Há de ter sido por volta de 1990 ou 1991, quando trabalhei no extinto semanário "o jornal" como jornalista, que fui a Olivença em reportagem. Os dois ou três dias em que estive nessa cidade, na companhia do excelente repórter fotográfico Inácio Ludgero, serviram para conhecer a realidade da questão de Olivença.
Ao contrário de muitos opinadores apressados (e que da matéria nada percebem), fiquei a perceber qual era o problema.
Os cidadãos de Olivença identificam-se (como agora se diz) como portugueses, muitos são portugueses (ou terão, suponho, dupla nacionalidade), há uma presença e uma herança portuguesas fortíssimas. Olivença é, legalmente, portuguesa, embora este Estado nunca a tenha reclamado a sério. Mas a qualidade e o custo de vida em Portugal são uma coisa e a qualidade e o custo de vida em Espanha são outra. Portanto, Portugal? Não, Espanha. Que, geograficamente, até é onde Olivença até está inserida.
A questão é, muito simplesmente, esta. E quando o ministro da Defesa, por quem tive maior apreço enquanto dirigente partidário do que agora como ministro, diz que Olivença é portuguesa, está apenas a reafirmar o óbvio. E bem.
Não haverá, como é evidente, nenhuma iniciativa política, militar, diplomática ou outra para recuperar Olivença.
Mas andou bem o ministro da Defesa ao falar no assunto. Quanto mais não seja, porque reafirmou o que deve ser uma prioridade: afirmar a soberania nacional do nosso país. Que, aliás, a tem estado a perder, paulatinamente, quando os seus governantes se vão curvando perante o poder político e militar da liderança da União Europeia, dos EUA e da NATO.
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