Primeiro, foram-se os anéis (o edifício) e ficaram os dedos (a edição em papel).
Agora, vão-se os dedos e o "Diário de Notícias" é reconvertido em semanário (um diário semanário…) e reduzido apenas à edição "on line".
É um momento exemplar no agonizante processo de extinção do jornalismo português, para o qual não vale a pena arranjar alibis patetas nem desculpas patéticas.
O "DN" quis ser sempre o jornal do "regime", com Salazar, com Marcelo Caetano, com a "Aliança Povo-MFA" e o PCP, com o PS, com o PSD, com J. Sócrates, com o PSD dos "barões", com o "bloco central". Descaracterizou-se várias vezes, perdeu o rumo outras tantas vezes, burocratizou-se, deixou que nele se instalasse um regime de clãs. E agora morre, na ironia de, sendo diário, passar a semanário.
Qual é o próximo a fechar?
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Fui, enquanto jornalista, redactor de "o diário", de "O Jornal" e do "Diário de Notícias". Os três jornais estão mortos, mas eu estou vivo.
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