terça-feira, 28 de maio de 2024

Meteored a meter água

 

Já me referi aqui ao tipo de jornalismo (?) sensacionalista e que explora o medo, numa perspectiva terrorista, que é praticado pelo site espanhol Meteored/Tempo.pt. Não é caso único, claro, mas este é mais refinado ao armar-se em serviço de informação meteorológica. 

A meteorologia foi transformada, por esta gente, num eterno e sombrio motivo de preocupação porque... nunca há sol, está sempre a chover ou vai chover, está frio e vai continuar a estar. É só o que noticia o Meteored/Tempo.pt no que se refere à meteorologia. Que, para ir variando, também vai dizendo que ficaremos todos submersos, não tanto por um dos "rios atmosféricos" que tanto encantam esta gente como pela subida da água do mar, que era imputada ao fenómeno designado por "aquecimento global" e que é agora imputada ao fenómeno designado por "alterações climáticas".

A base é sempre a mesma: os "estudos". Interessa pouco se a pesquisa que conduziu ao estudo é séria ou é inexistente, se os autores existem ou não, se a entidade onde ele nasce é credível, se contradiz outros estudos. Entre o sensacionalismo e o incrível, ele há estudos para tudo, até para saber se as galinhas... coram.





Mais recentemente, além das galinhas que coram, o Meteored/Tempo.pt entusiasmou-se, como é habitual, com outro "estudo" que, como todos aqueles que interessam à imprensa (e isto será "imprensa"?!), só pode ser apocalíptico.

É um "estudo" "novo" (todos os "estudos" são "novos") que garante que "podemos" ficar submersos, obviamente agitado pela criatura que parece dirigir o ramo nacional da coisa. Mas é claro que tanto "podemos" como não. Mas o que interessa é a hipótese capaz de assustar as pessoas. Vejam bem...










Mas não deixa de ser interessante constatar que o "novo" não o é. A memória e os mecanismos de pesquisa servem para estas coisas e lembrei-me de outra previsão que metia água e que, em qualquer telejornal, agitou suficientemente uma pessoa idosa que me perguntou se... Peniche ia mesmo ficar debaixo de água.

A previsão era de 2019 e a fonte é, aliás, a mesma: uma organização chamada Climate Central, que até tem um "mapa interactivo".









Portanto, nada disto é novo. E é interessante constatar que, em cinco anos, não houve mudanças nas previsões. Dirão os entusiastas das "alterações climáticas" que isso só demonstra que nada foi feito para evitar a ameaça. Mas quem tentar ser mais racional deverá dizer que, perante tanto alarmismo e tanta queixa de que nada se faz, afinal a situação não se agravou. 


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