segunda-feira, 2 de junho de 2025

11 milhões de euros para combater a vespa-asiática não trazem as abelhas de volta...

Há muito que não vejo, nem ouço, abelhas nas flores que rodeiam a minha casa. E essa ausência é, normalmente, associada à existência de vespas-asiáticas, que as caçam. E o certo é que já vi vespas-asiáticas por aqui. Em tempos, posto a descoberta pela queda outonal das folhas de uma árvore, vi um ninho. Mas, sendo esta zona muito arborizada, é impossível perceber se há ninhos ou não.

Não deixei de comunicar estas ocorrências aos serviços da Protecção Civil local nem, tão pouco, à plataforma on line do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Se estes meus alertas serviram para alguma coisa, não sei. 


Em 14 de Setembro do ano passado, comuniquei ao INCF o avistamento de vespas-asiáticas. Não tive resposta.


A impressão que retenho não é favorável às duas entidades. Nunca me responderam directamente e não sei, portanto, se fizeram alguma coisa. Sei é que as abelhas não regressaram.

Recentemente, o jornal independente "Página Um" abordou o tema e descobriu uma coisa curiosa.




Escreve o "Página Um" (clique aqui para ler a notícia na íntegra):



Os números não deixam margem para dúvidas: se entre 2015 e 2018 os valores anuais nunca ultrapassaram os 400 mil euros (sem IVA) – e totalizaram 748 mil euros nesse quadriénio –, a partir de 2019 os montantes dispararam. Nesse ano quase atingiram meio milhão de euros e em 2020 os gastos ultrapassaram os 885 mil euros, subindo para quase um milhão no ano seguinte.

O pico foi, por agora, atingido em 2022, com 2,43 milhões de euros em encargos públicos com empresas contratadas para acções de controlo da vespa asiática, essencialmente a destruição de ninhos. Em 2023, apesar de uma ligeira redução para 1,66 milhões, os valores continuam a expressar uma pressão orçamental elevada. Em 2024, os contratos celebrados ascendem já a 1,17 milhões, e até ao final do quinto mês de 2025 os encargos atingem quase meio milhão de euros, perspectivando-se novo agravamento.


Pelas regras comuns de experiência, como se costuma dizer, se o dinheiro tem sido gasto e os resultados não são visíveis, ou há incompetência grosseira ou o dinheiro tem ido para destinos errados. Não é?




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