O concelho de Caldas da Rainha tem uma mancha florestal perto da sua costa atlântica que é geralmente ignorado pela pirosa elite local.
É um "habitat" de aves em estado selvagem e de alguns mamíferos, que mais se pressentem do que se vêem, usado para um pastoreio discreto e como zona de caça e ainda palco de passeios a pé e de bicicleta, nomeadamente no tempo quente, atraindo muitos turistas estrangeiros que encontram alojamento na área em redor.
Para as entidades oficiais, no entanto, esta zona florestal, situada na freguesia da Serra do Bouro, serviu apenas para um enigmático pacto de silêncio entre todos os políticos locais que souberam alterar o Plano Director Municipal para um empreendimento turístico de muitos milhões de euros que nunca saiu do papel e que devia ter sido investigado pelas instâncias judiciais.
Com isso, a tradicional aversão da elite urbana do concelho a tudo o que fica fora da capital e a integração inexplicável e injustificável da Junta de Freguesia da Serra do Bouro numa junta de freguesia citadina deu, ao longo de vários anos e depois do citado "negócio", este resultado: a degradação mais acentuada destas terras e o seu completo abandono.
Ameaçada pelos incêndios de 15 de Outubro do ano passado, esta extensão de terreno não foi sequer limpa para prevenir uma nova catástrofe.
Ameaçada pelos incêndios de 15 de Outubro do ano passado, esta extensão de terreno não foi sequer limpa para prevenir uma nova catástrofe.
O actual presidente da junta de freguesia que, formalmente, abrange esta área defendeu (quando fingiu fazer campanha para uma eleição infelizmente garantida) o embelezamento da Serra do Bouro.
Nove meses depois das eleições, o resultado do "embelezamento" está bem à vista, todos os dias e em qualquer local, como estes exemplos demonstram.
Isto é uma rua. |
Isto é outra rua. |
Isto é um caminho na "selva" da Serra do Bouro. |
Isto é outro caminho, na mesma "selva". |
Sem comentários:
Enviar um comentário