O polemista Miguel Sousa Tavares criticou, no "Expresso" do passado sábado, o putativo chefe do Livre, Rui Tavares, por este defender uma espécie de proibição de referências ao deputado André Ventura, do Chega!, na imprensa. Sousa Tavares invocou a democracia e muito correctamente.
Não sendo, e orgulhando-se disso, frequentador das redes sociais, já não pôde usar outro argumento que até muito mais pragmático: não só é antidemocrático silenciar os adversários que respeitam as regras da democracia como não vale, sequer, o esforço.
Há poucos dias, por desenfado, fui ao YouTube, que utilizo com algumas regularidade para ouvir música, e procurei o que havia de André Ventura. E havia muita coisa: declarações na Assembleia da República, entrevistas e intervenções em iniciativas do Chega!. Tudo em vídeos de duração relativamente curta, mas com as informações essenciais. Mais, decerto, do que em jornais e na televisão.
É evidente que a presença nas primeiras páginas e nas edições "on line" da imprensa dão sempre jeito (e há quem compre, de uma maneira ou de outras, essa presença), mas a informação já não tem de passar por aí.
A informação é hoje mais rápida, mais directa e mais imediata e, no universo "on line", já não precisa de intermediários.
Para quê comprar ou apenas folhear um jornal ou uma revista, esperar ou pesquisar um programa de notícias numa televisão, quando se pode ter essa mesma informação em estado "puro", e verdadeiro ou não, directamente nas redes sociais?
A informação é hoje mais rápida, mais directa e mais imediata e, no universo "on line", já não precisa de intermediários.
Para quê comprar ou apenas folhear um jornal ou uma revista, esperar ou pesquisar um programa de notícias numa televisão, quando se pode ter essa mesma informação em estado "puro", e verdadeiro ou não, directamente nas redes sociais?
A falência do jornalismo também tem a ver com isto. Apesar de o jornalismo ainda poder, de outro modo, utilizar as redes sociais para recuperar terreno. Vejamos como.
Camilo Lourenço é jornalista de economia e já passou por vários órgãos de imprensa. E, diariamente, mantém "on line", à disposição de toda a gente, um programa de comentário diário ("A Cor do Dinheiro") e um programa semanal de debate ("Think Tank").
Estes dois programas podem ser vistos através do Facebook e gratuitamente.
O que mais tem crescido em audiências é "A Cor do Dinheiro", que já consegue ter (às 8 horas da manhã) mais de 3000 pessoas a ver (ou só a ouvir) em directo. Camilo Lourenço junta política e economia, notícias e comentários e promove o seu programa, que faz praticamente sozinho, com a frase "Aquilo que você ouve aqui não ouve em mais sítio nenhum".
O que mais tem crescido em audiências é "A Cor do Dinheiro", que já consegue ter (às 8 horas da manhã) mais de 3000 pessoas a ver (ou só a ouvir) em directo. Camilo Lourenço junta política e economia, notícias e comentários e promove o seu programa, que faz praticamente sozinho, com a frase "Aquilo que você ouve aqui não ouve em mais sítio nenhum".
O estilo é, por vezes, discutível e a gestão dos temas parece caótica, mas o certo é que o programa consegue ter algum interesse, tal como o outro programa de debate. E não tem, repete-se, a intermediação de um jornal, revista, rádio ou televisão.
Estes são exemplos do que é o mundo da nova comunicação social e que a antiga comunicação social, fechada sobre si mesma, não conhece, não quer conhecer ou não percebe. A opção de ignorar o mundo que lá fora existe é uma opção sem futuro.
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