A política de distribuição gratuita de manuais escolares inaugurada pelo governo PS/PCP/BE, e agora reafirmada (da pior maneira) no processo de aprovação do Orçamento de Estado para 2020, é uma das medidas mais estúpidas desta gente.
Em primeiro lugar, ela devia abranger os alunos das famílias pobres (ou "carenciadas"), que até são objecto de apoios diretos do Estado, e não ser generalizada às famílias que podem pagá-los, e muito mais.
Em segundo lugar, este processo foi sempre perturbada pela tentativa de garantir que os manuais usados (e devolvidos às escolas) estavam em condições de serem utilizados. E muitos não estavam. Não parece ter havido a tentativa, por parte das editoras, de criar dois tipos de livros: os que podiam ser riscados (e mais maltratados) e os outros.
A situação mudou, e para pior. A partir de agora, estraguem, risquem, danifiquem à vontade: por proposta do PCP no Parlamento, já não é preciso devolver os manuais.
Em tempos, escrevia-se muito sobre a necessidade de os manuais (comprados) serem de utilização renovada pelas famílias, para que não tivessem de gastar tanto dinheiro a comprar novos, em cada ano lectivo. Agora, como é o Estado a pagar (ou seja, nós todos), podem estragar à vontade.
Quem não se preocupa em tratar bem os livros (se é que sabe o que são livros) fica desresponsabilizado.
As crianças e os jovens (e, para a maioria, os manuais escolares devem ser os únicos livros com quem estarão em contacto durante a sua vida) já não precisam de ser "ensinados" a estimar os livros.
E as editoras de livros escolares ganham mais, porque assim já vendem mais manuais.
Mas no fim, ao menos, o PCP vai perder mais votos porque os alegres destinatários desta política facilitista e esbanjadora sabem que é o PS que, no Governo, tem as chaves do cofre e não o seu grupo de sabujos do capital que Jerónimo de Sousa capitaneia. E vão votar em quem?... No PS, claro.
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