terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Couto dos Santos: a imprensa mostra como é agora

António Couto dos Santos foi ministro da Educação de Março de 1992 a Dezembro de 1993 (sendo substituído por Manuela Ferreira Leite), sendo Cavaco Silva o primeiro-ministro. A sua saída do Governo não parece ter sido causada pelas dificuldades em enfrentar a contestação estudantil na época da "Guerra das Propinas" e do "Não pagamos".

A designação de "geração rasca" aplicada a estudantes que se manifestavam, exibindo alguns deles os respectivos pénis, foi da autoria do então director do "Público", Vicente Jorge Silva. Esta manifestação e o e o epíteto do jornalista ocorreram em Maio de 1994, quando Manuela Ferreira Leite era ministra da Educação (cargo em que se manteve até ao fim do governo de Cavaco Silva, em Outubro de 1995).

Couto dos Santos teve direito a uma manifestação também mais animada quando, no decurso de uma reunião de representantes e entidades do ensino superior, uma meia-dúzia de estudantes baixou as calças e exibiu, pintada numa sucessão de nádegas, a declaração "Não pago", alusiva às propinas.

Ou seja, a designação de "geração rasca" é de Maio de 1994 e Couto dos Santos saiu do Governo em Dezembro de 1993.

Mas hoje o "DN" (que tem um arquivo histórico!) e o "Observador" (onde são chefes dois jornalistas que, em tempos, se ocupavam, com reconhecido profisisonalismo, de assuntos de educação e ensino: José Manuel Fernandes e Dulce Neto) põem o então ministro Couto dos Santos a "enfrentar" a "geração rasca" de 1994.

A medíocre imprensa que temos é isto: a incapacidade de ter memória, de a saber usar ou de procurar os seus registos. A abulia é absoluta.

Na primeira página do "Diário de Notícias"






No "Observador"





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