terça-feira, 20 de maio de 2025

A ridícula "revolta" da imprensa oficial




Esta é a primeira página do "Público" de hoje. Com grande destaque, garante-nos que as duas mulheres fotografadas ("Rosa Pedro e a filha", esta apresentada assim, sem nome) são "de etnia cigana" e estão "revoltadas": "ficaram revoltadas com vitória do Chega no seu distrito"! 

Mas os seus sorrisos não sugerem uma "revolta". Os seus semblantes são de óbvia satisfação e, apetece dizer, manifestam algum orgulho. Têm noção da sua presença física e apresentam-se de ombros destapados sem problemas, como numa passagem de modelos ou como se estivessem a posar para fotografias que hão-de sair no Facebook ou no Instagram.

O "Público" podia ter-se dedicado a analisar as circunstâncias que fizeram com que Rosa Pedro tivesse uma filha que, pela idade aparente, até podia ser sua irmã. Podia ter feito referência à tendência para a obesidade que parece ser evidente em mãe e filha.

Podia ter evitado o ridículo de uma fotografia que serve para dizer uma coisa quando parece estar a querer dizer outra.

O resultado das eleições de domingo, sobretudo no que se refere à ascensão do Chega, foi, claramente, traumatizante para a imprensa nacional e para o seu jornalismo (?). É pena que a sua "revolta" lhes tenha feito desaparecer a noção do ridículo.


(Imagem de fonte aberta de acesso público.)





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