sexta-feira, 27 de junho de 2025

O PS é agora um caniche "poucochinho", nascido do acasalamento político entre Marques e Seguro



O PS esteve, sozinho e em coligação, em vários governos nacionais. Teve diversos primeiros-ministros e Presidentes da República. Mas aqui, no concelho de Caldas da Rainha, onde nunca se esforçou por fazer boas figuras nas eleições autárquicas, optou por se submeter a um projecto político unipessoal não para, verdadeiramente, ficar mais perto do poder e cheirá-lo melhor.

Na lista para a Câmara Municipal neste concelho (que até é um símbolo da reconquista da democracia devido ao pequeno movimento militar de 16 de Março de 1974), o PS ficou, e talvez a abanar a cauda de contente, num inglório quarto lugar. É como um caniche bem comportado aos pés do dono, à espera das migalhas que vão caindo.

E isto sob o alto patrocínio de um candidato à Presidência da República, António José Seguro, de quem apetece dizer que, mesmo na terra onde agora reside, acabou por vender o seu partido, num negócio "poucochinho", a um evidente adversário político. Deve ser isto a que o futuro chefe do PS se refere quando diz que este partido precisa de se recompor...










Imagens de fonte aberta de acesso público.





quinta-feira, 26 de junho de 2025

A Coligação dos Rotos está a destruir a boa ideia que foi a UE

Gostei, por bondosa que a achei, da ideia da União Europeia como federação de países situados na mesma região do mundo, sem fronteiras de espécie nenhuma e com os mesmos objectivos de política social. Dos primeiros passos, com políticas específicas determinadas por cada Estado-membro, a um projecto mais vasto, que harmonizasse, com naturalidade, o conjunto das várias políticas nacionais.

Mas isto é diferente. Este monstro dominado por políticos sem qualidade, sem escrúpulos e sem escrutínio popular (os dirigentes de topo não são eleitos e apenas existe um parlamento), que dispõem alegremente e sem controlo do nosso dinheiro, e do que querem, é diferente, muito diferente, desse projecto de uma união dos países europeus.

Esta coligação de rotos (moral e financeiramente rotos...) que sustenta o regime corrupto de Kiev e a quem não faz mossa que os ucranianos sejam lançados à morte, decerto que por qualquer tipo de compensação para as fortunas pessoais de cada um, está a destruir o projecto da União Europeia tal como estava concebido.


Imagem de fonte aberta de acesso público.

A sua quase fusão com a NATO e a história dos investimentos em material militar, que há de ser comprado às empresas americanas e pago com evidentes impactos negativos nas políticas sociais, é um passo miserável, uma operação de propaganda pura e simples em que alguém há de ficar a ganhar. Que sentido faz dizer que a NATO e/ou a UE vão ficar capazes de entrar numa desejada Terceira Guerra Mundial  contra a Rússia em 2035 (dez anos!) quando, ao mesmo tempo, garantem que vamos todos ter de aprender a falar russo porque a Rússia vai dominar o território da União Europeia?

E que sentido faz a abjecta vassalagem desta gente aos EUA, um tipo de vassalagem nunca vista na História e pior, porque é absurdamente pessoal, quando tratam o presidente dos EUA como "daddy"? O modo como o grotesco chefezinho da NATO se dirigiu a Trump (que, obviamente, gostou) até pareceu um exercício de submissão sexual onde a genuflexão não se limita à demonstração de vassalagem mas sim à maneira mais prática de fazer ao dominador felácios em série. 

Este desvio perverso dos dirigentes da UE e da NATO justifica, cada vez mais, que se questionem a própria UE e a vantagem dos seus Estados-membros em continuarem neste imenso cano de esgoto.

E eu, abstencionista que sou perante partidos e políticos que aceitam isto (porque também ganham alguma coisa, ou ambicionam vir a ganhar?), sinto-me cada vez mais tentado a defender um "Brexit" de novo tipo...


(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

quarta-feira, 25 de junho de 2025

O vento que passa




O vento arrancou a bandeira ucraniana do mastro mais alto de Krivoy Rog (a cidade onde Zelensky terá nascido) e fê-la desaparecer no horizonte.

Eu não acredito em premonições sobrenaturais, mas gosto de Shakespeare, que escreveu que há mais coisas no céu e na terra do que aquelas com que sonhamos na nossa filosofia.


(No YouTube: https://www.youtube.com/shorts/Wqyu9DXzg-w)





domingo, 22 de junho de 2025

Patadas na língua, patadas no jornalismo (8)

É possível, biologicamente, que até pensem com a cabeça. Mas, depois, escrevem com os pés...



Aqui está mais uma rajada de disparates:







A CNN portuguesa é campeã na construção de frases estranhas, na publicação de palavras inexistentes e de erros gramaticais e ortográficos. A palavra correcta "premissa" aparece substituída por "permissa".
O Priberam, o dicionário on line mais acessível de todos (que, obviamente, não consultam) estabelece que a palavra "permissa" nem sequer existe.





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A CNN de cá, sempre ela:


Leiam este mimo em voz alta. É incompreensível. Uma vírgula (entre "ecografia" e o segundo "não") teria ajudado.




Montenegro em debate com Montenegro. Serão, um e outro, a mesma pessoa?



"Estranha"? Ou algo que tenha a ver com o verbo "estragar"?



Dois sentidos: "senão" ou "se não".




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O drama dos verbos pronominais. Não sabem o que são.



Quem afunda, afunda alguma coisa. Ou afunda-se. O "Correio da Manhã" acha que não. Afunda-se na asneira.


O mesmo problema: a forma correcta é "contrai-se". O "Diário de Notícias" acha que não.







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Como se calcula que quem escreve estas coisas hão de ser adultos, com pelo menos o ensino básico feito, não se pode falar em erro (gramatical), mas em pura e simples burrice. Quando há vários substantivos, o verbo deve ser usado na forma plural. Não é o que aqui acontece. Como habitualmente, estes coices na escrita foram, todos eles, evacuados pela CNN tuga.










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Excesso de plural!



Do "Correio da Manhã": a circulação nas cidades deixa de ser "trânsito" para ser..."trânsitos"? Porque são cidades e não uma cidade? Se é isso, saberão o que é um substantivo colectivo?







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E os tanques da roupa?!


Em inglês a designação "tank" aplica-se aos carros de combate, ou blindados, usados pelas forças militares. Em português já não. E, por acaso, até é, para os militares, um elemento definir da qualidade e dos conhecimentos (e da ignorância) de quem escreve. Neste caso, a parvoíce é do "Expresso" e quem escreveu deve ter ficado com problemas de consciência, optando por acrescentar aos "tanques" a indicação de que são "de guerra" para ninguém ficar a pensar que Los Angeles pudesse estar a resistir... aos tanques de lavar a roupa.







sexta-feira, 20 de junho de 2025

Portanto, o PS já só serve como muleta para o Vamos Mudar e à boleia de Seguro

 


Portanto, não era mentira de 1 de Abril aquilo que o “Jornal da Caldas” noticiou nessa data, este ano: o PS de Caldas da Rainha, incapaz de ganhar eleições neste concelho, vai ser absorvido pelo partido unipessoal Vamos Mudar, do empresário que é actualmente presidente da câmara… e que conseguiu ser mais habilidoso (em termos políticos, claro…) do que o próprio PS. 

Também me pareceu que talvez não fosse mentira de 1 de Abril, como escrevi aqui, numa nota sobre os resultados eleitorais mais recentes que mostram o descalabro do PS

Este partido teve 5276 votos nas eleições autárquicas de 2017, 2474 nas de 2021 (em que o Vamos Mudar ganhou com 9037 votos) e depois 6911 e 5788 nas eleições legislativas de 2024 e 2025, respectivamente. Nunca tendo conseguido ganhar as eleições autárquicas, optou desistir de fazer pela vida e decidiu jogar pelo seguro (realmente...) e ser deixar-se "comer" pelo presidente da Câmara Municipal para garantir presença na Câmara Municipal.

Esta decisão do PS de se transformar em muleta de um grupo político alheio segue-se ao apoio entusiasmado do chefe do Vamos Mudar ao “Futuro Presidente da República António José Seguro”, num exercício interessante de comercialização da política e de troca de favores. Assim: "eu apoio-te e tu põe os teus a apoiarem-me".








(Imagens de fonte aberta de acesso público.)

terça-feira, 17 de junho de 2025

Hugo Oliveira e Fernando Costa, finalmente! Conseguirão vencer Vítor Marques (e o seu PS amestrado)?



Foi, pelo menos, há dez meses que levantei a dúvida: o PSD poderia não conseguir recuperar a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, politicamente perdida em 2021 para o grupo arrivista Vamos Mudar. E quem o quisesse desafiar a sério tinha de estar no terreno, a combatê-lo diariamente, e sem demora. E com tempo.

Foi isto que escrevi em 11 de Agosto de 2024:

O post pode ser lido na íntegra aqui.


A solução que já estava a ser ponderada, com maior ou menor convicção, no seio do PSD de Caldas da Rainha (que era, e ainda será, o segundo maior partido do concelho e o rival mais directo do Vamos Mudar), era mesmo esta: Hugo Oliveira, com experiência da câmara mas mais dedicado à sua carreira política na Assembleia da República, candidato à Câmara Municipal, e Fernando Costa, presidente da câmara durante vários mandatos, candidato à Assembleia Municipal. Seria, de certo modo, uma candidatura "natural". E quanto mais depressa estivesse no terreno, melhor seria. 

Mas as decisões demoraram muito tempo e tiveram de passar oito meses, e várias peripécias, para que (segundo o jornal "Gazeta das Caldas" e sem confirmação oficial) o PSD tomasse a decisão... que não podia deixar de tomar e que terá estado prestes a não tomar. Ei-la:









É uma boa notícia que vem tarde porque as eleições deverão realizar-se em Setembro. Mas maiis vale tarde do que nunca, no entanto. Quanto à possibilidade de esta candidatura do PSD (com o que resta do CDS) ganhar e conseguir afastar Vítor Marques... bem, a minha dúvida mantém-se, e agora noutra perspectiva e tomando já em consideração os resultados das eleições legislativas do mês passado. Vejamos porquê, olhando para as circunstâncias e para os números.




A vantagem inicial

O presidente da câmara, Vítor Marques, começou, praticamente, a fazer campanha pela sua reeleição neste ano desde que ganhou as eleições em 2021. Nunca escondeu as suas ambições, sendo impossível dissociá-las da expectativa que terá, como empresário, de poder alargar a sua esfera de influência e os seus negócios graças à sua posição de presidente da Câmara Municipal, ambição naturalmente legítima se for, de forma adequada, distanciada da sua carreira política.

Ao contrário de outros seus antecessores, Marques está a jogar tudo numa estratégia clara de comunicação. Para o que servirá a animada política de contratação de "especialistas" em comunicação pela sua câmara municipal. Planos diversos, actividades frenéticas, campanhas políticas ao sabor das necessidades, presença assídua nos órgãos de comunicação do concelho... tudo lhe serve.

Bastaria esta circunstância para a oposição que chega tarde correr um sério risco nas eleições. Três meses é tempo a menos para contrariar o efeito de quatro anos de campanha de um candidato que tem o controlo da Câmara Municipal, onde se imagina como homem do leme.




Um post, do próprio, do Facebook ainda de 2018








O Vamos Mudar e o PS vão coligar-se?

O chefe do Vamos Mudar foi eleito presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha em 2021 com 9037 votos. E o então presidente da câmara, Tinta Ferreira, que encabeçou a lista do PSD, foi derrotado com 7707. Os 627 votos que a lista do CDS, em coligação com outros pequenos partidos, obteve de nada lhe teriam servido. O PS teve 2474 votos. O que também de nada lhe serviu.

No início, Marques ainda fez a corte ao cabeça de lista do PS, Luís Patacho, sendo inevitável ver na aliança entre os dois um projecto conjunto para as eleições deste ano. E se Patacho saiu de cena, o PS de Caldas da Rainha (que nunca conseguiu chegar à Câmara Municipal) não pôs de lado a hipótese de poder encontrar alguma maneira de chegar ao poder, atraído pelo seu cheiro cativante.

Em 3 de Abril de 2025, o "Jornal das Caldas" publicou uma notícia com o título "PS e Vamos Mudar em conversações para acordo eleitoral nas Caldas". O rasto da notícia ainda está no Facebook, mas a notícia, em si, desapareceu. Não se soube mais nada e até se pode pensar que tenha sido uma brincadeira de 1 de Abril. Mas, se fosse, teria havido decerto uma nota posterior a dizer isso mesmo. E não houve. E a notícia não teria desaparecido. Dois meses depois, é estranho este desaparecimento.





No Facebook é o que se encontra, mas a notícia, no próprio "Jornal das Caldas", desapareceu



Não tendo havido mais notícias sobre o "acordo eleitoral" (o que não quer dizer que não tenha havido contactos), o certo é que um novo elemento relacionado com as relações entre Marques e o PS acabou por emergir mais recentemente: o apoio expresso de Marques no Facebook, com apelo à sessão de apresentação do candidato na capital do concelho, ao ex-dirigente socialista António José Seguro, a quem designa já por "Futuro Presidente da República", numa espécie de investimento.

 




Residente, por motivos matrimoniais, em Caldas da Rainha, António José Seguro (que até poderia ter sido um bom presidente nesta câmara municipal) pode servir de elemento de ligação com o PS local e, com ou sem qualquer mecanismo de troca, ser a bengala para Marques se sentir mais tranquilo nesta eleição.

Porque, à partida, o Vamos Mudar precisa dos votos do PS para ganhar, o que será facilitado por uma aliança entre as duas partes. E esses votos até poderão ser suficientes para derrotar o PSD.





O que dizem os números




Uma análise, muito superficial, dos resultados eleitorais no concelho (Câmara Municipal e Assembleia da República) diz-nos isso e diz-nos mais algumas coisas. Vejamos alguns aspectos e algumas interrogações:

1. Quem foram, e quem serão, os eleitores do Vamos Mudar em 2025? De onde onde foram para o Vamos Mudar em 2021, e em quem votaram nas eleições legislativas de 2024 e deste ano? No PSD, no Chega, na Iniciativa Liberal e no PS? E serão eleitores fixos do Vamos Mudar, susceptíveis às acções de propaganda e de comunicação política do chefe da Câmara Municipal?

2. Por comparação com as eleições de 2017, vemos que em 2021 o PS perdeu quase 3000 votos. Terão ido para o Vamos Mudar? Depois, nas eleições legislativas, o PS recuperou eleitores, mais em 2024 do que em 2025. Como é que estes eleitores votarão este ano nas autárquicas? Note-se que o PS ainda não tem, ou não apresentou, candidato à presidência da Câmara Municipal.

3. O PSD perdeu quase 4000 votos entre 2017 e 2021. Muito provavelmente para o Vamos Mudar, cujo chefe foi, aliás, deste partido. Os eleitores do PSD, no entanto, não terão regressado todos a este partido nas eleições legislativas, onde o Chega obteve 6614 votos já este ano. Há uma perda de cerca de 1500 eleitores em 2025 desde as eleições de 2017. 

4. Em 2021 o Chega teve só 646 votos. Três anos depois, registou um resultado impressionante (5572 em 2024), que se alargou ainda mais este ano (6614 votos). Estes eleitores apoiarão a candidatura deste partido à Câmara Municipal (que até pode vencer) ou dispersar-se-ão por outras candidaturas? Que poderão ser o PSD ou o Vamos Mudar?

5. Haverá um efeito de "voto útil" em torno da candidatura do PSD contra o Vamos Mudar? Não creio, porque uma das consequências do atraso do PSD foi a ausência de alguém que, constantemente e com exemplos bem concretos, pudesse denunciar e combater o estado ruinoso em que o Vamos Mudar está a conseguir mergulhar a Câmara Municipal e o próprio concelho. O eleitorado, em geral, desconhece a situação.

6. Numa perspectiva apenas matemática, será suficientes para o Vamos Mudar ganhar a soma dos eleitores "orfãos" que lhe deram a vitória em 2021 com os eleitores pouco convictos do PS.



*

Hugo Oliveira e Fernando Costa têm uma tarefa difícil pela frente e uma derrota nestas eleições será fortemente penalizadora para o primeiro. E só a sua vitória poderá travar Vítor Marques e o seu projecto de poder unipessoal. 

Para já, lamentando que se apresentem tão tarde, é neles que votarei. E, esperando que apresentem ideias e projectos úteis para o desenvolvimento do concelho, fá-lo-ei numa perspectiva de "voto útil" para correr com o actual presidente da Càmara Municipal de Caldas da Rainha. 

Boa sorte! A ambos e a nós todos.



(Imagens de fonte aberta de acesso público.)


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Neste também não

Se nos outros não voto, neste também não votarei. Seguramente. 

Ide todos brincar às eleições lá para onde não se vêem nem o Sol nem a Lua.


Imagens de fonte aberta de acesso público.




















Adereço recomendado para encontros perigosos




A propósito disto, uma piada muito bem feita de autoria desconhecida




 

Outro uso prático










domingo, 15 de junho de 2025

150 mil milhões de euros

 


Os chefes políticos da União Europeia, com a detestável madame Fond of Lying à cabeça, já entregaram à Ucrânia 150 mil milhões de euros desde 2022.

A fundo perdido, sem controlo, sem nos perguntarem (porque o dinheiro é nosso) se estávamos de acordo, sem qualquer prestação de contas, enquanto, em vários Estados-membros, há problemas sociais e de pobreza que são graves.

Este empenho em atirar dinheiro para os dirigentes de um dos mais corruptos países do mundo, que não querem pôr fim a uma guerra que já perderam e que para eles é pessoalmente lucrativa, faz pensar que parte desses milhares de milhões de euros pode estar a voltar à origem (geográfica) para os bolsos de quem toma a decisão de os movimentar.

Será?




(Imagem de fonte aberta de acesso público.)

sábado, 14 de junho de 2025

O monstro da "Foz Arelho", de custo secreto

 

À distância, na "rotunda do Greenhill" da Foz do Arelho, o que se vê é uma coisa estranha, sem forma, como um objecto caído do espaço ou saído dos recantos mais sombrios da ficção de H.P. Lovecraft ou dos desertos de Arrakis, o planeta dos vermes da areia de "Dune"). E depois, mais perto, é preciso quase parar (numa rotunda!...) e usar a imaginação para, por fim, se perceber que esta espécie de "blob" até tem uma forma definida. 

Vejam só:







A ideia parece ser a de representar um búzio, embora disforme. A fazer fé no Facebook, haverá no local uma placa com a informação "Ouvir o Mar"...  e com a Foz do Arelho transformada em "Foz Arelho"!

A disformidade do objecto tem marca. Politicamente, não é orfão, embora artisticamente o seja, como uma criança nascida deformada de quem os pais nem querem saber.





O pai e a mãe da coisa são, politicamente, os bípedes que se avistam nesta fotografia e na sua ampliação: à esquerda está o azougado presidente da Junta de Freguesia da "Foz Arelho" (vá lá que não saiu "Foz Orelho"...) e à esquerda o não menos azougado presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, que de há muito estendeu a sua manta de favores a este presidente da junta, talvez num bizarro "quid pro quo" relacionado com a sombra penal que paira sobre o primeiro.

Mas, em termos de criatividade, já a coisa é mesmo órfã: não se sabe quem foi o autor, podendo até especular-se que quem fez isto deve estar profundamente envergonhado pela disformidade da sua criação. 

Depois, como é habitual, não se sabe quanto custou e quem ficou com o dinheiro.

Devido à associação a Bordallo Pinheiro e à Escola Superior de Artes e Design e a alguma actividade tradicional e artesanal no domínio da cerâmica, o município de Caldas da Rainha ganhou uma imagem, algo desmaiada, de ser "amigo" das artes. Será, no que se refere aos seus organismos, mais amigo de alguns artistas, favorecidos e homenageados por quem manda, do que das artes em geral. E sem consultas populares, ou à própria ESAD, ou concursos públicos maçadores. 

Foi o que já aconteceu no objecto (que por comparação com este é uma coisa tão linda...) montado numa rotunda da Serra do Bouro. E talvez seja melhor nem escrutinar a escultura de um pescador com artroses num barco e com gaivota que apareceu noutra rotunda da "Foz Arelho".

Esta monstruosidade que pousou na "rotunda do Greenhill" e uma afronta às artes, à Foz do Arelho (e não à "Foz Arelho"), à combinação do vasto horizonte do Oceano Atlântico com a zona serrana do interuor, ao bom-senso e à inteligência. E, como homenagem, só serve para homenagear o chico-espertismo e os compadrios da política. 

Devia ser arrasado, mas, infelizmente, não acredito que o venha a ser. É o que me diz a minha experiência de 20 anos de vida nesta região.


Secretismo


O "Jornal das Caldas", aqui, revela quem são os dois "pais" da coisa, mas fica omisso um elemento fundamental: quanto custou.

Os orgulhosos progenitores são Ovídio António, arquitecto e empresário (Ovídio António, Lda., arquitectura, e Renato Franco, escultor e empresário (Renato Franco Unipessoal, Lda.). A escultura, garante este, é "feita ao bronze" e "vai ganhar colorações diferentes de acordo com a altura do ano". Ficamos a saber que pesa mais de uma tonelada, por exemplo, mas já não sabemos quanto custou.

Decidida sem concurso, a coisa foi fabricada e remunerada com o dinheiro dos munícipes de Caldas Rainha. Mas estes, como já é habitual e num clima de segredo e de falta de transparência, não podem saber quanto é que pagaram por este "blob".




sábado, 7 de junho de 2025

3 erros, 1 facto grave e 1 desastre



Marcelo Rebelo de Sousa, o idoso de 77 anos que exerce a função de Presidente da República, fez três coisas que são, pelo menos, erros (que uma pessoa com a sua experiência devia ter evitado) no confronto com uma activista pró-Palestina na Feira do Livro de Lisboa.

O primeiro erro - No confronto inicial, o Presidente da República agarrou-se aos ombros da activista e, de boca aberta, foi olhando para todos os lados enquanto ela falava para as câmaras de televisão. Mas o Presidente da República sabe bem, e talvez ainda se lembre desse pormenor básico, que as câmaras de televisão querem as palavras dele e que a primazia seria dada ao que dissesse. Devia ter deixado a activista falar livremente, mantido alguma distância física e esperado pela sua vez para falar. Não o fez e errou.

O segundo erro - Largando-a, por instantes, o Presidente da República também lhe ia deitando olhares condescendentes enquanto ela falava, parecendo dividido entre a tentativa de a contrariar e a vantagem de se alhear. Mas não se conteve e, sem qualquer racionalidade, agarrou-a outra vez. Não começou apenas a limitar-lhe os movimentos, estabelecendo mesmo um contacto directo de pele com pele e da pior maneira possível: são as mãos de um homem a agarrarem o pescoço nu de uma mulher, a ponto de ela ter de pedir-lhe para não a agarrar pelo pescoço. É impossível prever como é que a situação poderia ter evoluído. Foi o seu segundo erro.

O terceiro erro - Poucas pessoas hão de ter compreendido o teor do esclarecimento que o Presidente da República deu, depois de largar o pescoço da activista. Visivelmente incomodado, usou um tom entediado, de professor aborrecido com os alunos, para dizer à imprensa o que devia ter dito, à distância de metro, retirando protagonismo à sua adversária e, sobretudo, sem estabelecer contacto físico. Foi o seu terceiro erro.

O facto grave - O comportamento do septuagenário, nesta circunstância, dificilmente pode ser visto como o de uma pessoa na plena posse das suas faculdades mentais, capaz de se controlar e de se relacionar na via pública com pessoas que não conhece e que o desafiam nas suas convicções. Se os erros de comunicação são questões políticas, o modo como quis atropelar a intervenção da activista e lhe pôs as mãos numa zona mais íntima (o pescoço) suscita questões de outra natureza: Marcelo Rebelo de Sousa estará doente? E estará capaz de exercer as suas funções de Presidente da República?

O desastre - A imprensa nacional ignorou esta manifestação estranha do Presidente da República. Subserviente e tolhida pelo temor reverencial perante quem manda, noticiou rapidamente o episódio e remeteu-o para a normalidade da vida pública. Já não tem autonomia, capacidade de intervenção ou de análise ou de questionar os poderes públicos por sua iniciativa. É um verdadeiro desastre.



(Imagem de fonte aberta de acesso público.)



terça-feira, 3 de junho de 2025

Chamar-lhes "jornalixo" até é carinhoso...


A imprensa oficial portuguesa está reduzida a esta miséria.

Não há (quando lhes estraga a narrativa) verificação de factos, rigor, objectividade.

Há o que lhes mandam dizer: para a CNN tuga foram 41 bombardeiros destruídos, para o "Público" foram 40, se alguém lhes tivesse dito 100, 200 ou 500 publicariam na mesma.







Mas na própria Ucrânia, e citando as autoridades militares, o jornal ucraniano independente Strana.Today diz que foram 12 os aviões destruídos e parece que nem todos eram "bombardeiros". [E, já agora, as fontes russas (não oficiais) dizem que terão sido sete os aviões atingidos.]







Dizer que a imprensa nacional está reduzida a ser jornalixo até é carinhoso!




(Imagens de fonte aberta de acesso público.)