sexta-feira, 30 de julho de 2021

Vale a pena viver, nesta ditadura?

Vivi, com plena consciência do que se passava, os últimos anos do regime fundado por António de Oliveira Salazar e carregado, até ao abismo, por Marcelo Caetano. 

Era uma ditadura, beneficiava do apoio da maioria da população e tinha mecanismos de repressão violenta e uma imprensa onde, apesar de tudo, se cultivava a liberdade e o espírito crítico.

Hoje vivemos numa ditadura (em que as resoluções do Conselho de Ministros se sobrepõem à sacrossanta Constituição da República), que beneficia do apoio da maioria da população, que possui mecanismos de repressão subtil e em que vegeta uma imprensa transformada numa imensa cloaca dominada por uma mentalidade de notas oficiosas.

Sinto-me hoje menos livre do que me senti até ao dia 25 de Abril de 1974. 

Valerá a pena viver nisto?

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (21): o eterno mistério do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

 

Álvaro Baltasar Jerónimo, representante dos promotores do empreendimento turístico da Estrada Atlântica, atrás do ainda presidente Jorge Varela na lista para as eleições autárquicas de 2017

Há dez anos, em Março de 2011, a Assembleia Municipal de Caldas da Rainha alterou o Plano Director Municipal e criou o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, permitindo a construção de um empreendimento turístico gigantesco numa zona antes não urbanizável de paisagem protegida, que abrangia as freguesias da Serra do Bouro e da Foz do Arelho.

O empreendimento turístico era promovido por duas empresas enigmáticas (a New World Investments e a Claremont Costa de Prata Developments Lda.), que nunca se apresentaram a público e que tinham como seu representante o advogado Álvaro Baltasar Jerónimo, então, e em acumulação, presidente da Junta de Freguesia da Serra do Bouro.

As obras iam começar em 2013 e prolongar-se-iam até 2041, ocupando 275 hectares de terreno numa zona privilegiada, com um investimento de 300 milhões de euros. Nunca as obras foram iniciadas.

Em Março de 2014, a New World Investments reapareceu, a pedir ao presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha a aprovação de uma minuta de carta de conforto, "tendo em vista tornar mais célere junto da instituição bancária Investec Bank London, o desenvolvimento do processo denominado Golf & SPA a expandir na Foz do Arelho". A câmara, "atendendo a que se trata de um investimento de maior interesse para o concelho, deliberou aprovar os termos constantes na minuta de carta de conforto".
 
A New World Investments, nascida na África do Sul, tal como o banco Investec, é representada em Portugal pela New World Investments (Portugal) – Sociedade de Administração de Imóveis, uma sociedade anónima constituída em Caldas da Rainha com o capital social de 208 mil euros (98 por cento do capital da empresa é da New World Investments sul-africana) e sede no número 16, r/c esquerdo, da Rua Engenheiro Duarte Pacheco em Caldas da Rainha, endereço que é o do escritório do advogado Álvaro Baltazar Jerónimo.

Dez anos depois, o silêncio sobre o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica mantém-se. Ninguém, dos partidos que na Assembleia Municipal deram o seu aval à alteração das regras para benefício particular (PSD, PD, CDS, PCP e BE), fala no assunto.

Álvaro Baltasar Jerónimo continua a ter uma presença de peso em tudo o que se refere à Serra do Bouro, transformando-se numa espécie de presidente de junta-sombra, primeiro do ainda presidente Jorge Varela e, agora, de novo, da candidata à sucessão de Jorge Varela, Sónia Casimiro.

O mistério continua. Tal como as dúvidas, mais do que legítimas, sobre o dinheiro que circulou para facilitar a decisão e sobre se ele serviu para comprar, ainda, o silêncio dos políticos locais. E talvez dos dois semanários de Caldas da Rainha (se não é verdade que são de memória curta).

terça-feira, 27 de julho de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (20): nem do que é deles sabem cuidar


Por motivos que desconheço, o presidente da então Junta de Freguesia da Serra do Bouro decidiu em 2009 reabilitar uma fonte existente na povoação de Cabeço da Vela.

Este espaço foi uma das duas únicas coisas bem feitas por esse presidente de junta. Não sei qual o uso que tem, mas é uma imagem diferente numa região tradicionalmente desprezada pelos poderes públicos.

Só que, depois da obra, a manutenção acaba por ser inexistente. O mobiliário rústico está degradado, a relva está praticamente substituída por trevo, as flores são raquíticas e não devem ter mais água do que que a da humidade nocturna ou das chuvas.

E a fonte? Seca, mal cuidada, votada ao abandono. Como seria de esperar.

E esse presidente até é hoje uma espécie de "guru" e de "éminence grise" da actual União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.







Será que o presidente da Câmara, ou o ainda presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra de Bouro, acha bem isto? Não me admirava nada...




Cão escondido com os olhos de fora

 



segunda-feira, 26 de julho de 2021

Tudo a postos para a RGA do Infarmerd!

Aí estão, eles e elas, os especialistas, peritos e outros do mesmo género, a prepararem-se activamente para a grande RGA do Infarmed de amanhã, em imagens exclusivas para este blogue...












Ler jornais já não é saber mais (113): anónimos na primeira página

 




São como hienas os "especialistas" anónimos que a imprensa vai promovendo na sua qualidade de oráculos do Apocalipse, sem sequer os identificar, sem chamar (como se diz) os bois pelos nomes, num atropelo de todas as regras mais básicas do extinto jornalismo.

Quem são eles, os "especialistas" que já saem da imundície das respectivas tocas nas vésperas de mais um concílio mágico do Infarmed?

Quem são estes especuladores da desgraça?

Que ganham eles mais além da notoriedade mediática?

Declararão no IRS tudo aquilo que ganham como agiotas do medo?

Paisagem

 



domingo, 25 de julho de 2021

Entre o medo e a loucura


Não devo ter medo. O medo é o assassino da mente. O medo é a morte-pequena que traz consigo a obliteração absoluta. Enfrentarei o meu medo. Deixá-lo-ei passar por cima de mim e através de mim. E quando tiver passado, verei o seu caminho com o meu olho interior. Por onde o medo passou, nada haverá. Só eu existirei. 
«Litania contra o Medo», Dune, Frank Herbert.


Há uns dois meses, num jantar por razões alheias mais prolongado, vi uma pessoa culta, inteligente e vacinada, levantar-se de repente da mesa e pôr a máscara na cara. Hesitou em sair do restaurante, que estava cheio, mas depois foi mesmo para o exterior. Aquilo por que estava a passar era um típico ataque de pânico.

Há meses que uma pessoa culta, inteligente e vacinada condiciona a sua agenda ao "bicho". Ir a espaços fechados? Não, por causa do "bicho".

O medo é uma coisa natural. Todos temos medo. Nós e os animais. Mas tanto nós como os animais lidamos, ou não, com o medo. Vergamo-nos, deixamo-nos ficar derrotados, subjugamo-nos, aterrorizamo-nos. As reacções são sempre diferentes e poucas pessoas terão a presença de espírito, e o conhecimento, para recorrerem à "Litania contra o Medo", enunciada pelo futuro Muad'Dib num teste a que é submetida pela Reverenda Madre Gaius Helen Mohiam. 

O que já não é natural é a sociedade humana viver num casulo de medo como aquele que foi tecendo desde Janeiro de 2020, perante a epidemia do vírus SARS-CoV-2, que se transformou em pandemia e que passou agora à fase de endemia. 

Este medo, castrador e humilhante, nasceu nos relatos televisivos, foi cultivado pelo sensacionalismo (o medo faz vender jornais e aumentar as audiências televisivas, como antes o faziam os crimes de sangue da realidade), estimulado pelo poder (Presidente da República até há poucos meses, Governo ainda e a aproveitar o medo para consolidar as bases da sua dominação) e adubado por "especialistas" de matemática, botânica e geodesia e ainda por médicos "de saúde pública" (que ganham mais quando estão a dedicar-se à covid).

O medo é visível. Nos comportamentos. Nas acções e omissões. Nas atitudes mais disparatadas. Nas manifestações indignadas contra os que reflectem aquilo que dizem os especialistas que de facto sabem. 

E, muitas vezes, sem coerência nenhuma: que sentido faz andar de máscara ao ar livre e quando não há mais ninguém por perto?! Que lógica existe na ingestão continuada daquilo que expelimos?! Porque é que pessoas, dentro dos seus próprios carros e de vidros fechados, andam de máscara?! Porque é que lavar as mãos deixou de ser um gesto higiénico normalíssimo para se transformar num ritual em que a água benta é substituída por uma gosma agressiva para a pele que, acredito, substitui a regular lavagem das mãos?

É um medo que, em muitas situações, se transforma em pânico. Que deforma (e faz definhar) as mentes. Que destrói o gosto pela vida. Que é uma espécie de morte antecipada (a morte-pequena de Frank Herbert). Que empurra as suas vítimas para uma vacina que, verdadeiramente, ainda não o é e que faz com que essas vítimas anunciem em público que levaram a milagrosa pica. Mais como "conforto psicológico" do que outra coisa.

Começam a aparecer os relatos dos efeitos nocivos, físicos e psicológicos, que a estupidez do uso constante das máscaras causam nas crianças. Um dia perceber-se-á como adultos mais ou menos saudáveis, fisicamente, estão a ficar psicologicamente doentes devido medo em que foram enredados.

A sociedade que sai disto, de uma pandemia que pareceu muito mais grave do que se revelará um dia que foi, será uma sociedade profundamente perturbada. Os sinais da loucura até já começam a notar-se.





Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (19): desleixo absoluto

A União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro (que "engoliu" a freguesia de Serra do Bouro) tem, pelo menos, uma viatura automóvel de passageiros ao seu serviço. Já a vi andar por aí. Tem, também, um ou mais funcionários que a usam.

Custaria muito pô-los, a esses ou a outros, a fazerem uma ronda regularmente pela Serra do Bouro para identificarem aquilo que precisa de pequenas reparações, ou de simples manutenção?

Neste caso, esta ligação subterrânea já podia ter sido identificada e reparada. 

Mas não, fica assim, num retrato de desleixo absoluto, anos após ano.





A culpa? É destes dois:



 

sábado, 24 de julho de 2021

Ler jornais já não é saber mais (112): "Tal&Qual"... mal

Recebi com agrado a ressurreição do semanário "Tal&Qual", que nunca diabolizei, até por ver nele profissionais com experiência de outros tempos e com a preparação que agora parece ser rara na imprensa. 

Mas, esta semana, o "Tal&Qual" borrou, desnecessariamente, a pintura com o título de primeira página da covid. É mais uma especulação, entre muitas outras, e que nem sequer é de agora. Talvez tivesse tido mais êxito se fosse recuperar uma notícia (?) como esta do "Correio da Manhã": "Calvice aumenta em duas vezes e meia a probabilidade de contrair Covid-19" (e escreve-se "calvície" e não "calvice"). Porque o problema talvez seja esse: é preciso vender mais. E a covid-19 vende, é?




sexta-feira, 23 de julho de 2021

Onde está "o bicho"?


Faltam 44 minutos para o recolher obrigatório. "o bicho" já se oculta nos arbustos e nas árvores lá do fundo, por entre as sombras criadas pela Lua Cheia. Tipo lobisomem, claro.

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Incompetência, incúria e desprezo pelos contribuintes na Serra do Bouro (18): uma foleirice

 


Com alguns exemplares espalhados pela Serra do Bouro, apareceu agora a nova obra-prima escoada pelo ainda presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro. 

Parece ser um abrigo. Para abrigar o quê é que não se sabe. Pessoas que andam a passear? Pessoas que precisam de deslocar-se a pé? Quem está à espera de autocarros de transportes públicos que parecem existir?

A concepção é pobre. Os plásticos são foleiros. O banco (?), estreito, deve ser hostilmente desagradável. E, numa nota simbolicamente esclarecedora, repare-se como a calçada está cheia de ervas daninhas, desmazelo de que ninguém cuida.

Gostava de ver estas duas criaturas aqui sentadas...



domingo, 18 de julho de 2021

Notas de prova


Castelo de Azurara  Tinto Reserva 2016 — DOC Dão 
Sem indicação de castas
Adega Cooperativa de Mangualde, Mangualde
13% vol.
Muito bom.

Notas de prova

Quinta do Gradil Anno 1492  Tinto 2018 — Vinho Regional Lisboa 
Tannat e Touriga Nacional
Quinta do Gradil, Vilar, Cadaval
14,5% vol.
Muito bom.

Notas de prova

 

Roboredo  Tinto 2019 Premium — DOC Douro 
Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz
Rui Roboredo Madeira, Vinhos, SA - São João da Pesqueira
14% vol.
Bom!

Notas de prova

Flor de Penalva  Branco 2019 Colheita Seleccionada — DOC Dão
Malvasia-Fina, Cerxeal-Branco e Encruzado
Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, Penalva do Castelo
12,5% vol.
Muito bom.

Notas de prova

 

Quinta da Biaia  Branco 2016 — DOC Beira Interior
Síria
Quinta da Biaia, Castelo Rodrigo
13% vol.
Desinteressante.

Notas de prova

 

Arrábida Azul  Tinto 2019 Premium — DOC Alentejo
Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet
CARMIM, Reguengos de Monsaraz
14,5% vol.
Muito bom.

Notas de prova


Pinhanços  Tinto 2016 — DOC Dão 
Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen
Quinta da Pelada, Pinhanços
13% vol.
Bom!
(Bebido no restaurante Taberna da Adega, em Nelas,
a acompanhar arroz de línguas de bacalhau.)

sábado, 17 de julho de 2021

Finalmente: um clarão de lucidez que é fundamental

Este momento tinha de chegar, no meio da crise em que vamos vivendo (e sobrevivendo): rompendo a muralha dos matemáticos e dos geodésicos que aparecem nas televisões como se fossem ministros ou secretários de Estado saídos das últimas eleições legislativas, várias personalidades das ciências médicas resolveram, finalmente, intervir.

O texto é claro e esclarecedor e tem um título que diz tudo: é preciso "reconquistar o direito a viver". Finalmente, também, estas pessoas que sabem do que falam introduzem uma questão fundamental (e a que eu tenho aludido aqui): a pandemia está a passar, se é que não passou já, à fase de endemia.

O documento não podia ter saído em melhor altura, juntando-se a vozes de outras personalidades com intervenção na comunicação social, como José Miguel Júdice ou José Manuel Fernandes, e indo ao encontro daquilo que o Presidente da República tem salientado ultimamente.


Há dois aspectos, ainda, que exigem referência.

Um é a presença, entre os signatários (a par com Jorge Torgal, agora, finalmente, na linha da frente da contestação ao disparate político), de Germano de Sousa. Médico e antigo bastonário da Ordem dos Médicos é proprietário de uma rede de laboratórios por onde têm passado muitos dos testes da covid. A situação em que actualmente vivemos, com a loucura dos testes, só o favorece. Mas Germano de Sousa parece estar para lá disso e a sua atitude só o honra.

O outro é a ênfase dada à vacinação como pilar do regresso à normalidade. Não concordo, mas aceito que, tal como Paris vale uma missa, o direito a viver pode valer uma injecção, ou duas. De qualquer modo, em situações destas, há sempre que valorizar o que nos une e desvalorizar o que nos separa.



quinta-feira, 15 de julho de 2021

Cenas da vida covidiana I

 1 - No ginásio, à hora a que habitualmente vou, vejo um homem que terá cerca de 60 anos e uma jovem que terá cerca de 20 anos a fazerem os seus diversos exercícios com máscara. Ele é obeso e não se esforça muito, mas sua. Não é pormenor que o faça tirar a máscara, com que entrou no ginásio e de que sairá com ele. Ela faz uma ronda mais calma das máquinas, sem tirar a máscara uma única vez. Talvez não precisem de respirar.

2 - No lavatório ao lado daquele onde eu lavo as mãos (com sabonete líquido), um homem molha as mãos e pespega-lhe com o álcool-gel em cima. Depois vai-se embora, a pensar que lavou as mãos.

3 - Uma frequentadora do mesmo ginásio, em conversa de circunstância, assevera num grupo de duas ou três praticantes que a pandemia do Sars-CoV-2 é igual à Gripe Espanhola e, obviamente, perigosíssima. Fico com vontade de ir dizer que (a) a Gripe Espanhola foi, do início ao fim mal gerida pelas autoridades de saúde da época, que pensaram sempre que a origem era uma bactéria; (b) que nessa altura não havia medicamentos que (como os antibióticos, por exemplo) podiam ajudar os casos mais sérios; e (b) durante muito tempo, e em plena pandemia, continuaram a acumular-se nos campos militares da Europa e dos EUA muitos milhares de homens jovens de sistemas imunitários enfraquecidos, mal alimentados e doentes. A situação foi radicalmente diferente. Ela compreendê-lo-ia?

4 - Na Segurança Social (Caldas da Rainha), um segurança insiste comigo que devo pôr nas mãos a milagrosa gosma salvadora. Digo-lhe que não, que não quero pôr a coisa na pele. Diz-me que é obrigatório por lei. Peço-lhe que me traga a lei. O que me traz é uma funcionária da Segurança Social que, inteirada da minha "nega", me pede que vá lavar as mãos à casa de banho. Digo-lhe que sim e vou fazer o que me pediu, sempre cultivei a lavagem normal das mãos como um acto de higiene normal. Numa coisa concordamos, felizmente: ninguém sabe o que é que põem nas embalagens do negregado álcool-gel. 



Ler jornais já não é saber mais (111): os verdadeiros especialistas não passam da "carta de leitor"



Médico e professor catedrático, investigador e consultor, Jorge Torgal tem um currículo impressionante (que deve fazer inveja a muita gente e que pode ser consultado em jorgetorgal.com) e deve ser das pessoas, com experiência, que mais sabem de epidemiologia em Portugal.

A sua voz, no entanto, foi varrida da comunicação social de referência, que prefere os matemáticos e os geodésicos especializados em pânico.

Há cerca de uma semana, no entanto, rompeu o silêncio para se pronunciar sobre a diarreia de disparates que os "especialistas" andam a produzir.

Mas teve de o fazer através de uma modesta carta de leitor, que (extraordinário!) o "Público" até deixou sair, embora a escondesse. (Em termos de jornalismo, uma carta proveniente de uma pessoa com a experiência de Jorge Torgal justificaria uma entrevista. Mas isto não é jornalismo, é jornalixo.)


Jornalixo panfletário

 


Isto não é um jornal. É um panfleto. E é um panfleto nojento.

Quem dá a cara pela citação apocalíptica da manchete? Algum dos "especialistas" do Apocalipse? Não, ninguém.

É uma profecia ("Vamos ter novo pico...") órfã de pai e mãe, que o pasquim toma como sua.

Isto não é jornalismo. É jornalixo. É a imprensa a rebolar na merda que ela própria defeca.

O "DN", em queda, percebeu que o medo é um negócio lucrativo. E vende-o. Ou, pelo menos, tenta. Por mim, espero que o negócio lhes corra mal.

sábado, 10 de julho de 2021

Notas de prova

 

Adega Grande — Tinto 2020 Reserva — Vinho Regional Tejo
Castelão 
Adega Cooperativa de Benfica do Ribatejo - Almeirim
13,5% vol.
Bom!

Notas de prova

 

Vinhas do Vale Pereiro — Tinto 2017 — Vinho Regional Península de Setúbal
Castelão e Aragonez
Venâncio da Costa Lima - Quinta do Anjo
13,5% vol.
Muito bom.

Notas de prova

 

Villa Nogueira — Tinto 2017 — IG Lisboa
Touriga Nacional ("casta dominante")
Romana Vini, Vinhos e Cultura Lda. - Quinta do Porto Nogueira, Alguber (Cadaval)
13,5% vol.
Muito bom.
(Bebido no restaurante Merkado na Lagoa, Bom Sucesso, Óbidos)

quinta-feira, 8 de julho de 2021

A reinvenção da PIDE

 


O "Diário de Notícias" era o jornal generalista mais fiel dos governos de Salazar e de Marcelo Caetano. Mas, fiel que era aos ditames do regime, nunca fez de polícia.
O "Diário de Notícias" de hoje, fiel como outros ao nacional-socialismo de Costa, invoca "médicos de saúde pública" sem nome que são fontes e influenciadores de uma pequena jornalista local, e vai mais longe: reinventa a PIDE.

domingo, 4 de julho de 2021

Da pandemia à "fraudemia"

Epidemia, pandemia, endemia - estas três palavrinhas são fáceis de fixar e tipificam situações perfeitamente naturais que ocorrem há milhares de anos. 

Começa tudo por uma doença infecciosa, que "nasce" num dado ponto geográfico e que começa a alastrar. É a fase da epidemia. Quando, ao alastrar, se dissemina por vários pontos geográficos, infectando sempre mais pessoas, estamos na fase da pandemia. A certa altura, e porque os contágios também vão servindo para esbater (e absorver) a força do patógeno (o elemento, que pode ser um vírus, capaz de infectar), entramos na fase da endemia. O patógeno perdeu força, faz-se sentir mas já não faz mal à grande maioria das pessoas, embora possa ainda afectar pessoas muito frágeis e com problemas de saúde que lhes minam a resistência natura. A endemia é a última fase. E eu acredito que já a atingimos no caso da pandemia do vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19.

Voltemos atrás no tempo: o "novo coronavírus" já andava em circulação em 2019, havendo vestígios em Itália, em Espanha e no Brasil, e apesar de, oficialmente, só ter aparecido na China em finais do ano de 2019. Em Portugal já existia em Janeiro de 2020 mas foi preciso passarem quase dois meses (e as "vagas" de pânico importadas pela televisão) para estar oficialmente registado... com todas as medidas restritivas da circulação de pessoas e de bens.

Voltemos ao presente: hoje, no dia 4 de Julho, não há registo de nenhuma morte "por covid-19". Nas últimas semanas, as mortes "por covid-19" andaram abaixo das dez unidades e há dias em que se ficaram pelo zero. E há a suspeita de que essas mortes só são atribuíveis à covid-19... porque quem morreu teve um teste positivo (ou apenas "falso positivo"). Mas todos os dias, e por várias causas, morrem em Portugal entre 200 a 300 pessoas. Há, no entanto, mais "internamentos", dizem-nos. E pormenores sobre eles? Não há. 

Mas há muitos "novos casos", insistem.

Só que os "casos" são artificialmente criados. Repito: os "casos" são artificialmente criados e dependem dos testes. E os testes dependem de... o quê? Quando foi anunciado o pagamento, ou comparticipação, pelo Estado dos testes da covid-19, o proprietário de uma rede de laboratórios que até foi, ou ainda é, médico, Germano de Sousa, disse umas palavrinhas muito significativas: “Há testes e testes: os de antigénio e os rastreios de origem muito duvidosa que estão a ser vendidos por aí, sem aprovação dos reguladores e que pouco ou nada nos vão dizer” (na íntegra aqui).

Suspeito, e não devo ser só eu, que os testes se transformaram num negócio capaz de fazer milionários. Não há controlo, não se conhecem as condições dos laboratórios e dos "laboratórios", nada. Nem tão pouco se sabe se obedecem todos à norma de Janeiro da DGS sobre o número de ciclos dos testes PCR: deviam ser até 25 ciclos, mas não se sabe se isso é cumprido. E uma coisa é certa: acima dos 25 ciclos, os testes apanham vestígios do vírus, restos que não infectam nem matam ninguém. Aos laboratórios dá jeito a lógica dos muitos ciclos: muitos "novos casos", muitos testes, muito dinheiro.

E é por isto tudo, e pela ênfase posta nas vacinas (que só têm uma autorização provisória), que esta fase da pandemia do SARS-CoV-2 vai parecendo cada vez menos plausível.

Acho que não sou "negacionista" (mas também não o posso dizer, porque não sei a que corresponde o epíteto). Acredito que a pandemia se transformou já em endemia e que a imunidade de grupo, não dependendo das vacinas, pode já ter sido alcançada. E não percebo a lógica científica de proibição da circulação à noite e da permissão de circulação de dia (como se o vírus dormisse de dia...). 

Acredito que a gravidade da situação é artificial, assentando nos testes em barda e naquilo que o eleitorado quer (e que este governo lhe dá) para aplacar o terror em que vive. Ou melhor em que "vive", porque muitas pessoas já se mataram, a elas próprias, psicológica e racionalmente.

É por isso que começo a pensar que tem uma certa lógica a aplicação da palavra "fraudemia" à situação em que vivemos. E essa "fraudemia" é tão mais grave quanto é acompanhada por atitudes repressivas das forças policiais, como esta que aqui fica reproduzida: dois GNRs a imobilizarem (e a roçarem-se nela) uma mulher, à frente dos filhos, por esta, ao que parece, não querer usar a máscara (que ganhou o estatuto de fetiche religioso e sanitário). Podem ver aqui. É revoltante.

Sobrevivemos, o que é natural, à pandemia. Não sei é se sobreviveremos a esta "fraudemia" e ao governo de um Partido Socialista que ficaria melhor caracterizado se se chamasse Partido Nacional-Socialista.


https://www.facebook.com/100000889371906/videos/819416948937645/


sexta-feira, 2 de julho de 2021