A coligação PSD/CDS até ganharia mais, em Caldas da Rainha, se algumas criaturas não aparecessem a defendê-la... |
Admito que Pedro Passos Coelho também pudesse ser um bom presidente de Câmara Municipal. Mas já não consigo ver o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, numa função no Governo e, muito menos, no cargo de primeiro-ministro.
Mas são ambos do mesmo partido, o PSD, que, nas eleições legislativas deste ano, vai a votos para saber se voltará de novo ao Governo, ou não, e coligado com o CDS.
Isto significa que o voto no PSD (e na sua coligação com o CDS) nas eleições legislativas dos eleitores do concelho de Caldas da Rainha não é um voto em Tinta Ferreira mas em Pedro Passos Coelho. Ou seja: nas eleições legislativas, o PSD caldense não pode reivindicar como seu o voto recebido no PSD.
Isto significa também que um voto em Tinta Ferreira nas eleições autárquicas não foi, nem será, necessariamente, um voto no PSD nacional, embora o PSD nacional possa contabilizar, como todos os partidos, os votos dos eleitores deste concelho numa perspectiva nacional.
O mesmo se aplica ao CDS e às segundas figuras do Governo e da Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
Este factor está na base da pequena polémica surgida nos últimos dias entre o PSD e o CDS: os dois partidos estão coligados para as eleições legislativas e no actual Governo numa perspectiva nacional e os seus representantes locais fazem campanha pela coligação... mas depois não calam as suas diferenças relativamente aos assuntos do concelho caldense.
Este factor está na base da pequena polémica surgida nos últimos dias entre o PSD e o CDS: os dois partidos estão coligados para as eleições legislativas e no actual Governo numa perspectiva nacional e os seus representantes locais fazem campanha pela coligação... mas depois não calam as suas diferenças relativamente aos assuntos do concelho caldense.
E acontece até que o PSD local (numa posição que só revela uma assinalável debilidade) nem gosta de ter o CDS local, que o critica, como aliado para as eleições nacionais e assim se manifestou. O representante do CDS local, porém, não parece ter ficado muito incomodado.
Por isso parece, e ainda bem, que, sobre os assuntos locais, os dois partidos da coligação governamental vão continuar como adversários e que o CDS vai continuar a ser, e bem, adversário político de Tinta Ferreira. Digamos que é de esperar que as vozes que ilustram estas "turras" (na expressão do "Jornal das Caldas") não cheguem ao céu.
Por isso parece, e ainda bem, que, sobre os assuntos locais, os dois partidos da coligação governamental vão continuar como adversários e que o CDS vai continuar a ser, e bem, adversário político de Tinta Ferreira. Digamos que é de esperar que as vozes que ilustram estas "turras" (na expressão do "Jornal das Caldas") não cheguem ao céu.
Aliás, este distanciamento entre o plano nacional e o plano local não é novo e tem outras variantes que até são um pouco mais bizarras.
É o caso do PCP caldense, por exemplo, que neste concelho se tem mostrado mais preocupado com o "pacto de agressão" do que com os problemas locais e que defendeu um aumento de impostos que contraria o que diz em termos nacionais. E é ainda o caso, mais recente, do movimento independente MVC que resolveu trocar a sua intervenção local (objectivo com que se constituiu) pelo apoio a um candidato às eleições presidenciais.
O equilíbrio entre o nacional e o local é difícil mas será bom que os que se desequilibram não prejudiquem o eleitorado.
Sem comentários:
Enviar um comentário