casos, e muitos outros, não têm justificação técnica nem política.
E, ao constatar-se esse pormenor, só se pode tomar como certa outra explicação: o problema é genético.
Só pode ser...
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