quinta-feira, 14 de julho de 2016

Porque é que o PSD vai ganhar as eleições autárquicas em Caldas da Rainha... sem o merecer


1 - O PSD vai ganhar as eleições autárquicas de 2017 no concelho de Caldas da Rainha. Mas não o merece. Ganhará pelas influências que move, pelas iniciativas eleitoralistas e pela absurda falta de comparência das oposições. Nunca por mérito. Em especial dos seus dois principais candidatos.

2 - O mote do PSD nas eleições autárquicas de 2013 foi "Uma nova dinâmica". Três anos depois, o slogan desapareceu. Dito pelos próprios seria uma anedota. Pode ter sido pensado para dizer que o novo candidato a presidente era "dinâmico" por comparação com o anterior, o "dinossauro" Fernando Costa. Mas a única "dinâmica" que se viu do burocrata iluminado que saiu do ovo posto pelo "dinossauro" foi a das duvidosas obras que paralisaram a capital do concelho e que culminaram com a grande "obra de regime" local: um parque de estacionamento subterrâneo numa pequena cidade sem constrangimentos de trânsito.

3 - O concelho de Caldas da Rainha é um concelho que, no que depende do poder camarário, se encontra estagnado. Não há um projecto, um plano, uma imagem de marca. Nem a promoção do turismo nem a criação de condições para, promovendo-o, lhe dar sustentabilidade. A ambição das termas, que tanto gostam de alardear os políticos caldenses, é isso mesmo: uma mera ambição palavrosa que oculta uma decepção, sem projecto nem dinheiro. E tudo o que podia ser bem feito fica mal feito.

4 - Apesar disso, já se sabe, o ano de 2017 vai ser festivo. Não faltarão festas, festarolas e inaugurações. O eleitorado, de memória curta, aceitará o incentivo. E pagará a diversão com votos.

5 - Podia haver oposição. A sério. Mas não há. Nem oposição nem oposições. O PS parece tolhido por problemas internos, depois da saída de cena do seu cabeça de lista de 2013. O CDS tem dias. O PCP preocupa-se sempre mais com os problemas de política geral (e engolindo os sapos do apoio ao governo vigente). O BE desapareceu em 2013, felizmente. E o MVC, que devia ter mantido uma intervenção política regular depois da sua pequena vitória de 2013, deu com os burrinhos na água.

6 - Já aqui demonstrámos, há mais de um ano, que bastaria a união dos apoios e dos eleitores de 2013 para lançar uma alternativa única (uma aliança de boas vontades com um programa mínimo) ao PSD caldense e conquistar a câmara. Já começa a ser tarde para isso e não se nota que haja alguém, nas fileiras da oposição, que o queira fazer. E note-se: esta é a única hipótese de vencer o PSD em Caldas da Rainha.

7 - O quadro é este: a repetição de uma vitória do PSD na eleições autárquicas de 2017 neste concelho. Não por mérito próprio mas por demérito alheio. É uma situação em que o voto se tornará inútil e onde a abstenção será, provavelmente, a melhor expressão de distanciação perante um leque de políticos sem mérito.


Tudo o que pode sair mal, sai mal: um mini-parque desportivo no centro da capital do concelho (saído dessa nuvem de confusão que é o Orçamento Participativo)
foi construído sem abrigos, que poderiam evitar a exposição solar, e sem fonte de água potável.


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