segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Ler jornais já não é saber mais (95): o jornalismo da máquina de calcular



Dar outra perspectiva da realidade? Contar as "histórias" por trás dos factos? Enquadrar as notícias para elas se perceberem melhor? Agenda própria? Reportagem?
Não. Basta uma máquina de calcular para fazer uma simples operação de dividir: dias, horas, minutos, segundos, anos, o que for. E temos jornalismo. Ou jornalixo?
































domingo, 25 de outubro de 2020

Notas de prova

Moscatel Galego Branco 2019  DOC Douro
Moscatel Galego Branco
Pingo Doce - Real Companhia Velha, Vila Nova de Gaia
13% vol.
Bom!

Notas de prova

 

Piano — Tinto  2019  DOC Douro
Touriga Franca,Touriga Nacional,Tinta Barroca,Tinta Roriz
Carlos António Sampaio Alonso, Alijó
13,5% vol.
Bom.
(Bebido no restaurante Vinha d'Alhos, em Valado dos Frades, Alcobaça, 
a acompanhar bochechas estufadas)

Notas de prova

 

Morgado de Silgueiros — Reserva  2014  DOC Dão
Sem indicação de castas
Adega Cooperativa de Silgueiros, Silgueiros
13% vol.
Muito bom.

Notas de prova

 

Quinta do Escudial Touriga Nacional — 2015 — DOC Dão
Touriga Nacional 
Quinta do Escudial, Vodra (Seia)
14% vol.
Excelente.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A propósito da fralda no focinho



 

1 - A Iniciativa Liberal esteve muito bem no debate sobre a ditadura das máscaras. Merece ter mais votos. 

2 - O Chega! devia ter estado no Parlamento, mas André Ventura já tinha dito que estava contra. Também merece ter votos.

3 - O PSD tomou esta iniciativa por demagogia, porque sabe que é o que as pessoas, em pânico, querem: uma fralda no focinho. Os outros, à excepção do PCP, foram em rebanho. Quem votou a favor não merece os votos de quem ainda está capaz de raciocinar.

4 - O texto aprovado, pelo que se percebe, é incompetentemente impreciso quanto ao "distanciamento" cuja falta justifica a mordaça. Vamos ter os polícias a calcular a olhómetro a distância entre as pessoas? 

5 - Só não digo que estes políticos são, e estão, "abaixo de cão", porque gosto de cães e respeito-os, os meus e os dos outros. Mais do que a estes políticos.


Podridão

 Entretanto, ali para os jardins de Belém...




Mancha de humidade ou sombra em calças apertaditas

 


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Um barracão que será... uma casa clandestina?




A faixa de terreno em que esta construção assenta é exígua, sobretudo para uma estrutura que é quase, insolitamente, quadrada. 
À frente e atrás quase nem tem espaço, aos lados tem mais espaço. Também não existiam aqui quaisquer ruínas de uma casa anterior e este pormenor é, parece-me, importante, porque, pelo menos há algum tempo, não era possível construir de raiz nesta zona.
E esta zona é a Serra do Bouro, no concelho de Caldas da Rainha, a cerca de dez quilómetros da capital do concelho e com a costa atlântica ao alcance de minutos.
Há meses, depois de arrasadas a vegetação e as árvores existentes, foi construído um muro improvisado que poupa, felizmente, o que parece ser um caminho público. 
Depois começaram a pôr estruturas de madeira. 
Depois foram as paredes, em dois planos com uma placa que parece oleado entre eles, e o telhado, na horizontal com um cano verde a espreitar por um buraco, talvez para escoar a água da chuva.
Finalmente, a coisa ficou montada.



A coisa é, na aparência, um barracão. Um barraco, melhor dito. Um armazém. Ou uma casa disfarçada de barracão. O interior tem várias divisões, a parte que está encostada ao muro tem uma porta de entrada. A parte oposta tem uma varanda, que dá directamente para outra casa onde, se abrirem as janelas, exporão a sua vida íntima aos habitantes do barracão.
O barracão, estranhamente, não tem janelas para apanhar o sol da manhã ou o sol da tarde. Não é a primeira vez que vejo isto: os amantes destes caixotes não percebem, normalmente, de onde vem o sol. Ou, então, são os habilidosos que lhes vendem estes enjoos urbanísticos que nem querem saber.
Além disso, o contraste com a paisagem e as outras habitações próximas é chocante. A coisa parece saída dos bolsos de um qualquer pato-bravo chico-esperto que quer exibir a modernidade de uma casa de madeira que, no entanto, é de uma mediocridade estética verdadeiramente merdosa.





O barracão não é, apenas, estranho nesta perspectiva. É estranho em todo o seu processo de construção. E não é só a dúvida sobre a viabilidade da construção. 
É, ainda mais, a ausência do aviso camarário de que a obra se encontra licenciada. É a falta de ligação à rede eléctrica e à rede de água. É o modo apressado como a coisa foi feita. É, ainda, o violento contraste com a paisagem envolvente.
Não sei, naturalmente, qual a situação desta coisa. Mas há uma coisa que eu sei e que, possivelmente, ainda vigora: há municípios onde a burocracia urbanística e das obras particulares, a justificada e a 
injustificada, se contorna de uma maneira... e não, não é só essa em que o leitor estará a pensar. 
O truque é este: se os regulamentos impedem construções de tijolo, definitivas, o melhor é pôr no terreno construções que podem ser consideradas provisórias, em madeira, por exemplo. Assim, os serviços municipais já não podem opor-se e a inércia, o tempo que vai passando e um fiscal mais 
"amigo" acabam por criar uma espécie de deferimento tácito a que depois facilmente se juntam as ligações à rede de água e de electricidade.
Acredito que seja isto que está a acontecer.  E, pior ainda, que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha deixe passar a coisa. Esteticamente, os seus valores são zero e legalmente... é impossível não pensar que vale tudo.




segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A matilha que assusta os políticos



Ladra sem se calar, de cio espevitado pelo jornalixo, uma matilha de ilustres criaturas — profissionais da saúde e de outras coisas interligadas, que devem ser excelentes pais de família, médicos do melhor que há, Albert Schweitzers em potência capazes de irem sacrificar-se pelas crianças pobres do mundo (mas não pelas crianças das famílias empobrecidas das "sopas dos pobres" do confinamento), economistas e coordenadores deste mundo e do outro. de lugares e ganhos sempre seguros, que apregoam o Apocalipse e defendem o apocalipse social e económico — que tenta forçar os políticos a decisões que vão lixar todos os outros.
E eles, os políticos, cobardes, amocham.





Podridão

 





domingo, 18 de outubro de 2020

O Governo está a esconder informações ou então não sabe o que se passa...




(Autoria desconhecida.)



As informações (?) que vão sendo dadas pela DGS diariamente, no seu rol alucinado de "novos casos" e no esquecimento absoluto de que há mais doenças além do covid, deixam muitas zonas de sombra.
E é pena que não haja perguntas sobre o muito que fica por dizer. Se eu ainda fosse jornalista faria às autoridades políticas estas 22 perguntas que se seguem. É pena que mais ninguém as faça.

1 - Porque é que a DGS indica que não há registos de doenças com gripe nesta época?

2 - Qual é a capacidade dos hospitais, em matéria de internamentos (e incluindo as UCI) nesta altura?

3 - Qual era a capacidade dos hospitais, em matéria de internamentos (e incluindo as UCI) em Abril?

4 - Qual é a taxa de mortalidade de doentes cuja morte pode, sem sombra de dúvida e sem necessidade de contraprova, ser atribuída ao covid entre Abril deste ano e agora? Qual é a média de idades destes mortos?

5 - Quais são as afecções (que claramente não podem ser consequência do covid, como gripes, fracturas, cancros, acidentes cardiovasculares, etc.) dos doentes internados em UCI?

6 - Qual é o grau de gravidade, e quais são as afecções, dos doentes internados não em UCI?

7 - Quantas pessoas consideradas “casos” por testes positivos estão fechadas em casa e quais são os tratamentos aplicados?

8 - Quantas dessas pessoas estão, na prática, sem qualquer tipo de tratamento porque não têm sintomas?

9 - Os “novos casos” diários brotam do chão ou são resultado de testes, de quantos testes por pessoa em média e referem-se a que período de dias?

10 - Em cada conjunto dos “novos casos” anunciados todos os dias, quantos são, em função dos testes, os “casos” “positivos”, os “negativos”, os “falsos positivos” e os “falsos negativos?

11 - Qual é a estratégia e/ou intenção da DGS com a sua política de testes em massa? Tencionam testar os mais de 10 milhões de habitantes de Portugal?

12 - Quantas empresas e entidades públicas estão, nesta altura, a fazer testes?

13 - Onde é que foram adquiridos os testes que estão a ser feitos nesta altura?

14 - Qual é a taxa de fiabilidade dos testes que estão a ser feitos nesta altura?

15 - Qual é o volume de negócios que envolve a actividade dos testes (quantas empresas, qual a sua facturação, quanto é que o Estado está a pagar pelos testes)?

16 - Qual é o volume de negócios gerado pela venda de máscaras?

17 - Quais são as ligações empresariais dos médicos e especialistas que aconselham e trabalham para a DGS e que são, ao mesmo tempo, representantes de associações clínicas e porta-vozes da Ordem dos Médicos?

18 - Se as máscaras são eficazes na contenção das contaminações, isso quer dizer que o(s) agente(s) causador(es) da infecção ficam no seu material e se, como é dito, o vírus fica em superfícies durante vários dias, porque é que não há contentores específicos por todo o lado para a recolha das máscaras usadas?

19 – Existe alguma avaliação científica feita na DGS a propósito da utilidade das máscaras, atendendo à aparente contradição entre o seu uso generalizado desde há 7 meses e o “aumento dos ‘novos casos’”?

20 – O que significa a existência de “contactos em vigilância” mencionados nos “boletins” da DGS e onde é que essas pessoas se encontram e como é que são medicadas?

21 – Porque é não há contágios nos transportes públicos mas há contágios em meios sociais?

22 – Como é que a DGS garante que as pessoas que podem ser “casos positivos” depois de um ajuntamento na via pública não o eram já antes desse momento?


A propósito: a sida, por exemplo


Alguém se lembra de como nos EUA, entre 1982 e 1983 e perante o silêncio embaraçado do governo de Ronald Reagan, que não sabia o que havia de fazer, os cientistas e os médicos (que nem conseguiam pôr-se de acordo quanto à origem da epidemia) lançaram uma onda histérica de pânico sobre os eventuais perigos de transmissão da sida (que depois não se confirmaram)? 
Em Março de 1983 a Associação Médica Americana, equivalente à Ordem dos Médicos portuguesa, alertou: «Provas sugerem que os contactos domésticos podem transmitir a sida» 
A agência Associated Press difundiu esta posição e os jornais publicaram-na. 
Os funcionários dos serviços públicos de São Francisco começaram a distribuir máscaras faciais e luvas de borracha aos polícias e aos bombeiros. 
Um condutor que atropelou um transeunte gay em Chicago telefonou para a “Saúde24” local a perguntar se devia “desinfetar” o carro para não apanhar sida. 
Isto não vos faz lembrar nada?

sábado, 17 de outubro de 2020

Contas simples

 Por Cristina Miranda, no Facebook:




Notas de prova

Quinta do Escudial — Tinto 2011 — DOC Dão
Touriga Naciona (30%), Tinta Roriz (30%), Alfrocheiro (20%) e Jaen (15%) 
Quinta do Escudial, Vodra (Seia)
13% vol.
Excelente.

Notas de prova


Foral D. Henrique — Tinto 1992 — Dão
Sem indicação de castas
Adega Cooperativa de Mangualde
12,5% vol.
Bom!

Notas de prova

 

Quinta do Escudial — Tinto 2013 — DOC Dão
Touriga Nacional (35%), Alfrocheiro (20%), Jaen (20%) e Tinta Roriz (25%)
Quinta do Escudial, Vodra (Seia)
13% vol.
Bom!

Notas de prova


Quinta do Escudial — Tinto Reserva 2011 — DOC Dão
Touriga Nacional (50%), Alfrocheiro (15%), Jaen (15%) e Tinta Roriz (20%)
Quinta do Escudial, Vodra (Seia)
14% vol.
Muito bom.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Calamidades


(Autoria desconhecida.)


Já repararam que a verdadeira calamidade é o estado em que os governos do PS nos deixam, com as suas indispensáveis bancarrotas? 

Já sofremos três e eles estão outra vez no poder, e em modo de ditadura…





quarta-feira, 14 de outubro de 2020

A vespa asiática não é assunto de urgência para a Câmara Municipal de Caldas da Rainha (3): desconfiança absoluta



Há 12 dias avistei este ninho de vespa asiática, numa árvore fora da minha propriedade. Foi na sexta-feira, dia 2. Comuniquei, nesse mesmo dia, ao serviço de Protecção Civil da Câmara Municipal de Caldas da Rainha. Enviei fotografias, tiradas à distância. Não se notou nada.

Na terça-feira, dia 6, enviei fotografias tiradas com teleobjectiva e que, como esta que eu aqui publico, eram claríssimas. Entretanto, chamada por um vizinho, a GNR veio confirmar a existência da ameaça.

Na quinta-feira, dia 8, enviei um e-mail ao mesmo serviço, a pedir que me informassem do que tinham feito. Pouco depois, ainda nesse dia, telefonaram-me da Protecção (?) Civil para me dizerem que o "técnico" já tinha vindo "intervencionar"... no dia 1, quinta-feira, antes mesmo de eu dar o alerta. Tipo pescada que antes de o ser já o era.

O mais estranho disto tudo é que o mesmo "técnico" (um "Carlos" que não se apresentou mais do que isto) me telefonou na manhã do dia 6, para saber onde ficava o ninho... quase uma semana depois de cá ter vindo!

Nesta segunda-feira inquiri de novo a Proteção (?) Civil. O que me responderam foi isto: "Sendo do nosso conhecimento, o Técnico de Intervenção já desactivou o ninho, mas o mesmo fica no local, tal como já lhe foi comunicado por telefone."

No domingo passado, dia 11, pouco antes de um almoço familiar ao ar livre, apareceu junto à mesa uma vespa asiática. Não a consegui apanhar, nem fotografar. Mas estava viva e bem viva. E era bonita, já agora, mais bonita do que as vespas "normais".

Portanto, a ameaça ainda existe? É o mais natural. A Câmara Municipal de Caldas da Rainha é uma entidade que me suscita a desconfiança mais absoluta. 

Suponho que a intervenção da GNR pode obrigar a uma clarificação. Mas desta gente toda não há muito a esperar.

Embora haja uma certeza: se houver danos físicos ou materiais, o responsável n.º 1 é este tipo de barriga espetada que aqui figura: é o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e, provavelmente, o pior de todos os presidentes que este município conheceu até agora.



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O problema das pandemias e a cobardia dos políticos perante o "novo coronavírus"


 

O que leva a que as epidemias se transformem em pandemias é, em grande medida, a incapacidade dos cientistas em combatê-las e em limitar os seus efeitos por absoluto desconhecimento do agente patogénico.

Foi assim, por exemplo, com a gripe espanhola, com a peste de Los Angeles, com a psitacose e com a doença dos legionários. Foi, evidentemente, o caso do “novo coronavírus”.

Só que, neste caso, os políticos curvaram-se à onda de pânico (horas de telejornais catastrofistas) e entregaram o seu poder de decidir aos cientistas. E estes, ignorantes perante a ameaça, lançaram-se em profecias que pré-confirmavam o apocalipse que as televisões iam anunciando.

Agora, os cientistas do Apocalipse não podem voltar atrás porque é a reputação deles que está em causa e os políticos não têm coragem de reconhecer que se deixaram enganar porque, se isso acontecesse, acabariam por ser penalizados pelos milhares de mortos das doenças “normais” e pela crise económica que cobardemente geraram.

[Não sei quem é o autor do cartoon, mas tem muita graça.]



sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A vespa asiática não é assunto de urgência para a Câmara Municipal de Caldas da Rainha (2): a inutilidade da Protecção Civil


Faz hoje uma semana que comuniquei à Protecção Civil da Câmara Municipal de Caldas da Rainha a existência de um ninho de vespa asiática perto do sítio onde moro. De nada serviu.

Uma semana depois, o que temos é isto: o assunto está resolvido; o assunto não está resolvido; o assunto já estava resolvido antes de ser assunto; o assunto vai ser resolvido; o assunto há de ser resolvido.

 A GNR já interveio e o que fez seguiu para a Protecção Civil. Deste serviço, quando ontem perguntei por e-mail o que estavam a fazer, responderam-me com um telefonema para me informarem que um sujeito já tinha resolvido o problema... na quinta-feira, no dia anterior à minha comunicação. Sujeito esse que me telefonou esta semana (terça-feira) a perguntar onde era o sítio... e que disse a uma minha fonte que o problema ficou resolvido na tarde de... terça-feira. Desta semana!

Isto é a Protecção Civil da Câmara Municipal de Caldas da Rainha. O que “protege” não sei, mas não é a população. É capaz de "proteger" empresas amigas, que até "resolvem" os problemas antes de eles existirem. Mas a população é que não.

Está visto que as vespas asiáticas, pela sua relativa indiferença para com as pessoas e os animais de maior porte, são menos perigosas do que a inactividade da Protecção Civil local.

 Não é de agora. Em 15 de Outubro de 2017 houve aqui um enorme incêndio, a que só foram poupadas casas e pessoas, porque o vento, lá está, se revelou menos perigoso do que a Protecção Civil, que nunca se fez sentir, nem sequer para desimpedir as estradas se as populações tivessem querido fugir das chamas.

Protecção Civil? E, já agora, presidente da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia?! Antes as vespas asiáticas. A essas não tenho de pagar impostos nem de sustentar!





quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A vespa asiática não é assunto de urgência para a Câmara Municipal de Caldas da Rainha (1)

 





Isto é um ninho de vespa asiática, visto de perto. 

Avistei-o ao longe na sexta-feira passada, dia 2, pela primeira vez, quando a queda outonal das folhas deixou algumas árvores mais despidas. Vejo-o de minha casa, e é realmente impressionante. E é impressionante, também, recordar-me, agora, de que neste verão não vi abelhas no jardim. Ou seja: o ninho já deve estar ali há meses. 

A vespa asiática é uma praga e um perigo, podendo atacar pessoas e outros animais com especial ferocidade e matando as abelhas. 

Procurei informar-me e, entre outros elementos, encontrei na internet as fotografias que se seguem divulgadas pelas câmaras municipais de Abrantes, Marco de Canaveses e Pombal, o que dissipou as minhas dúvidas: só podia ser, realmente, um ninho de vespa asiática.






Lendo as indicações oficiais, contactei por telefone, por volta das 9h, o serviço de Protecção Civil da Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 

Disse, nessa altura, o que vira e a pessoa que me atendeu (que parece secretariar vários serviços) pediu-me fotografias. Não consegui melhor do que isto, mas foi o que enviei depois de mais um telefonema para um número de telemóvel recomendado no site da Câmara Municipal de Caldas da Rainha e que foi atendido por uma voz de homem claramente enfastiado.

Às 11 horas seguiram estas fotografias:





Esperei, confesso, um contacto durante todo o dia de sexta-feira. A situação exigia uma intervenção urgente, não era?

Não.

Passaram sábado, domingo e segunda-feira (feriado). Foram dias em que a administração pública não trabalhou e, como se depreende, também devem ter pensado que as vespas ficariam a descansar. Três dias seguidos? Que bom!

Na terça-feira, anteontem, fui contactado de manhã por um homem (que apenas deu o primeiro nome), que vinha a mando da Protecção Civil local. Indiquei-lhe por três vezes o local. Não o vi, não sei o que fez, mas suspeito de que poderá ter encontrado algum ninho... mas noutro sítio. Na tarde desse dia, um vizinho contactou com a GNR que prometeu vir ao local na manhã seguinte. A intervenção da GNR daria origem a uma informação que seria enviada ao serviço onde começou este atraso de vida: a Protecção Civil da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.

Ontem, quarta-feira, vi de facto um carro da GNR a passar por aqui.

Faz amanhã, sexta-feira, dia 9, uma semana que avisei a Câmara Municipal de Caldas da Rainha. Acho que as vespas ainda por lá andam, felizes da vida.


sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Um exemplo bem claro de demagogia eleitoralista e de desonestidade política

 


As obras públicas feitas no ano em que há eleições autárquicas depois de três anos de utilidade, são um dos mais nojentos exemplos da demagogia e da desonestidade políticas. É o que acontece neste caso que aqui relato.

*

Vamos aos factos, começando pelas obras e pelo exemplo bem em concreto da Serra do Bouro, uma ex-freguesia rural de Caldas da Rainha que foi absorvida por uma freguesia urbana da capital do concelho.

As eleições autárquicas realizaram-se em 1 de Outubro de 2017 (há três anos) e, para a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, foi eleito um conjunto de militantes do PSD, onde existiam um presidente novo e dois ex-presidentes da mesma junta. Ninguém deste grupo poderia dizer que não conhecia a situação da circulação rodoviária e pedestre da Serra do Bouro.

Antes das eleições, o mesmo grupo anunciou uma espécie de programa eleitoral que, convenientemente, não se consegue hoje encontrar. Nessa altura fiz aqui um comentário, para o qual remeto os leitores e de onde convém reter um dos aspectos mais significativos: "revisão geral de todos os caminhos agrícolas e florestais e criação de percursos pedonais, aproveitando antigos caminhos rurais". E mais significativos, apenas, porque nada foi feito. Passear em contacto com a natureza não dá votos, até porque são estrangeiros quase todo os que saem a passar-se, a si e ao cão. 

Já nessa altura era bem visível o estado de degradação dos pisos da generalidade das ruas (?) da Serra do Bouro. Se, por acaso, o novel candidato andou pela freguesia, há de ter notado. Se não o sabia, os tais dois ex-presidentes podiam ter-lhe dito. E para um cruzamento de vários acidentes já se sabia que fazia falta uma rotunda. 

Passou o ano de 2017, passou o de 2018 e chegamos a 2019, ano em que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha lançou um concurso público para "Repavimentação de Vias na Zona Poente / 2018 (Salir do Porto, Serra do Bouro, Tornada, Nadadouro e Foz do Arelho - Lote 2". Numa coincidência deveras estranha, ganhou uma empresa de construção que, no mínimo, se pode considerar pouco competente. (Os pormenores conto-os eu aqui.) O contrato para a realização das obras, com a empresa Cimalha, foi assinado em 28 de Outubro de 2019 e valeu a esta empresa o valor de  304 793.45€. 

O ano de 2019 chegou ao fim. Entre Novembro e Março de 2013, quando o País entrou no confinamento, passaram quatro meses. Em Maio foram retomadas as obras públicas e particulares. De Maio até Setembro passaram quatro meses.

Foi só neste mês (Setembro de 2020) que apareceram na Serra do Bouro as máquinas da Cimalha. Ou seja, três anos depois.

Cá está o paradigma: durante três anos não se mexeu em nada, não houve obras, houve só remendos. Mas, a um ano das novas eleições, já se fazem as obras. 

A concepção é sempre a mesma: os eleitores beneficiam dos melhoramentos a tempo de não se esquecerem de quem os fez, para irem votar neles. As estradas estavam degradadas em 1 de Outubro de 2017. Ninguém quis mandar arranjá-las. Fazê-lo beneficiaria os residentes, mas não garantiria os votos que iam ser necessários.


*

As obras começaram depois de estar terminado o prazo determinado para a sua execução. E agora não se sabe se ficaram interrompidas, se ficaram feitas (e se é só isto). As máquinas desapareceram. 

A Cimalha começou a sua intervenção, talvez há umas três semanas, pela construção da rotunda... que já podia ter sido construída há muitos anos. Depois, durante talvez uns dez dias, estiveram a alcatroar... duas ruas e meia. Talvez numa extensão de, quando muito, três quilómetros. A rotunda ficou feita, mas não parece estar acabada. Há ruas com buracos que não foram asfaltadas. E a Rua da Escola e as suas fendas (outro mau trabalho da Cimalha)? Lá estão, como têm estado.

Na prática, estas obras para pouco mais servem do que para "encher o olho". As ruas ganharam uma camada nova de alcatrão. Mas as bermas são de terra e pedras e não se sabe o que dali sairá. Passeios, que se perceba, é coisa ausente. Quem quiser andar a pé tem de estar sempre atento ao trânsito. Não há muitos carros, mas há quem passe com mais velocidade. Não surpreende: é a mentalidade desta gente. As freguesias do interior são só sítios por onde se passa.

Na perspectiva dos políticos, talvez já chegue. Ou, como antes se dizia quando o bacalhau era barato e pouco considerado, "para quem é, bacalhau basta". Os eleitores que podem circular nestas ruas devem contentar-se com o que lhes deram e não precisam de mais. São, aliás, um eleitorado fiel, dando sempre os seus votos ao PSD local, sem variações sugestivas nos resultados. 

*

Neste esquema há duas particularidades: que se veja, o trabalho executado pela Cimalha noutras circunstâncias não recomendaria a sua nova contratação pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha. Mas o certo é que esta câmara a contrata.

Por outro lado, quando o poder faz obras quase em cima das épocas eleitorais que podem, pelo menos na aparência, beneficiar da satisfação do seu eleitorado, está com isso a garantir o conforto que o eleitorado lhe dá. Por pouco que seja, e por incompleto que seja, o que os políticos no poder oferecem é uma maneira de, com os votos que ganham, poderem continuar numa posição em que obtêm ganhos de valorização pessoal em vários domínios. 

Será raro o político que diz que quer ocupar um cargo por dele retirar vantagens. Não se é sincero a esse ponto. Mas pode haver políticos que estejam genuinamente empenhados em servir o seu eleitorado, sem pensarem nas vantagens que obtêm. 

Nesta situação concreta, que aqui descrevi, se os políticos que aqui intervêm estivessem  genuinamente empenhados em servir o seu eleitorado, sem pensarem nas vantagens que obtêm, as estradas já estavam mais do que arranjadas. E a rotunda já estaria a evitar acidentes há muitos anos. E eles não deixariam de ter votos.



Mascarada

 


Nesta imagem, colhida de uma televisão em dia que não sei qual foi, vêem-se na primeira linha Marta Temido (ministra da Saúde), Graça Freitas (directora-geral da Saúde), Francisco George (ex-director-geral da Saúde, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e promitente vendedor de meio milhão de "testes rápidos" de covid ao Estado português).

A ocasião retratada será recente, de uma época em que o Estado e as "autoridades da saúde" impuseram o uso de máscara a tapar a boca e o nariz em espaços fechados à pala do covid. Mas aqui vê-se que as três criaturas (e as que estão na segunda linha) não têm o dito açaime. Com que, por exemplo, George já apareceu numa televisão, fotografia que também circula por aí (e que virá fazer companhia a esta, assim que a encontrar).

Portanto: nós temos de usar a maldita máscara e eles não? E o que é que isso nos diz sobre a real importância do adereço? Ou isto (toda esta encenação político-epidemiológica) não é mais do que uma mascarada?... 

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Patameco

A minha actividade de tradutor tem-me levado a descobrir muitas palavras em domínios que até nem conhecia, mas que passo a conhecer (incluindo na sua terminologia, como, só para citar dois exemplos mais recentes, a paleontologia ou a epidemiologia).

Mas depois há o acaso, num outro domínio mais pessoal, e uma troca de mensagens com bons amigos levou-me à descoberta de outra palavra nova: patameco. Nunca a tinha lido e nunca a tinha ouvido. E não tem nada a ver com "badameco". Mas fez-me soltar uma boa gargalhada.