segunda-feira, 27 de maio de 2019

O défice democrático da Serra do Bouro e o advogado que ignora o Estado de Direito (4)






Espera-se de um advogado que, solicitado a intervir em defesa de um seu cliente, utilize todos os procedimentos que as leis prevêem para esse fim e que também, e no âmbito dessa sua actuação, que utilize contra a parte oposta, nomeadamente contra as autoridades, as irregularidades, as ilegalidades e os vícios de forma e de direito dessas mesmas autoridades.
O que dizer, no entanto, de um advogado que (ocupando o cargo eleito de presidente de junta de freguesia e apenas com esse poder obviamente transitório) faz exactamente que seria possível imputar de errado às autoridades?
Na sua ânsia de me atingir pessoalmente e sem arriscar um confronto directo, esse mesmo advogado (com a cédula da Ordem dos Advogados número 17447L e estatuto de "activo") não quis sequer responder a esta carta, ignorando portanto as irregularidades arguidas, sem reparar que até podia invocar o facto de a carta ter ido fora do prazo para responder (se a pessoa atacada considerasse válida o seu ataque), e estribando-se num auto de notícia que um tribunal normal reprovaria.
E assim, contente no seu acto de vingança, o advogado Jorge de Sousa Varela, tipo vice-rei da Serra do Bouro, decretou: "Face à v/ carta de 8 de maio, que em nada contraria a factualidade plasmada no auto de notícia, confirma-se a condenação na pena de admoestação".
Ah, doce vingança, que por vezes é cega! Pois a missivazinha é passível de recurso judicial, de anulação e, com jeito, de pedido de indemnização pelos incómodos morais causados.
Vamos ver se será esse o caso…

domingo, 26 de maio de 2019

A lagoa moribunda



Ontem, por volta das seis da tarde, a Lagoa de Óbidos, atingida pela maré vazia, tinha este aspecto. 
Ainda me lembro, há pouco mais de dez anos, de ver uma "ilha" no meio. Agora, as "ilhas" já alastraram. A Lagoa de Óbidos deixará, um dia, de ser lagoa. Passará a charco. E, depois, a terra cultivável como se vê mais para o interior.





Há planos, projectos, intenções, promessas, sei lá que mais, para desassorear a Lagoa de Óbidos. O resultado? Uma lagoa moribunda.
Não sendo o maior dos males, o caravanismo selvagem é outro factor de degradação. Visual, ambiental, tudo.











A situação, pelo que se vê, não muda: há quem não esteja para meter a viatura no parque situado na Foz do Arelho a poucos minutos de distância; há quem não fiscalize. 
Alguém deste grupo há de ser responsável: Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Junta de Freguesia da Foz do Arelho (ou do Nadadouro?), Guarda Nacional Republicana, Polícia Marítima? "Responsável"?!... 
Não, é necessário corrigir: eles são absolutamente irresponsáveis!




sábado, 25 de maio de 2019

E isto não se pode resolver?!


1 – O ridículo “blackout” informativo e político imposto ao dia anterior das eleições já deixou de fazer sentido.
O mundo das redes sociais, dos sites noticiosos e da imprensa on line mantém acessível a todos os eleitores todo o tipo de informação, desinformação, noticiário e afirmações políticas em, praticamente, qualquer momento.
É ridículo que as coisas se mantenham assim. É uma coisa que não beneficia nem prejudica ninguém.

2 – Movimentamos dinheiro on line, somos escravizados pelo Fisco e por este Estado pró-totalitário on line, tratamos on line (quando os serviços do Estado estão operacionais…) de documentos fundamentais. Mas não podemos votar on line.
Não faz sentido nenhum.

3 – Por que raio é que as eleições hão de ser sempre a um domingo?! Há outros países em que são à semana.
É certo que os políticos portugueses gostam muito do formalismo destas coisas, mas também podiam fazer os seus “números” de eleitores bem comportados para as câmaras de televisão durante a semana.
A democracia não precisa de ter as suas “missas de domingo”.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

26 de Maio: o meu voto é na Aliança



Nos últimos anos tenho votado no PSD. Com a emergência do PS de Sócrates e Costa, e depois de um período de indecisão, vi no PSD a única alternativa civilizada a esse PS. 
Foi essa a minha opção, em especial com Pedro Passos Coelho como presidente do partido, nas eleições nacionais e para o Parlamento Europeu.
A nível local é que não, porque o PSD de Caldas da Rainha, em especial aquele que se reproduz como coelhos doentes nos órgãos autárquicos não é flor que se cheire.
Mas já não o farei nestas eleições e nas eleições legislativas porque não acredito em Rui Rio e pelo facto de os medíocres caciques locais serem seus apoiantes.
Não votando no nojento PS de Sócrates e Costa nem, muito menos, na mistura de extrema-esquerda do BE e nos eurocomunistas do PCP, também não voto no CDS que, tendo algumas personalidades simpáticas e interventivas, não parece ter ganho força suficiente para se impor.
A minha opção natural é, assim, a Aliança, de Pedro Santana Lopes. 
Acredito que a alternativa ao PS passa pela frente que o PSD, o CDS e a Aliança vão ter de formar, mais tarde ou mais cedo, e que a Aliança se deve reforçar, mesmo contra a tendência do eleitorado nacional de preferir os partidos sistémicos.
Votarei por isso na Aliança no domingo, nas eleições para o Parlamento Europeu e, em princípio, também nas eleições para o Parlamento português, no Outono. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

RCBE: uma expressão de totalitarismo


A Autoridade Tributária e Aduaneira (a AT, o Fisco) sabe tudo sobre nós todos e o que não… inventa por excesso de motivos (quando, por exemplo) dispara os seus avisos sobre a limpeza de matos mesmo para quem não terrenos rurais.
O Instituto de Registos e Notariados (IRN), que controla a emissão do cartão de cidadão, sabe tudo sobre nós.
A Segurança Social sabe tudo sobre nós.
O Estado, através destas entidades, tem um retrato completo de cada pessoa e de cada uma das suas actividades que têm a ver com o Estado
É por isso que o instrumento de controlo administrativo designado por Registo Central do Beneficiário Efectivo (RCBE) não se justifica, em nada, no modo em que foi criado e está a ser aplicado.
Este RCBE não é mais do que uma gigantesca base de dados que reúne, ou reunirá quando estiver completo, elementos que já estão na posse do Estado, nomeadamente na AT e no IRN, sobre todas as empresas a funcionar em Portugal.
Aparentemente, na base da sua criação estará uma determinação comunitária que tem como propósito conhecer todos os proprietários de cada empresa, já que algumas terão a sua propriedade dissimulada por esquemas de organização diferenciados. 
Só que estas, podendo ser de dimensões diferentes, são uma minoria num tecido empresarial que é, sobretudo, composto por microempresas, pequenas e médias empresas. 
E todas elas estão obrigadas à "obrigação declarativa" (sujeita a multa, se houver incumprimento no limite temporal para o fazer) de ter alguém a passar pelo menos meia hora no meio da burocracia estatal na sua pior fase (a da "modernidade" tipo Simplex) para inserir em formulários de acesso difícil aquilo que o Estado já sabe.
Em termos práticos, isto significa que o Estado (este Estado centralizador, tendencialmente autoritário e totalitarista) não está para perder tempo com cruzamentos de dados e prefere pôr os seus súbditos a fazerem um trabalho desnecessário e desmotivador.
É uma expressão de totalitarismo do Estado monstruoso que temos e uma cria medonha do acasalamento político e mental do PS, do BE e do PCP.
Não há democracia que resista a isto.

domingo, 19 de maio de 2019

O Simplex da treta (2)

Sem vontade nenhuma de ir à cata da Chave Móvel Digital, faço novamente o pedido. Ou seja, não faço, porque o serviço não está disponível.
Estas coisas, no Estado, só funcionam ao fim-de-semana quando se trata de pagar qualquer coisa ao mesmo Estado. Porque o resto… nada.

O défice democrático da Serra do Bouro e o advogado que ignora o Estado de Direito (3)



Como se costuma dizer, a luta continua. A do advogado contra o Estado de Direito e a dos seus alvos em defesa do Estado de Direito. 
Vamos ao terceiro episódio, na sequência do que já aqui publiquei, com a transcrição da carta dirigida no passado dia 8 de Maio à criatura por um dos seus alvos.
Em resumo, é isto: o dito presidente da junta ignorou a crítica da primeira carta e manteve a "admoestação". Mas a segunda carta fez mossa e ele resolveu iniciar o processo da "admoestação" desde o início.
Só que não pode. Porque, ao manter a primeira "condenação" por uma contra-ordenação específica, sem reconhecer a sua invalidade, não pode atirar com uma segunda "condenação" pela mesma contra-ordenação!
A carta, a terceira, explica tudo e revela maior conhecimento jurídico do que o citado advogado.

Ei-la, na íntegra:


Exmo. Senhor,

Embora as suas comunicações já sejam suficientemente estranhas, no que se refere ao entendimento que V. Exa. faz do Estado de Direito, no espírito e na letra, a sua carta mais recente, com a referência 19/2019, datada de 24 de Abril de 2019, ultrapassa o que ainda se poderia imaginar.

A saber:

1. Note V. Exa. que, na sua carta anterior (com a referência 15/2019 e data de 2.04.19), decidiu reafirmar e manter a sanção de “admoestação” com que quis condenar-me (com base no auto de notícia por contraordenação NPCO-00005/2019), que eu, com a devida e fundamentada exposição de motivos, contestei na minha carta de 8.04.19, salientando necessariamente a questão da ausência da notificação prévia para exercício do meu direito de defesa. A este respeito, recordo, resolveu dizer que eu é que devia provar que não tinha recebido… o que em absoluto desconhecia existir.

À minha contestação não quis V. Exa. responder em concreto, o que significa que a ela não atendeu e que manteve como válida a obviamente recorrível sanção de “admoestação”.

2. Assim sendo, a sua carta com data de 24 de Abril não faz qualquer sentido.

É que nela notifica-me pela segunda vez do citado auto de notícia por contraordenação, dá-me pela segunda vez dez dias para contestar o exposto no citado documento e, naturalmente, apressa-se pela segunda vez a recorrer à “admoestação”, que tão desejoso parece estar de aplicar, o que faz nestes termos: “a falta de contestação importará na condenação” da signatária.

3. Acontece, porém, que V. Exa. não o pode fazer.

Porque a lei o proíbe!

Porque a signatária já foi uma vez “condenada” com base na mesmíssima contraordenação, o que V. Exa. já confirmou.

4. Acontece, porém, que a signatária conhece a lei e o princípio “ne bis in idem” (ou “non bis in idem”), naturalmente ignorando se V. Exa. também o conhecerá.

Segundo este princípio, o Estado não pode submeter a um processo um acusado duas vezes pelo mesmo facto, seja em forma simultânea ou sucessiva.

Este princípio jurídico parte do estipulado no n.º 5 do Art.º 29 da Constituição da República Portuguesa, segundo o qual ninguém pode ser julgado mais do que uma vez pela prática do mesmo crime, entendendo-se que, como não pode deixar de acontecer no Estado de Direito, o princípio constitucional se aplica a qualquer tipo de infração às leis vigentes no mesmo Estado de Direito.

Além da Constituição e da abundante e justíssima jurisprudência definida pelos tribunais superiores na aplicação em concreto deste princípio, o respeito pelo princípio “non bis in idem” é assegurado, em Portugal, pelos artigos 14.7, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos de 1966, 4º do protocolo n° 7 da Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, datado de 22 de Novembro de 1984, e 50.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

5. Assim sendo, e já que expressamente V. Exa. não reconhece a invalidade e a nulidade da sanção com que me condenou pela primeira vez, a ameaça da sanção pela segunda vez na sua carta de 24 de Abril é em absoluto infundamentadamente ilegal, inaplicável e violadora das normas do Estado de Direito.

E, como tal, é improcedente. E nula.

6. E é ainda imprescindível acrescentar o seguinte: a irremediável fragilidade legal que existe no auto de notícia que tanto entusiasmou V. Exa.

Repare que nele se afirma que foi a signatária, ao momento, “informada do levantamento do presente auto”.

Acontece que não foi, e a signatária, aqui, nem se refere por agora à (duvidosa) conduta dos guardas.

Se tivesse sido “informada”, de imediato ou posteriormente, o auto de notícia (vide a página 3 de 4) estaria assinado pela signatária.

Só que a signatária nunca o viu na vida, nem sequer foi convidada a assiná-lo.

E nem se pode pôr a hipótese de a signatária não o ter querido assinar. Porque, se não o tivesse querido assinar, teria sido lavrada a respectiva certidão. Como, aliás, se prevê no n.º 2 do Art.º 3.º do DL n.º 17/91, de 10 de Janeiro: “O auto de notícia é assinado pela autoridade, agente da autoridade ou funcionário público que o levantou ou mandou levantar, pelas testemunhas, quando for possível, e pelo infractor, se quiser assinar, devendo ser lavrada certidão no caso de recusa.”

Isto significa que o auto de notícia brandido por V. Exa. é, como tudo o que daí decorre, evidentemente inválido e de eficácia nula.

7. Por isso, como decorre também do que atrás fica exposto, este processo da contraordenação, por todos os motivos, no espírito e na letra, é coxo, está absolutamente invalidado e já não pode ser aplicado, sendo agora nulo e devendo apenas ser arquivado.

Escolhas muito limitadas


A casta Touriga Nacional, hoje presente em vinhos tintos de numerosas regiões portuguesas, tem a sua máxima expressão nos vinhos do Dão, onde é considerada, e com razão, "casta-rainha". Sozinha ou em harmonia com outras castas, dá origem a vinhos soberbos.
É interessante comparar o resultado da sua aplicação no Dão com o resultado noutras regiões. Mas… à molhada? E de forma que deixa fundadas suspeitas?
Uma publicação mensal que só se justifica mencionar em apontamento negativo fez, ou tentou fazer, essa comparação e da pior maneira.
Por um lado, meteu todos os vinhos citados no mesmo saco. Do Alentejo ao Douro, passando pelo Dão, entram na mesma abordagem comparativa todos eles. 
É um erro de amador. 
Seria muito mais adequado comparar estes vinhos por região. A Touriga Nacional expressa-se de uma maneira no Dão, de outra no Douro (em posição relativamente secundária), de outra no Alentejo (onde se perde), de outra ainda nos vinhos do Noroeste de Lisboa (onde, às vezes, os valoriza decididamente).
Depois, é estranho não encontrar na lista alguns vinhos que são, no mínimo, incontornáveis. E há alguns do Dão que não figuram na lista. 
A ausência mais escandalosa é o magnífico Touriga Nacional de 2010 da Quinta da Fata (Vilar Seco, Nelas) que foi justamente saudado quando, sujeito a um estágio mais prolongado, apareceu há um ano no mercado com a designação de "Conde de Vilar Seco"... e que já se esgotou. E é apenas um exemplo. 
A impressão que deixa esta limitada escolha de vinhos da dita publicação é a de que não houve procura. 
E, não tendo procurado, fizeram como?... Pedindo às empresas as garrafas grátis, suspeita reforçada pelo facto de figurarem na lista "clientes" habituais da revista. E quem enviou a garrafita é premiado com a referência. Quem não enviou, é excluído. É uma tradição já vem de trás.
Tudo isto, olhando para o valor facial da coisa, transforma as "grandes escolhas" da revista em escolhas muito limitadas.



sexta-feira, 17 de maio de 2019

O problema é genético?

Uma estátua valorizada como equipamento urbano (e artístico) acaba escondida e tapada; as ruas são desfeitas e a sua repavimentação nem sequer começa; o estacionamento subterrâneo que é a "joia da coroa" de uma gestão municipal deficientíssima vai metendo água…
Que tudo isto, e muito mais, aconteça é tecnicamente inaceitável e é politicamente inconveniente. Mas acontece porquê?!



A cidade de Caldas da Rainha tem o que pomposamente foi designado por "Rota Bordaliana": um conjunto de esculturas espalhadas por vários sítios, e só na capital da concelho, que reproduzem figuras típicas de Columbano Bordallo Pinheiro.
Uma delas é o Zé Povinho, metido numa espécie de caixa de vidro e posto diante da Câmara Municipal. Diante mas… porque, repare-se bem, a figura está misturada num campo visual onde tudo tem destaque: o caixote do lixo, a entrada para o estacionamento subterrâneo, uma outra coisa qualquer… e a estátua.
O seu lugar de destaque, a ser aqui, devia ser à entrada da câmara. Mas quem teve de decidir pode ter tido medo. A figura do Zé Povinho é uma figura rebelde, mansamente rebelde mas rebelde. Aceitá-la com destaque sobre a solenidade asneirenta de quem manda?! Credo, que mau prenúncio isso seria.
Portanto, fazendo de conta que se mostra, esconde-se.
E tapa-se: recentemente, o anúncio de uma exposição de "cartoons" foi colado sobre a estátua.
Lindo, não é? 




A Rua Filinto Elísio, uma via que liga pontos nevrálgicos da cidade, está em obras. Não se sabe para quê, porque esse tipo de informação está normalmente omissa.
O que não está omisso é o desleixo do costume: a rua ficou transformada numa estrada de terra batida, com pó, quase intransitável.
Porquê?






O parque de estacionamento subterrâneo diante da Câmara Municipal de Caldas da Rainha mete água. É um problema que não tem fim à vista.
Este estacionamento é, na prática, a "joia da coroa" desta câmara (e sim, é estranho que uma câmara municipal numa cidade sem grandes problemas de estacionamento, considere um parque de estacionamento a sua obra mais importante). Mas mete água.
Não houve estudos que prevenissem e evitassem esse problema? Não há estudos e/ou capacidade técnica que o resolvam de vez?
Não há, nesta câmara municipal, quem tenha um pingo de vergonha perante uma situação destas?








Estes casos, e muitos outros, não têm justificação técnica nem política. 
E, ao constatar-se esse pormenor, só se pode tomar como certa outra explicação: o problema é genético.
Só pode ser...

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Fanatismo, 1 - jornalismo, zero




O jornalista Carlos Cipriano é director adjunto da "Gazeta das Caldas", correspondente e colaborador do "Público", especialista em assuntos ferroviários (sobretudo no que se refere à quase extinta Linha do Oeste) e politicamente fanático. 
Da "esquerda", claro. E não perde a ocasião de o afirmar, mesmo que isso seja mau para o jornalismo.
É dele, tanto quanto me parece, uma série de "retratos" ("Histórias da Emigração") que a "Gazeta" tem estado a publicar sobre naturais do concelho de Caldas da Rainha que emigraram e regressaram. É uma ideia interessante e tem sido bem concretizada. Mas o pior é o resto.
Na semana passada, coube a vez a Joaquim Bernardo Coito, proprietário do simpático restaurante "A Lareira". No seu relato, o antigo emigrante refere-se ao trabalho que fez num navio da extinta empresa americana United Fruit Company. E, pelo meio, Carlos Cipriano mete a sua colherada: o entrevistado "embarca num navio da United Fruit Company, uma empresa norte-americana de produção e comércio de frutas tropicais, com sede em Nova Orleães, e que tem um historial vergonhoso de repressão e conspiração em países da Europa Central".
E tem. Ou melhor: teve, porque a empresa fechou em 1970.
Só que isto não se faz. Numa entrevista, em discurso directo ou indirecto, a palavra é do entrevistado. O entrevistador pode abordar qualquer tema que ache relevante, claro, mas é para saber a opinião do entrevistado. O resultado publicado não sugere que tenha sido esse o caso.
Não havia necessidade…






Apagão

Às 15h45, aproximadamente, de segunda-feira (há dois dias), o sinal da Internet fixa desapareceu. E, com ele, o da televisão. Podia ser um problema momentâneo mas não foi: demorou dois dias.
Hoje, por volta das 12h15, o router ficou só com a sua habitual luz verde e as outras finalmente apagaram-se. A Internet regressou e a televisão também.
A operadora, a Meo/Altice, através da sua divisão PT Empresas, pregou-me esta partida… pela primeira vez e espero que pela última. Não tenho tido razões de queixa do serviço e todos os problemas detectados (dentro de casa e fora) forem resolvidos em tempo oportuno.
Neste caso, e segundo depreendi de uma conversa que pude ter num dos muitos telefonemas que fiz, terá havido uma peça que "ardeu" em qualquer instalação central. E o que terá acontecido? Falta de peça(s) de substituição?!
Hoje à tarde apresentei a devida chamada de atenção à operadora: os dois dias sem Internet e televisão têm de ser descontados na próxima factura. Meia hora depois confirmaram o desconto.
Este contrato acaba em Março de 2020 e não fiquei com grande vontade de o renovar. Mas as outras operadoras estarão a salvo de avarias deste tipo?
Desde que aqui estou, corri quase todas as empresas do sector para ter Internet, televisão e telefone. A Optimus, a Vodafone e a Nos tiveram prestações deficientes e dispensei-as. Só a PT/Meo/Altice é que demonstrou alguma qualidade de serviço. 
Vamos ver como vai ser a partir daqui...

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Em louvor do Hospital Veterinário Central

Eis algo que dignifica Caldas da Rainha: o Hospital Veterinário Central, na Rua Capitão José Ferreira Mendes Nazareth, uma clínica veterinária de excelência que é muito mais do que isso, com serviço permanente, internamentos, bem equipado, um corpo clínico à altura e um atendimento ao público correcto, com o pormenor utilíssimo de as consultas serem por marcação… à excepção das urgências. 
Conheci este projecto quando ele era apenas uma clínica com vontade de crescer e com o nome divertido de "Cão de Ló", há alguns anos, e foi há quase doze meses que nos tornámos clientes do agora Hospital Veterinário Central e que a J. e a E. passaram a encontrar aí todo o tipo de acolhimento profissional e atento para os seus vários achaques e procedimentos clínicos de rotina.
A médica veterinária Sofia Almendra foi a sua criadora e há de haver muita gente que, como eu, decerto lhe presta um agradecimento muito especial por este serviço de verdadeiro interesse público.







Um história triste




Foi em 25 de Março deste ano que aqui me referi, pela primeira vez, ao caso da cadela cruelmente acorrentada nesta local por familiares do seu dono que trabalha no estrangeiro. 
Foi também nessa data que enviei ao SEPNA (GNR) uma queixa e, poucos dias depois, ao serviço de veterinária de Caldas da Rainha.
Cinquenta dias depois, a cadela desapareceu. Ou foi bem escondida. Esteve fechada noutro local da casa, a certa altura, e ouviam-se os latidos. Agora só raramente se ouvem, e mais à distância, como se estivesse metida num buraco bem fundo. Terá tido outra sorte (antes a morte que tal sorte…) ou… outro azar? Não se sabe. 
Ficou outra, que por ali anda já há anos, pequena, idosa e sozinha, com ar de quem não vê veterinário ou limpeza há muito tempo.




E o SEPNA, essa entidade que parece suscitar tantas expectativas? 
Cinquenta dias depois, não se sabe.
Serve de exemplo: é inútil para casos como este. Inútil.




domingo, 12 de maio de 2019

Caravanismo selvagem numa Lagoa de Óbidos em degradação








Desprezada, assoreada de ano, vitimada por toda a espécie de lixo humano, esquecidas promessas e adiados projectos, a Lagoa de Óbidos está condenada à progressiva destruição. 
No tempo quente,  a situação agrava-se com isto que ontem foi possível ver, e fotografar, à tarde: caravanismo selvagem, de selvagens. Não é caso único. Repete-se de ano para ano.
Estes vândalos, porque não são outra coisa, dispõem de um parque de caravanas a menos de um quilómetro de distância, na Foz do Arelho. Pela maquinaria exposta, devem poder pagar o que lá se cobra que, a avaliar pela enchente de caravanas e caravanistas, nem deve ser caro. Mas preferem ocupar o espaço público e ajudar a estragar a paisagem.
Quanto às autoridades, das municipais (Câmara Municipal de Caldas da Rainha e Junta de Freguesia da Foz do Arelho) às policiais (GNR e Polícia Marítima), não há que estranhar: não ligam nenhuma.


Notas de prova

Mariposa — Tinto 2014 — DOC Dão
Tinta Roriz, Touriga Nacional e Jaen
Quinta da Mariposa, Carregal do Sal
13,5% vol.
Bom!
(Bebido no restaurante Zé Pataco, em Canas de Senhorim,
a acompanhar chanfana e “Sola à Zé Pataco”)

Notas de prova

Quinta da Carregosa — Branco 2017 Reserva — DOC Douro
Gouveio, Rabigato e Viosinho
Carregosa Vinhos, Lda., Balsa do Douro - Tabuaço
13% vol.
Muito bom.

Notas de prova


Dão Pingo Doce — Tinto 2017 Colheita Seleccionada — DOC Dão
Touriga Nacional, Aragonez, Alfrocheiro e Jaen
Adega Cooperativa de Silgueiros, Silgueiros
14% vol.
Muito bom.


2020


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Ler jornais já não é saber mais (53): a crítica censória





"Avengers: Endgame" está em exibição em Portugal. Não o vi, não sairei para o ver (o único cinema de jeito mais próximo está a cerca de 50 quilómetros de distância) e provavelmente não o verei no televisor. 
Aliás, já não acompanhei a maior parte das longas-metragens do "Marvel Cinematic Universe" e não foi por qualquer tipo de rejeição da temática dos super-heróis.
"Avengers: Endgame" é uma superprodução de vulto, é incontornável como cinema de grande espectáculo e as duas revistas de cinema que continuo a comprar ("Total Film" e "Empire") dão-lhe destaque, das notícias às criticas.
O luso "Expresso" ignora-o, no entanto. 
A sua falange de empertigados críticos de cinema, que talvez nem gostem de cinema, não o inclui no melancólico quadro das estrelas.
Acredito que, como tem acontecido com tantos outros filmes, as três criaturas devem considerar o filme como lixo. Só cuidam da "arte e ensaio", que foi o que sobrou de outros períodos em que havia críticos de cinema em actividade que não eram preconceituosos, que sabiam da matéria e que conseguiam fundamentar as suas opiniões em mais do que meia-dúzia de linhas por semana.
Só que, ao tomarem esta opção censória, estão também a definir o público (o que ainda os lê, o que nunca os leu nem lerá e aquele que já nem compra jornais) como "lixo". 

O Simplex da treta (1)

Numa conta bancária em que uso com maior frequência o "homebanking", os movimentos têm de ser, às vezes, validados por um código enviado para o telemóvel. Demora menos de um minuto e, se eu me atrasar a ir ver a mensagem, há um comunicação telefónica quase imediata.
Na validação de uma das invenções estatais tipo Simplex, a Chave Móvel Digital (CMD), a mensagem de confirmação de um código para o telemóvel demorou… uma hora. E a validação, necessária para um do muitos procedimentos pidescos impostos pelo Estado, foi ao ar, claro.
Protestei. Pedi esclarecimentos. Dois dias depois, dizem-me que tenho de cancelar a dita CMD e pedir outra.
Dá vontade de mandar esta gente toda para a dita cuja que em má hora os pariu.

domingo, 5 de maio de 2019

Ler jornais já não é saber mais (52): mas há excepções...

… E uma delas, no meio da deplorável louvaminha jornalística ao chefe do Governo, é o texto esclarecedor do jornalista Pedro Sousa Tavares publicado ontem (nova excepção!...) no "DN": "As imprecisões e incoerências na declaração de António Costa"
O jornalismo é isto.