Quem pensa que o "romance policial" tem maior ou menor saída em termos comerciais em função das modas geo-estilísticas não sabe o que faz ou anda mal aconselhado.
Pode ser redutor explicar por esta via o mau relacionamento entre as editoras portugueses e os leitores que gostam, ou podem vir a gostar, do género mas é uma das explicações mais racionais quando se constata a pobreza sahariana do universo editorial português.
O leitor fiel deste género literário - mais ou menos culto, mais ou menos informado, mais ou menos aberto a novas experiências - quer histórias em que se descubra que uma das personagens matou alguém ou fez uma qualquer maldade absolutamente inaceitável; quer "heróis" plausíveis e que aprenda a conhecer gradualmente (quer se trate de Wexford e de Dora, de Reacher, de Skink ou de Myron Bolitar ou de um falecido Smiley); quer alguma ironial, ou desprendimento, relativamente a convenções sociais; e até agradece algum inconformismo político. E, claro, quer uma história bem construída, bem escrita (ou bem filmada) e eficaz.
Se as editoras o percebessem... ficava toda a gente a ganhar.
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