É onde estamos, num pântano: numas eleições legislativas que, pela primeira vez na minha experiência de viver em democracia, não me interessam, com resultados que, muito possivelmente, nem conclusivos serão e de onde poderá sair um governo minoritário e instável ou (o que será muito pior!) uma nova "geringonça". E em que nem irei votar.
O ainda primeiro-ministro, cercado por dúvidas que nunca quis esclarecer sobre a sua vida empresarial, tomou como refém o Governo e a situação política. À sua aventura amarrou o partido a que preside. E, se cair no domingo, derrotado de uma forma ou de outra, arrastará o PSD ainda mais para o fundo.
Não consigo, por isso, votar nesta AD de Luís Montenegro. Nem nas restantes candidaturas da "direita" devido, em primeiro lugar, ao seu alinhamento político com a orientação estupidamente belicista da liderança da União Europeia. O desfile de lugares-comuns, de figuras de pouca qualidade e de frases que são ditas para parecerem programáticas mas que são apenas eructações mediáticas, não me interessa. Na "esquerda" deixei há muito de votar. E não sigo modas políticas e nem vejo nos vários grupos (a começar pelo Livre...) alternativas racionais e convenientes para o País.
Insonsa, a campanha eleitoral começou capturada pela aventura empresarial do primeiro-ministro e parece acabar contaminada por mais um aventureiro: o equívoco almirante que ambiciona ser Presidente da República. Nada de bom sairá disto.
A minha opção não pode ser outra: não votarei. Evitarei um gesto que, nestas circunstâncias, me repugna-me: abster-me-ei. E, aliás, também o faço em nome do direito a não votar.
À noite verei os resultados na televisão, e apenas por me sentir obrigado a estar informado. Sobre a dimensão do pântano, pelo menos.
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