sexta-feira, 17 de maio de 2019

O problema é genético?

Uma estátua valorizada como equipamento urbano (e artístico) acaba escondida e tapada; as ruas são desfeitas e a sua repavimentação nem sequer começa; o estacionamento subterrâneo que é a "joia da coroa" de uma gestão municipal deficientíssima vai metendo água…
Que tudo isto, e muito mais, aconteça é tecnicamente inaceitável e é politicamente inconveniente. Mas acontece porquê?!



A cidade de Caldas da Rainha tem o que pomposamente foi designado por "Rota Bordaliana": um conjunto de esculturas espalhadas por vários sítios, e só na capital da concelho, que reproduzem figuras típicas de Columbano Bordallo Pinheiro.
Uma delas é o Zé Povinho, metido numa espécie de caixa de vidro e posto diante da Câmara Municipal. Diante mas… porque, repare-se bem, a figura está misturada num campo visual onde tudo tem destaque: o caixote do lixo, a entrada para o estacionamento subterrâneo, uma outra coisa qualquer… e a estátua.
O seu lugar de destaque, a ser aqui, devia ser à entrada da câmara. Mas quem teve de decidir pode ter tido medo. A figura do Zé Povinho é uma figura rebelde, mansamente rebelde mas rebelde. Aceitá-la com destaque sobre a solenidade asneirenta de quem manda?! Credo, que mau prenúncio isso seria.
Portanto, fazendo de conta que se mostra, esconde-se.
E tapa-se: recentemente, o anúncio de uma exposição de "cartoons" foi colado sobre a estátua.
Lindo, não é? 




A Rua Filinto Elísio, uma via que liga pontos nevrálgicos da cidade, está em obras. Não se sabe para quê, porque esse tipo de informação está normalmente omissa.
O que não está omisso é o desleixo do costume: a rua ficou transformada numa estrada de terra batida, com pó, quase intransitável.
Porquê?






O parque de estacionamento subterrâneo diante da Câmara Municipal de Caldas da Rainha mete água. É um problema que não tem fim à vista.
Este estacionamento é, na prática, a "joia da coroa" desta câmara (e sim, é estranho que uma câmara municipal numa cidade sem grandes problemas de estacionamento, considere um parque de estacionamento a sua obra mais importante). Mas mete água.
Não houve estudos que prevenissem e evitassem esse problema? Não há estudos e/ou capacidade técnica que o resolvam de vez?
Não há, nesta câmara municipal, quem tenha um pingo de vergonha perante uma situação destas?








Estes casos, e muitos outros, não têm justificação técnica nem política. 
E, ao constatar-se esse pormenor, só se pode tomar como certa outra explicação: o problema é genético.
Só pode ser...

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