"Desapareceu", "perdeu-se", "gosta de sair para ir dar uns passeios", "mas o jardim até está fechado"... É grotesco ver como se sucedem os anúncios e os apelos de "cães" desaparecidos.
Toda a gente garante que ele não tem maneira de sair mas que se deve ter assustado com os foguetes (dentro de casa?!), que volta sempre dos seus passeios (sozinho?!).
Mas depois não volta. O certo é que é mais um cão ao abandono. Ou noutras mãos. Ou morto. Ou estropiado.
Um acidente na estrada, um cheiro mais interessante, uma desorientação ou outro cão são tudo factores que afastam os cães do seu ambiente, ou do ambiente em que se achem confortáveis (e nem todos os ambientes o são). Ou então é alguém que o leva porque o vê abandonado e até o faz com boas intenções. Ou porque o faz com desígnios muito mais sinistros.
Na maior parte dos casos, a explicação para estes "desaparecimentos" é a mais simples e a mais estúpida de todos: eles que andem à solta, que acabam sempre por voltar. No fundo é gente comprovadamente imbecil e ignorante que até pode ficar triste com o "desaparecimento" ou, se calhar, limitar-se a chorar lágrimas de crocodilo, talvez satisfeita por se ter visto livre do cão de que já estava farta.
O crime de maus-tratos a animais, mais simbólico do que eficaz, também devia estender-se a gente desta, que não tem maturidade intelectual para tratar de outros seres vivos.
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