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sábado, 31 de maio de 2025
Notas de prova
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Uma desgraça nunca vem só
E o dia de ontem, quinta-feira, 30 de Maio, comprovou-o: o camarada de Américo Thomaz anunciou-se como candidato a herdeiro dele, o pequeno mediador da política e da economia ganhou o apoio formal do PSD também como candidato presidencial e foi indigitado primeiro-ministro o presidente do PSD, que fez o País refém das dúvidas legítimas sobre a ligação da sua situação empresarial à sua carreira política.
Temos 10 anos terríveis pela frente. Se sobrevivermos a este esgoto e ao que lá fora se prenuncia, claro.
quarta-feira, 28 de maio de 2025
Ler jornais já não é saber mais (243): o partidarismo unívoco da imprensa oficial
Durante alguns dias, com alguns políticos europeus e americanos a ajudarem à festa, a imprensa oficial criou, ou aceitou que o fizessem, a narrativa de como a Rússia esteve a bombardear estruturas civis e os próprios civis da Ucrânia.
Não houve, pelo menos na melancólica imprensa nacional, quem duvidasse e quisesse saber mais. A imprensa tuga tomou partido, nuns casos disfarçadamente e noutros com uma obediência que até parece ser paga, pela versão ucraniana.
Mas havia mais e, embora tardiamente, a Rússia explicou-se: os alvos eram, todos eles, militares. Aliás, e mesmo quando basta a perda de uma vida humana, as baixas "civis" foram reduzidas.
A pesquisa jornalística, o "fact-checking", o rigor informativo, a objectidade, a honestidade, como instrumentos do jornalismo profissional, são outras vítimas deste outro conflito: o que opõe a informação à desinformação.
Como exemplo, fica aqui o resumo das informações russas sobre as suas acções destes dias, retiradas das agências Tass e Sputnik. Podem nem corresponder à realidade, mas estas informações devem ser consideradas, tanto como as que dá o regime de Kiev.
Da Tass:
Quais são as "fake news", leitor?
De certeza?
(Imagens de fonte aberta de acesso público.)
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Vamos Mudar contra o "Jornal das Caldas", com o PCP de permeio "a abanar a anca"
Curiosamente, nenhum destes "prestadores de serviços" aconselhou o óbvio à vereadora: que era preferível ter ficado calado.
A resposta do "Jornal das Caldas"
Só depois, no dia seguinte, é o "Jornal das Caldas" respondeu ao Vamos Mudar:
Na sua reacção, pergunta o "Jornal das Caldas": "Qual a razão do ataque da vereadora? Não gostou do título? Então mas não é um título idêntico ao de outros jornais?".
E, mais à frente, comenta: "Enfim, quando o próprio presidente da Câmara, confrontado com os ataques da vereadora, diz ao 'Jornal das Caldas' que o título é verdadeiro, o assunto é que podia era ser explorado de outra forma, na ótica dele, dizemos que temos a consciência tranquila. E é assim porque não nos dedicamos a atacar ninguém, nem tão pouco estamos ao serviço de que partido seja, como quando não se tem argumentos ou não se sabe usá-los, é o habitual comentário. De igual modo também não estamos a favorecer a Câmara quando os muitos artigos por nós publicados descrevem ações que o executivo considera serem positivas."
Depois disto, a vereadora do Vamos Mudar remeteu-se ao silêncio. Pelo menos, por enquanto. Quanto ao "post" do Facebook, no entanto, continua bem visível.
(Imagens de fonte aberta de acesso público.)
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Ler jornais já não é saber mais (242): a desistência
Não tenho a certeza de como cheguei ao jornal on line ucraniano "Strana", a que aqui já me referi, mas penso que terá sido por uma ou várias referências que lhe foram feitas pelo advogado inglês Alexander Mercouris no seu canal de análise política no YouTube. A partir desse momento, e quando o Google me passou a fornecer o "Strana" com tradução (automática) do ucraniano ou do russo (as duas línguas usadas pelo "Strana"), passei a consultá-lo com a mesma regularidade com que consulto os sites americanos "Axios", "Politico" e "The Hill", o inglês "UnHerd" ou os russos Tass e Sputnik. Todos, aliás, antes mesmo da melancólica imprensa nacional. Como qualquer pessoa pode fazer.
Foi depois através do "Strana" que cheguei a este novo órgão de informação ucraniano, o "Bihus", um projecto on line de vários profissionais que tem voltado as suas atenções para a atmosfera de corrupção que paira sobre a Ucrânia.
E foi no "Bihus" que encontrei uma notícia sobre dois elementos muito relevantes: as fortificações concebidas para a defesa ucraniana estão a ser edificadas com deficiências, que são causadas pelo desvio das verbas ofereidas por outros países e são membros da hierarquia política, com ligações ao círculo de poder de Zelensky, que ficam com o dinheiro:
Ou seja, em termos práticos: há quem, num país em guerra (numa guerra sem expectativa de vitória) desvie dinheiro que iria servir para mecanismos de defesa (apesar de inconsequentes) e quem o faz são os chefes políticos e militares que deviam dar o exemplo.
A notícia, que só consolida a imagem de corrupção generalizada vigente na Ucrânia (que se vai sustentando com dinheiro alheio) não chega à imprensa oficial do chamado "Ocidente alargado" e, muito menos, à portuguesa.
Tenho de dizer que são sei porquê, claro, mas, além do que desconfio, devo também pensar que a pesquisa e a aquisição de mais, e mais alargados, conhecimentos por parte dos jornalistas já foi, nos nossos dias, chão que deu uvas. Desistiram da sua profissão, portanto.
terça-feira, 20 de maio de 2025
A ridícula "revolta" da imprensa oficial
Esta é a primeira página do "Público" de hoje. Com grande destaque, garante-nos que as duas mulheres fotografadas ("Rosa Pedro e a filha", esta apresentada assim, sem nome) são "de etnia cigana" e estão "revoltadas": "ficaram revoltadas com vitória do Chega no seu distrito"!
Mas os seus sorrisos não sugerem uma "revolta". Os seus semblantes são de óbvia satisfação e, apetece dizer, manifestam algum orgulho. Têm noção da sua presença física e apresentam-se de ombros destapados sem problemas, como numa passagem de modelos ou como se estivessem a posar para fotografias que hão-de sair no Facebook ou no Instagram.
O "Público" podia ter-se dedicado a analisar as circunstâncias que fizeram com que Rosa Pedro tivesse uma filha que, pela idade aparente, até podia ser sua irmã. Podia ter feito referência à tendência para a obesidade que parece ser evidente em mãe e filha.
Podia ter evitado o ridículo de uma fotografia que serve para dizer uma coisa quando parece estar a querer dizer outra.
O resultado das eleições de domingo, sobretudo no que se refere à ascensão do Chega, foi, claramente, traumatizante para a imprensa nacional e para o seu jornalismo (?). É pena que a sua "revolta" lhes tenha feito desaparecer a noção do ridículo.
(Imagem de fonte aberta de acesso público.)
segunda-feira, 19 de maio de 2025
Enfiados no pântano
Foi como, realmente, ficámos. E não retiro uma linha ao que escrevi aqui, depois das primeiras eleições legislativas que mais me repugnaram, em toda a minha vida, e em que, sem arrependimento nenhum, não fui votar.
Quanto ao resto, que o Estado me continue a pagar a reforma é o que na realidade me interessa.
domingo, 18 de maio de 2025
Em Ponte da Barca, entre os rios
Em Ponte da Barca e em Arcos de Valdevez, a paisagem dos rios impressiona. Não pela força das águas, embora sejam bastante movimentadas, mas pelo modo como envolvem e condicionam a paisagem urbana, que se adaptou bem aos cursos de água.
O mais importante é, naturalmente, o rio Lima, que vem de Espanha, e que passa por Arcos de Valdevez, antes de atravessar Ponte da Barca e de chegar a Ponte de Lima. E o outro é o pequeno mas impetuoso rio Vade, em Ponte da Barca, que vai ter ao rio Lima.
É quase em cima do rio Vade que se situa o alojamento local designado por Moinho das Cavadas. A casa nasceu sobre um moinho de água, ampliado e reconstruído, com uma oferta suplementar de dois apartamentos. A movimentada água do Vade, com as suas cascatas, faz parte do Moinho das Cavadas, evolui por baixo dela, deixa-se ver da enorme parede de vidro que é a janela da sala, passa em redor, faz-se ouvir com fragor até ao momento em que o seu cantar acaba por se integrar na paisagem, assemelhando-se, à noite, quando não vemos a água, a uma chuvada persistente. É um espectáculo de uma imponência amável.
Foi aqui que ficámos, duas pessoas e dois cães, durante seis dias que souberam a pouco.
Foi a melhor base para ir descobrir Ponte da Barca, vila compacta e acolhedora, e Arcos de Valdevez. A frente de rio destas duas vilas da região dos vinhos verdes é extraordinária. Está integrada na paisagem urbana (com obras profundas na mais extensa Arcos de Valdevez) e constitui um espaço que deve ser fácil de usufruir por quem vive nestas vilas do interior. Entre o emprego e o regresso a casa, num intervalo, há espaços à beira-rio para todos os gostos. Mas quase não há bancos onde as pessoas se possam sentar. Nunca percebi o ódio dos burocratas camarários, eternamente sentados, à existência de bancos em sítios públicos.
O Vade conflui com o Lima junto ao Campo do Côrro, onde está o restaurante O Moinho. É um dos mais famosos da vila, com vista, num canto, para o primeiro rio. Come-se bem e tem vinho verde tinto a jarro, servido com malga. No mais turístico Alto da Prova, o vinho é à garrafa mas também existe a opção da malga. O turismo explicará a proliferação de restaurantes numa vila que pode ser considerada pequena.
Além destes dois, visitaram-se a Churrasqueira Barquense, o Kibom e a Adega do Lavrador, num leque de escolhas que foi do bacalhau (e que soberba era a posta de bacalhau na telha que me aparceu no Alto da Prova!) ao modesto, mas saboroso, entrecosto grelhado (na sombria Adega do Lavrador).
Sempre com vinho verde tinto, quase sempre com o omnipresente "Fedelho", marca recente da Adega Cooperativa de Ponte de Barca. Sofrendo com a concorrência da sua congénere de Ponte de Lima, a Adega Cooperativa de Ponte de Barca está a tentar ganhar visibilidade. O que dela bebi sugere que talvez consiga fazê-lo.
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| O rio Lima em Ponte da Barca |
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| O rio Vade no Moinho das Cavadas: entre a água... |
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| ... e o fogo de um recuperador de calor muito bem posicionado |
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| Uma das aprazíveis zonas verdes do Moinho das Cavadas |
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| O "Fedelho" e a malga |
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| O acolhimento dos hóspedes, impecavelmente feito pelos "anfitriões" Diana e Valdemar (através do Airbnb), inclui um delicioso pão-de-ló |
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| O imponente conjunto de rochas conhecido por Castelo da Nóbrega, numa colina quase inexpugnável de onde se vê quase toda a região |
sábado, 17 de maio de 2025
Porque não gosto dos CTT (161): violação de correspondência, mais uma vez
Já há muito tempo que isto não me acontecia... e decerto que apenas porque a utilização dos serviços da empresa CTT está reduzida ao mínimo. Mas, lá está, era impossível que não voltassse a acontecer.
Foi, neste caso, mais uma violação de correspondência: um envelope rasgado. O conteúdo é uma revista de cinema, vinda do Reino Unido, e calculo que o assunto não interessa a quem o enfiou, assim rasgado, na caixa do correio. E rasgou-o porquê? Terá tentado ver se o envelope incluiria algum objecto valioso?
Não se sabe, claro. Nunca se sabe. A impunidade desta gente é absoluta.










































