segunda-feira, 4 de julho de 2016

O fim do cinema (pelo menos em Caldas da Rainha)


As salas de cinema do centro comercial Vivaci (agora La Vie), em Caldas da Rainha, nunca me entusiasmaram e, pouco depois de me ter mudado para este concelho, ainda cheguei a ir a Leiria vir um filme que muito me interessava. O custo da deslocação (em tempo e dinheiro) não convidou à repetição da experiência.
Ainda fui algumas vezes às salas do Vivaci mas acabei por desistir.
Habituado às grandes salas de Lisboa e arredores, dei-me mal com os seus ecrãs modestos, com o som desequilibrado e com as cadeiras que não me davam espaço para arrumar as pernas.
Acabei por ver cinema em casa, primeiro através de videoclubes, de alguns DVDs que ia comprando e, agora, do serviço de "videoclube" da televisão. E, por vários motivos (nomeadamente, o respeito pelos direitos de autor dos outros e a questão da qualidade), nunca fui "sacar filmes à net".
O fecho, talvez definitivo a avaliar por esta notícia, das salas do agora La Vie não surpreende. O cinema em sala tem estado a perder clientes em todo o mundo e a responsabilidade não é só dos "piratas" mas dos próprios distribuidores e exibidores nacionais.
Neste caso, como terá decerto acontecido em muitos outros concelhos, as salas ter-se-ão tornado pouco atraentes, nunca foram confortáveis, nunca deixaram ver que o cinema em sala pode ser um espectáculo grandioso.
Lamenta-se o fecho, lamentam-se os postos de trabalho perdido, lamenta-se que não haja alternativa. Mas o cinema, por muito que alguns intelectuais não o queiram perceber, é uma actividade comercial e esta, claramente, não rende, pelo menos desenvolvida como tem sido. Ou melhor, subdesenvolvida. Paz à sua alma, portanto.

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