Caras de bacalhau assadas... |
... e Galo do Campo com Esparguete, ambos no restaurante Vale Velho (Caldas da Rainha) |
Os dirigentes políticos atiram umas eructações de circunstância e varrem o assunto para debaixo dos tapetes amplos das autoridades policiais. E a imprensa junta a indiferença à complacência, numa curiosa cumplicidade objectiva com os perpetradores...
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E pronto, vinte e quatro horas depois, aqui está o que tende a ficar escondido.
A imprensa encobre o contexto social (racial, étnico, chamem-lhe o que quiserem) do acto de violência de Southport, mas depois vê-se isto: o ataque, como retaliação, a uma mesquita; os rumores sobre o atacante, que não será "refugiado", mas apenas "nascido em Inglaterra".
Porque, como toda a gente sabe, há os "ingleses" e os "nascidos em Inglaterra"...
Esta hipocrisia imbecil contribui, objectivamente, para criar um manto de censura sobre o que são acontecimentos sociais graves, com consequências políticas de médio e longo prazo que devem ser analisadas sem alarmismos nem preconceitos.
Que o lamentável hipocondríaco de Belém não as dispensava, nem dispensa, já o sabíamos. É possível que Joana de Barros se sentisse obrigada a pô-la para a cerimónia e, quanto à serviçal lá do fundo, calcula-se que deva fazer parte da mobília belenense. Mas o "Observador" (cujo nível rasteirinho se vê todos os dias) devia fazer melhor e recordar o rosto aprazível e o nariz empinado de Joana de Barros, que conheci na Faculdade de Letras de Lisboa.
A notícia não são as fraldas faciais, que felizmente não se tornaram hábito contra a vontade de idiotas sortidos, mas a morte de uma pessoa de qualidade.
... de Caldas da Rainha, ainda existe quem perceba que têm de prestar contas de, pelo menos, algumas das coisas que fazem. Ou que não fazem.
Depois de inquirir a União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro sobre estas duas questões, como aqui relatei, tendo obtido respostas que não foram satisfatórias, enviei directamente, por e-mail, ao presidente da Càmara Municipal estas perguntinhas:
Não vislumbro uma explicação racional para a histeria meteorológica da imprensa, em óbvia articulação com as "pessoas que menstruam" da DGS, em torno de temperaturas normalíssimas de Verão em certas zonas do nosso país.
Sofrerão de um alheamento absoluto das realidades nacionais? De desconhecimento do mundo que os rodeia? Tentam criar medo e angústia? Ou promover a venda de aparelhos de ar condicionado? Ou serão tão tolinhos que se deixam, eles próprios, assustar pelos "avisos" coloridos? Ou terão perdido a capacidade de procurarem assuntos de interesse realmente jornalístico?
As "pessoas que menstruam" da DGS devem achar que somos todos atrasados mentais |
Não sou académico. investigador ou estatístico para o dizer com a certeza de qualquer estudo científico. Mas basta ver, no dia a dia da comunicação social (aquela onde, há dezenas de anos, foram jornalistas homens e mulheres que são, e foram, escritores de relevo), a sucessão de erros, daquilo a que popularmente se chama "calinadas", que aparecem por todo o lado.
É certo que parecem já não existir as secções de revisão que eram guardiões, às vezes demasiado ortodoxos, do património da língua e das letras portuguesas. Mas, mesmo não compensando esse défice, há dicionários acessíveis on line, há o Ciberdúvidas, há maneiras de, através do Google e com algum raciocínio, chegar à forma correcta de escrever uma palavra.
Os exemplos dessas verdadeiras patadas dadas na língua portuguesa por quem, obviamente, não sabe escrever aparecem praticamente todos os dias e os exemplos que aqui reuni são apenas de órgãos noticiosos que estão on line. Hão de existir muitos mais.
E se este apanhado pode dar vontade de rir, ele é também um retrato aterrador da impreparação e da falta de cultura de quem escreve na imprensa. É isso que é necessário perceber.
"tornado em intelectual"? O correcto seria "tornado intelectual" ou "transformado em intelectual" |
"as testemunhas tratam-se"? De que doença? |
A palavra "teatreiras" não existe. |
Será preciso registar aqui que a forma mais correcta e mais simples seria "a NATO é uma organização..."? |
O mal de não haver revisão... |
Uma calinada, infelizmente, demasiado comum: por que raio é que não escrevem, como seria correcto, "faltam informação e acompanhamento"!? |
Marques Mendes tem um problema sério com os acentos... |
... e devia corrigi-lo na sua corrida ao assento de Belém. |
No original (inglês) há de estar "deploy". Ou seja, pôr, instalar, destacar para... Mas agora... "desdobrar"?! |
Um recurso interposto, por exemplo, não é o mesmo que um entreposto! |
Alguém percebe o que isto significa?! |
Quem escreveu esta de "dar gafes" devia estar a pensar (ou a precisar de...) em "dar peidos". |
Ou seja: as "perícias" apropriaram-se de "cópia" que os "documentos" tinham em seu poder. |
Não consigo perceber o fascínio pelo verbo "colocar" quando o verbo "pôr" é mais simples e, por isso, mais eficaz... e até está no texto. |
É o produto de uma série de obras urbanas, tão mal feitas como incompletas, lançadas a trouxe-mouxe pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha... a tal câmara do tal presidente do partido unipessoal "Vamos Mudar".
"Mudar" para pior, cada vez pior, claro.
Neste cartaz, que parece ser o único, não há praia. Há um quiosque (que deve ficar fechado no Inverno), há árvores de folhagem amarelecida (como no Outono), uma avenida com candeeiros altos, um palacete no alto de uma colina e... nem céu azul se vê. Fazer praia na Foz do Arelho? Foge!...
A este delírio visual mal amanhado junta-se outro aspecto, que acaba por ser a mais duradoura e sensorialmente (olfato e visão!) poderosa marca de Caldas da Rainha: o lixo e os seus horrendos e insalubres contentores. E, numa ironia melancólica, este cartaz, posto à entrada da zona central de praia da Foz do Arelho parece querer esconder o lixo... para apenas lhe dar mais destaque.
Por trás do "foge", o lixo... em todo o seu esplendor. Foge!... |
Ou seja, e generalizando a um concelho que merecia muito mais do que gestores municipais interessados apenas na sua própria fortuna: foge!...
Que esta gente é completamente anti-social, com uma atitude do género "Todos me devem e ninguém me paga" (o que pode estar ligado à tradição de muitos "joões semanas" receberem presentes dos seus clientes...), mostra-o o facto de deixarem que o pobre do cão deles se vire contra toda a gente que passa... e de estar a ladrar, mesmo de noite ou de madrugada, sem qualquer controlo.
O cão, fora da inadequada vedação que não o contém, ladra... e foge. É cobarde. Como eles. Lá dentro, no entanto, de pelo eriçado e dentes de fora, é de uma agressividade idiota.
E, quando às vezes fica mais afoito, sai da vedação por um buraco que existe desde 1 de Janeiro de 2023 e que nunca foi reparado, para ladrar a pessoas e outros cães. Para eles, miseráveis que são, é coisa sem importância. Mas não pensam como isso é desastabilizador, pelo menos para os outros cães por mais controlados que estejam por quem os passeia.
E que ladre noite fora? Oh, que bom para eles.
Sabem bem que isso não pode deixar de incomodar os vizinhos (e numa das casas mais próximas há crianças que se deitam cedo...) até porque, pelo que sei e pelo que tenho visto, ninguém lhes passa cartão. E eles vingam-se da ignorância a que são remetidos. Para o "dótor" que se julga o dono-disto-tudo local, deve ser horrível que os vizinhos, todos mais bem educados e civilizados do que ele, não lhes mostrem subserviência.
É claro que, durante a noite, com portas e janelas todas fechadas, metidos no seu bunker amarelo-canário, até podem nem ouvir o cão a ladrar e nem saber o que se passa. Ou talvez achem que é assim que deve ser e que bastarão os latidos esganiçados do cão para afastar potenciais assaltantes.
Mas pode ser que se enganem e que, um dia, sejam mesmo assaltados. Que bom seria que isso lhes acontecesse!
Estamos sempre a aprender na extraordinária imprensa portuguesa: na "Executive Digest", coisa que agora deve ser clandestina, temos um sujeito a garantir que os EUA têm mísseis desdobráveis!...
Além da imbecilidade irrelevante de ser notícia que no Verão podem estar 40 graus (esta gente nunca deve ter saído dos seus ninhos lisboetas de ar condicionado...), fica a certeza do espantoso rigor da meteorologia "por aí".
Cientificamente, o "por aí" é importante, não é?
É estranho, porque os governos devem prestar contas do que fazem com o dinheiro dos seus povos, mas não há informações oficiais sobre a quantidade de equipamento militar que já foi dado ao governo de Kiev pelos governos dos Estados-membros da NATO desde o começo das hostilidades.
Neste folhetim de anos em que praticam esta versão de maus-tratos a animal de companhia, já os denunciei à GNR, mas de nada serviu. Pode ser inércia, incapacidade das autoridades ou, apenas, o que me faz suspeitar de que hão de estar bem respaldados.
São gente repugnante, arrogante, de quem a vizinhança, unanimemente, não gosta.
Julgam-se os reis da região, têm criada às ordens a quem tratam como escrava, e que assim se deixa tratar e de forma humilhante, e o que vou vendo faz-me pensar que se aproveitam bem, digamos assim, do estatuto social que terão, ele como médico (mas, enfim...) e ela como professora.
Infelizmente, esse estatuto não os faz tratarem bem da criatura de quatro patas que, para todos os efeitos, mantêm em situação de abandono, sem cuidarem, sequer, do belo exemplo que estão a mostrar aos netos que gostam de exibir.
O respeitabilíssimo "Financial Times" (cá chamar-lhe-iam "jornal de referência") não esconde, citando alguns deles, que os atarantados dirigentes do Partido Democrático americano não sabem o que hão de fazer à vida, perante o desastre que é o estado mental do seu chefe e Presidente do país: "We´re totally, totally screwed". Ou seja, traduzindo com alguma liberalidade: "Estamos totalmente, mas totalmente, fodidos!"
A reportagem pode ser lida aqui.
Manchete do "Jornal das Caldas", de 20.07.24 |
A notícia do apoio parlamentar à construção do novo Hospital do Oeste no Bombarral é dada pelo "Jornal das Caldas" na sua edição desta semana (10 de Julho), mas a aprovação desta recomendação na Assembleia da República foi feita no dia 4 de Julho, com os votos a favor do PS, BE, PCP, Livre e PAN, e a abstenção do PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS-PP.
A decisão parlamentar tem, portanto, uma semana. E parece estar envolvida num pesado manto de silêncio no concelho de Caldas da Rainha, onde o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha parece ter perdido o pio. E, com ele, a vergonha.
Nem uma conferência de imprensa, como já tinha feito. Nem uma declaração de "luto". Nem cartazes (pagos pelos nossos dinheiros). Nem manifestações. Nem um suspiro nas redes sociais, onde, no caso do Facebook, abundam as notícias de festividades num contraste gritante com a ausência de qualquer pronunciamento que, há um ano, era tão, mas tão importante.
Vítor Marques, ao reivindicar a exclusividade do novo hospital, conseguiu isolar o concelho de Caldas da Rainha dos restantes concelhos do Oeste. Lançou-se numa luta exacerbada (que também não durou muito tempo), com proclamações de "luto", manifestações de rua (incluindo em Lisboa, onde esbarrou nas portas fechadas da Assembleia da República, num sábado...) e ainda conseguiu arrastar uma boa quantidade de iludidos.
Esta decisão, acompanhada pela recomendação de obras nas estruturas hospitalares já existentes (no hospital de Caldas da Rainha, entre outros, portanto), é uma estrondosa derrota para Vítor Marques.
E depois do que fez, do que disse e do dinheiro público que gastou nos seus protestos, devia demitir-se. Não o fazendo, só mostra que, perdendo a face, também perdeu a vergonha. E de vez.
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Lembrem-se da campanha dele: