No tempo do fascismo/Estado Novo/anterior regime/salazarismo/marcelismo (escolha o leitor a expressão que preferir), dizia-se que o regime tinha três armas de alienação de massas simbolizadas por três "éfes": o F de fado, o F de futebol e o F de Fátima.
Se a inclusão do fado só era legítima no que se refere ao seu aproveitamento para vincar o que seria o tom pessimista e resignado do povo, o futebol e Fátima eram instrumentos inegáveis de movimentação de massas e de ocupação de muito tempo nas emissões televisivas e radiofónicas.
Hoje, o futebol ocupa muito mais tempo nos meios de comunicação, e não apenas em termos proporcionais, e a "esquerda", a tal que jurava ser do tempo em que não gostar de futebol era ser-se antifascista, não se mostra grandemente impressionada e até já se deleita com o futebol.
E, no que se refere à religião, a mesma "esquerda" até pode ser capaz de torcer o nariz a Fátima por talvez não querer ser vista lá mas deleita-se igualmente com o novo papa e com o seu discurso popular e vagamente "de esquerda".
Reciclando os horríveis "éfes" do passado, a "esquerda" vai-se reciclando. Mas não da melhor maneira...
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