sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Ler jornais já não é saber mais (234): manipulação e censura na CNN tuga

 

Não há palavras, quando se olha para o fluxo noticioso da CNN nacional sobre a crise ucraniana (e será só a franchisada portuguesa?), que possam ser mais suaves para classificar uma coisa destas: censura, omissões, matérias escritas que sem a "verificação de factos" têm de ser consideradas fabricações, ou mesmo falsidades.

Nestes últimos dias apareceram exemplos claríssimos. 

O primeiro é dos soldados norte-coreanos que poderão estar, ou não, na região russa de Kursk (notando que a Rússia e a Coreia do Norte, têm um acordo de incidência militar). 

O segundo é o das possíveis negociações entre a Ucrânia e a Rússia.

Vamos ao primeiro caso.


Os norte-coreanos da Ucrânia



O que se diz ser a presença de militares da República Popular e Democrática da Coreia, designação oficial deste país, numa região que pertence a outro país, a Rússia, com a qual o primeiro país tem um acordo de cooperação militar, tem sido um argumento esgrimido pela parte contrária (a Ucrânia) desde há meses, com as declarações dos dirigentes ucranianos a fazerem pensar que ele seria o argumento para os ataques com mísseis contra alvos indiscriminados dentro da Rússia.

O certo, no entanto, é que não há provas concretas e chegámos ao ponto de ter declarações de um soldado ucraniano à BBC inglesa  a dizer que "é muito difícil encontrar um coreano no escuro da floresta de Kursk. Em especial se ele não estiver lá".

Apresentar como seguríssima essa presença militar, sobretudo quando ela provém exclusivamente dos adversários e inimigos da Rússia e da Coreia do Norte, não é informação nem jornalismo. 

Não há, aqui, "verificação de factos", "alegados" ou qualquer outra forma de distanciamento. Está tudo à vista. 

A CNN e os seus funcionários portugueses perfilham, sem problemas de consciência, o que é, apenas, a afirmação de apenas um dos lados e para a qual não existe uma única prova. Porque, convenhamos, tudo o que se tem visto, incluindo as fotografias e os vídeos, é facílimo de fazer, e nem à Ucrânia nem à Coreia do Sul faltam meios técnicos e perícia audiovisual para terem êxito na fabricação de ficções, como podem ser estas:












O presidente ilegítimo


A CNN também escondeu, e omitiu, partes essenciais da argumentação russa sobre dificuldades processuais concretas que afectam possíveis negociações entre a Ucrânia e a Rússia. A saber:

1. Não houve eleições presidenciais na Ucrânia, como devia ter havido, e o homem que ocupa a presidência não tem legitimidade constitucional para assinar compromissos.

2. No impedimento do presidente, cabe ao presidente do Parlamento representar o Estado e é a ele que cumpre assumir compromissos em nome do Estado.

Foi isto que, pelo menos, disse o presidente russo, sendo essa parte omitida na CNN.

Ou seja (e gostem ou não, está aqui a notícia esclarecedora da agência Sputnik): Zelensky pode ser um interlocutor (é óbvio, é quem lá está) mas não pode assinar... até porque essa assinatura poderia ser, a qualquer momento, posta em causa por outra parte. A questão é claríssima e a sua compreensão não exige uma licenciatura em Direito.





Mas a verdade, uma delas, está aqui:












terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Coisas (muito) boas


Isto é uma caçoila, um recipiente de barro onde foi cozinhado, no forno, uma espectacular chanfana (de cabra, mas jovem). 

O sítio é, para mim, o do costume: o restaurante Vale Velho, em Caldas da Rainha, onde se cumpre a função de atender diariamente, os clientes que o procuram, mas onde também há espaço, disponibilidade e sabor para outras coisas. Como esta, deliciosa no sabor e de apresentação igualmente apetitosa.






domingo, 26 de janeiro de 2025

Já chega, não?


Alarmemo-nos, portanto?










De onde é que virá esta loucura histérica de uma imprensa desacreditada e em crise?

Será apenas porque continuam a pensar que a única coisa que podem vender com algum êxito é, pura e simplesmente, o medo?

Ou terá esta gente algum problema de natureza mais privada que os faz transformar o que são, apenas, previsões (e de fontes nem sempre rigorosas) em certezas quase apocalípticas?

Ontem, dia de "tempestade", o dia esteve assim nesta zona do Oeste litoral:






Hoje, dia de "tempestade" com avisos igualmente alarmistas da duvidosa Protecção Civil, houve mais vento, um céu carregado de nuvens e, a partir das 10h30, mais ou menos, chuva miudinha. Se há, ou houve alguma coisa, não é em "todo o País".




Ou seja: esteve, hoje, um típico dia de Inverno.

Numa altura em que há mais meios para fazer previsões e em que a ciência, em geral, até progrediu, é estúpido continuar a transformar previsões que são filhas de pais incógnitos ou de provenientes de sites duvidosos em certezas alarmistas.

Não chega, já, de tanto disparate?








sábado, 25 de janeiro de 2025

EDP/e-Redes: a Crónica das Trevas (115): em rajada


 





Às 20h35 foi um mini-apagão, de segundos, que, no entanto, se repercutiu no funcionamento dos electrodomésticos.

Às 10h45 refinaram a coisa: uma sucessão, em rajada, de mini-apagões. "Mini" mas com impacto máximo nos electrodomésticos.

Uma , como habitualmente!





"Verificação de factos"

Isto é que é jornalismo: continuam a insistir que há soldados norte-coreanos (República Democrática e Popular da Coreia) na Rússia mas as únicas fontes que citam são a Ucrânia, o Reino Unido e a Coreia do Sul (República da Coreia).




A "verificação de factos" é equivalente a uma folha de papel higiénico já usada, neste caso em, pelo menos, três ânus diferentes...








quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Ódio

É interessante ver como a imprensa oficial e os seus peões bon chic bon genre não conseguem ultrapassar o ódio (“de classe”, ou com falta dela) contra o agora presidente dos EUA.

Por exemplo:















Não vão às políticas em si e recusam-se a ver como saiu, e pela porta baixíssima, um dos piores e mais perigosos presidentes que houve nos EUA com a detestável caterva que o assistiu e dele se serviu (e todas as mudanças são boas em situações de crise, mesmo que só num primeiro momento). Enchem a boca com as “percepções” e depois não conseguem ir além delas.

Faltam-lhes o discernimento… e a vergonha.


*

E tenho de dizer, mais uma vez, que não sou eleitor nem voto nos Estados Unidos da América e que voto (quando voto...) em Portugal, onde sou eleitor?!...




 



terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Coisas (muito) boas

 

Pataniscas de bacalhau no restaurante Vale Velho, em Caldas da Rainha: um recheio rico de sabor, bem temperado, envolto num polme bem frito e às vezes gulosamente crocante. Com acompanhamento ou só como entrada, são deliciosas.


sábado, 18 de janeiro de 2025

Como o PSD de Caldas da Rainha está a voltar costas à Câmara Municipal e a humilhar Hugo Oliveira


A minha dúvida (o PSD ainda pode recuperar a Câmara Municipal de Caldas da Rainha nas eleições autárquicas do Outono deste ano?) existe desde Agosto do ano passado e está devidamente fundamentada, com todos os pormenores, no que aqui escrevi.

A questão essencial é, cada vez mais, esta: o maior e mais bem implantado partido político do concelho, não tem um candidato à presidência da câmara que perdeu, ingloriamente, em 2021, não tem uma equipa de candidatos a vereadores e à Assembleia Municipal. E o seu inimigo principal, Vítor Marques, que venceu o PSD nesse ano, está em campanha para a sua própria reeleição praticamente desde que foi eleito, há quatro anos.

E só faltam oito meses para as eleições.




Visivelmente à deriva, o PSD decidiu recuar ainda mais e lançar um processo de escolha por telefone, tipo sondagem, tão aleatório como formalmente idiota, para definir quem é o seu candidato a partir de dois nomes: Jorge Varela e Hugo Oliveira.

A situação é ainda mais estranha porque um dos nomes é uma confissão de impotência política e de derrota pré-anunciada. E estou a falar de Jorge Varela, que foi um péssimo presidente de junta, com uma gestão desastrosa (e politicamente ofensiva) na União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. Coleccionou fracassos e que saiu pela esquerda baixa, refugiando-se no seu lugar de professor do Instituto Politénico de Leiria. 

Considerá-lo um candidato credível revela bem a desertificação do PSD de Caldas da Rainha. E pô-lo como alternativa, interna, a Hugo Oliveira é uma humilhação para Hugo Oliveira, porque atira contra o candidato "natural" do PSD um resíduo político. Que, se for o candidato do PSD, terá uma derrota certa, e infelizmente merecida, às mãos de Vítor Marques.

Hugo Oliveira, que acompanhou os presidentes Fernando Costa e Tinta Ferreira na Câmara Municipal de Caldas da Rainha, é deputado na Assembleia da República e é, ainda, o dirigente do PSD com maior visibilidade e maior intervenção no concelho. 

Em certa medida, e mesmo contra os seus projectos mais pessoais, acaba por ter a responsabilidade, ou a obrigação politicamente "moral", de assumir a candidatura à Câmara. Já o devia ter feito. Já devia estar a conduzir a campanha do PSD para derrotar o actual presidente, tarefa que até ainda pode estar ao seu alcance.

Por tudo isto, e por tudo o que é, Hugo Oliveira não precisava de ser posto no mesmo plano de um fracassado presidente de junta. E nós todos, o concelho de Caldas da Rainha, precisamos de Hugo Oliveira na presidência da Câmara Municipal. 

Não há outra forma, agora, de derrotar o projecto de poder pessoal, económico e político, que domina a Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 



quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Desespero

 







Numa nova demonstração de como o Ocidente anti-russo está a escorregar alegremente para uma fascização que devia inquietar-nos a todos, Ben Wallace, ministro da Defesa de Boris Johnson, Truss e Sunak, defendeu no jornal inglês "The Daily Telegraph" um ponto de vista inédito: o "mal" já não está personificado apenas no presidente russo, Putin, mas em todo o povo russo (que, afinal, apoia o seu presidente...) e há que meter a Rússia toda (146 milhões de habitantes em 17 075 400 quilómetros quadrados) numa prisão e isolá-la toda e com muros bem altos.
O desespero desta gente até poderia dar vontade de rir, não fosse o caso de os Wallaces do Ocidente controlarem governos, forças policiais e militares (ou que delas resta) e meios de comunicação social. O que os torna assustadoramente perigosos...




segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Patadas na língua, patadas no jornalismo (5)

 

Quem afunda, afunda alguma coisa. Ou, então, afunda-se por si próprio. Neste caso, lamentavelmente comum, a frase é um aborto: o navio afundou-se ou afundou alguma coisa? Quem escreveu esta coisa sabe escrever português? Ou está a afundar-se a si próprio na asneira?








Pronunciar, em voz alta ou mentalmente, uma frase é sempre útil para avaliar da sua qualidade, ou eficácia. Aqui, os títulos que se seguem já são de leitura pouco fluente. Na transposição para a oralidade ficam uma espécie de salada de palavras. Não seria mais eficaz "Restaurante de francesinhas ameaça prédio com incêndio imediato"? Tal como "Escolhidos os directores de seis museus naturais"? Sim, quando se sabe escrever e falar português. Não deve ser o caso de quem escreveu estas coisas.














Erros. Pura e simplesmente. Mais directamente: patadas. Porque há quem escreva com os pés...














Não percebo o fascínio que o verbo "colocar" exerce. Até porque, em português, é um verbo de sons soturnos, fechados, que soa a "culucar". Pronunciado por um brasileiro ganha uma vivacidade diferente ("cólócár"), mas na escrita é esta miséria que parece ter-se tornado moda.








Se não sabem outras línguas (e já em língua materna são ignorantes), porque é que as usam? "Zeitenwende" (palavra feminina que significa "princípio de uma era" ou "ponto de viragem" e que ficou associada a uma intervenção no Parlamento alemão do ainda chanceler Olaf Scholz em Fevereiro de 2022) e "Wundertüte" (palavra masculina que pode traduzir-se por "caixinha de surpresas") são substantivos alemães e, como tal, devem ser escritos em caixa alta. Ou seja, em maiúsculas.
 









Marques Mendes. Sempre ele, no seu conflito com a língua portuguesa...












"Ova"?!







A burrice e a ignorância, às vezes, tornam-se moda (até podia escrever "a burrice e a ignorância, às vezes, torna-se moda"...) e o resultado é que onde devia estar a forma plural no verbo, está a forma singular: "Falta guardas e torres...", "Falta o formulário e outra lista", "Vem aí um arrefecimento (...) mas também fenómenos...".  Como é que é possível tanta asneira?!
















Fiel a uma certa tradição literária de outros tempos (de pendor mais conservador) do quase extinto "Diário de Notícias", houve algum poeta local, dos muitos que ainda devem existir nesta publicação, que quis fazer poesia na primeira página. E o esforço, decerto titânico, deu nisto: o verbo "complicar" (usado de forma errada, aliás) a rimar com "falhar". É um verso de "pé quebrado", mas é um verso. "Grande poeta é o povo"...









"Suposto"? E, já agora, "supostamente". Mais duas palavras importadas da língua inglesa que, traduzidas à letra, deixam de ter um significado preciso.