As juntas de freguesia, tal como as câmaras municipais, são órgãos que em democracia existem em função das populações e não em função de quem para eles é eleito. Os autarcas (designação involuntariamente irónica) estão nos cargos das juntas porque os eleitores (as populações) os elegeram. Os cargos que ocupam, se as leis forem respeitadas, não são empregos.
É por isso que - desculpem lá a deselegância da expressão - mete nojo ver os presidentes de juntas e os seus acompanhantes também eleitos a manifestaram-se (parece que hoje é na rua) contra a possibilidade da redução do número de freguesias.
Em vez de andarem a defender os seus "tachos", as vantagens patrimoniais e empresariais e os benefícios presentes e futuros que obtêm com entidades que não coisa sua numa versão de crime de peculato de novo tipo, essas criaturas deviam, da maneira mais objectiva possível, debater o assunto com as populações (o que, pelo menos no concelho onde moro, não está a acontecer) e, se não gostarem da ideia da redução do número de freguesias, devem pôr os seus lugares à disposição de quem os elegeu.
Estas movimentações indecorosas são uma verdadeira campanha de subversão da democracia e um real atentado contra o Estado de Direito.
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