sexta-feira, 28 de junho de 2024

Três maus exemplos da gestão municipal do "Vamos Mudar": 3 respostas bizarras a 4 perguntas sobre 3 assuntos (2)


Uma rua privatizada 





Isto é uma rua. Chama-se Estrada do Vale, na Serra do Bouro, e é umas principais vias de comunicação entre a Estrada Atlântica e o interior. Até há pouco tempo tinha um piso muito degradado, a precisar de obras urgentes. Agora o piso está destruído, de alto a baixo.

Durante mais de uma semana, esta via esteve cortada. As pessoas que aqui vivem pensaram que a Estrada do Vale estava, finalmente, a ser repavimentada. Enganaram-se. A via foi reaberta e ficou assim, como as imagens documentam.

No conjunto de perguntas  que fiz à União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro e à Câmara Municipal de Caldas da Rainha sobre três assuntos (que melhor simbolizam a desastrosa gestão municipal do partido "Vamos Mudar"): quando é que a Estrada do Vale é repavimentada?

A União de Freguesias, sem mais pormenores, respondeu-me assim: "A obra na Estrada do Vale, foi da responsabilidade de um morador da zona, para ligação à rede de esgotos. A reposição do asfalto é da responsabilidade do promotor da obra." 






Como resposta, é curta. Ou seja: a resposta não identificou o morador, não me disse como é que o tinham autorizado a tomar como sua, destruindo-a, uma rua, não esclareceu se alguma entidade (a própria União de Freguesias ou a Câmara Municipal) iria intervir para obrigar o "morador da zona" a proceder à "reposição do asfalto".

Quanto à Câmara Municipal... é o costume: não respondeu. É um assunto que terá de ser resolvido de outra maneira...



quinta-feira, 27 de junho de 2024

Coisas (muito) boas


Mão de vaca com grão, no restaurante Vale Velho (Caldas da Rainha). A melhor execução deste prato, até agora.






Ler jornais já não é saber mais (220): inversão

Os números são estes: 47 por cento pensam que o país (o que resta do país...) vai na "direcção errada"; 33 por cento pensam que vai na "direcção certa". Mas o que o título do "Observador" valoriza é... a minoria.

Não acredito, realmente, que não haja dinheiro envolvido nesta inversão tão descarada da realidade que é praticada pelo "Observador" (onde a deontologia jornalística já morreu).









quarta-feira, 26 de junho de 2024

A respeito do Facebook




Os posts do Facebook expressam as opiniões dos seus autores e eu, no que me diz respeito, respeito as opiniões alheias e não me meto a contradizer ou a atacar, sequer, parvoíces que são óbvias.

Apesar de ter o hábito de não comentar os posts de que discordo, aceito que qualquer pessoa comente os meus. Mas com limites, tipo “reservado o direito de admissão”: admito as divergências de opinião, mas não admito o que eu, como autor dos posts, considero insultuoso, em termos gerais ou particulares.

Como não tenho paciência para polémicas de Facebook com idiotas que não respeitam as opiniões de que discordam, criei um sistema tipo defesa aérea que começa por abater os comentários que não se enquadram nos meus limites e que depois, em casos de reincidência, bloqueia os idiotas que insistem.

Depois disto, quem quiser pode ir publicar os seus comentários, que eu não aceito, seja lá onde ou como quiser. Nos meus é que já não mete as patas.

A democracia é isto.


terça-feira, 25 de junho de 2024

Casa Branca, a casa da demência

 










O homem que ocupa o lugar de destaque nestas imagens, e nenhuma delas é falsa embora algumas tenham sido "comentadas", é o presidente dos Estados Unidos da América e chama-se Joseph Biden (sendo apresentado como Joe Biden).

Estas imagens, e os vídeos de onde foram extraídas, mostram com toda a clareza um idoso que sofre de demência. E há mais, muito mais, em grande abundância no YouTube, onde se pode ver o que a imprensa, em geral, estranhamente não mostra. Muitas pessoas não serão capaz de identificar esta situação de degradação mental e física. Mas quem convive, ou conviveu, directamente com idosos afectados por demência reconhece, de imediato, os sintomas.

E se a esta situação calamitosa (e vergonhosa para a América) se juntar a louca tendência belicista do seu governo e dos que se diz que até acabam por mandar mais do que ele (os "neo-conservadores", ou "neo-cons"), há todos os motivos para que todos nós, fora e dentro dos EUA, fiquemos muito, mas muito preocupados. 

Porque, em termos práticos, e sob a pressão do iminente acto eleitoral, este homem (ou alguém em seu nome) pode desencadear uma guerra mundial efectiva e globalmente destruidora.

Aparentemente, o seu próprio partido, o Partido Democrático, não o quer como candidato presidencial. Mas não arranja melhor. E, se por acaso for à eleição e ganhar, há outro problema: em caso de renúncia, quem é que fica como presidente? A actual vice-presidente Kamala Harris, de quem ninguém gosta?

O debate, previsto para o próximo dia 27, entre Joseph Biden (idoso e senil) e Donald Trump (idoso, mas sem mostrar sinais de sofrer de demência senil) pode ser, mais do que o espectáculo eventualmente deprimente da degradação de Biden, o elemento mais esclarecedor para podermos saber todos se a Casa Branca e os EUA recuperarão a sua dignidade ou se mergulharão de vez na demência.    


*

Uma nota posterior (em 29.06.2024): como era previsível, o estado de degradação cognitiva e física do actual presidente americano ficou bem evidente durante o debate com o seu adversário, numa exibição a que uma pessoa nessas circunstâncias nunca devia ter sido obrigada. Joseph Biden, se for até às eleições, já está derrotado. Um seu substituto pode já não ter tempo útil (e, enfim, ainda bem!). Donald Trump pode vir a ser mesmo o próximo presidente dos EUA. Como se costuma dizer: "the less of two evils".





segunda-feira, 24 de junho de 2024

Três maus exemplos da gestão municipal do "Vamos Mudar": 3 respostas bizarras a 4 perguntas sobre 3 assuntos (1)


Uma rua mal reconstruída 

e por repavimentar há mais de um ano



Uma das características negativas mais marcantes e mais visíveis do partido unipessoal "Vamos Mudar", que venceu as eleições municipais de 2021 em Caldas da Rainha, é a sua absoluta incompetência na gestão das coisas públicas. Não é o único traço negativo deste grupo e do seu chefe, o presidente camarário Vítor Marques, mas é aquele que está mesmo à vista.

Na freguesia, ou ex-freguesia, onde moro, a periférica e litoral Serra do Bouro, há três exemplos claros dessa incompetência que têm a ver com obras públicas inacabadas ou mal acabadas, suscitando-me quatro perguntas que dirigi na passada segunda-feira ao presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro e ao presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 

Da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro tive resposta em cerca de 24 horas. Mas da Câmara Municipal, que está directamente envolvida nisto, não.

Os três exemplos são esclarecedores dos efeitos negativíssimos que a gestão municipal do grupo "Vamos Mudar" tem na vida deste concelho e serão abordados individualmente.

Comecemos por este caso: em Abril de 2023, há 14 meses, portanto, foram instalados blocos de pedra na Rua da Escola (Serra do Bouro) e arrancada parte do alcatrão desta rua. A União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro anunciou com grande orgulho a “requalificação”, que considerou ser necessária apenas devido às “intempéries do final de 222”.



Não foram, no entanto, essas intempéries do longínquo ano de 222 que causaram estragos na rua, mas, sim, as obras que foram mal feitas em 2014 (ou seja, mil e setecentos e noventa e dois anos depois), pela empresa Cimalha – Construções da Batalha, S.A., que deixou um rasto de outras obras generalizadamente mal feitas neste concelho.

Ou seja, durante nove anos a Rua da Escola esteve assim (ocupei-me deste tema, várias vezes, aqui):



Depois de nove anos disto, e instalados em 2023 os blocos de pedra, ainda por cima imperfeitos, a rua ficou esventrada. E assim continua:




À minha pergunta, sobre quando seria repavimentada a Rua da Escola, a União de Freguesias respondeu: "O asfaltamento da Rua da Escola, foi pedido à câmara municipal, não se conhecendo, no momento, a data".




Ou seja: "Não temos nada a ver com isso." É uma resposta bizarra de quem foi ultrapassado, posto de lado ou desprezado.

Quanto ao presidente da Câmara Municipal não me respondeu, nem mandou responder. Não surpreende. 

O Sr. Vítor Marques, politicamente um desastre (para os outros e para a coisa pública...), ignora a prática saudável de prestar esclarecimentos aos eleitores. Socialmente, é um acto de má-criação. Politicamente, mostra o que é. E, tecnicamente, deixa que impere a incompetência.

A resposta da União de Freguesias, tão directa, sugere que o seu presidente também está descontente com a situação. Será, no entanto, quem mais acesso tem ao presidente da Câmara Municipal e ao chefe do seu partido ("Vamos Mudar"). E talvez possa insistir com ele, ou com os serviços dele dependentes, para que a rua seja asfaltada. Acredito que talvez ganhasse em assumir uma posição adequadamente crítica para com a criatura que quase parece querer que acreditemos que gere a Câmara Municipal como se fosse coisa sua...

"Vamos Mudar", portanto? Sim, mudaram... para muito pior!




Ler jornais já não é saber mais (219): censura

Ontem, domingo, ao meio-dia e um quarto, um míssil americano lançado pela Ucrânia caiu numa zona de praia em Sebastopol, na Crimeia, matando 5 pessoas e ferindo outras 124 (das quais 27 crianças) com bombas de fragmentação fornecidas pelos EUA.

A imprensa oficial, pelo menos a de cá, oculta por completo este crime de guerra (cometido contra civis).

Isto é censura. Pagam-lhes para o fazerem?...






domingo, 23 de junho de 2024

Um novo hóspede

À fauna já existente, de pássaros de diversas espécies, de aves, de ratos, de gatos alheios, de toupeiras e coelhos e de sabe-se lá que mais, juntaram-se agora esquilos. Já vi três, a comerem da comida que punha às aves e aos pássaros e que agora tive de diversificar, mas, nesta altura, só aparece um. Talvez seja um jovem, ainda, ousado e veloz, atento a todos os movimentos. A casinha da comida teve de ser deslocada do seu sítio para mais perto da nossa casa, enquanto tento terminar a minha guerra aos ratos que se tornaram mais descarados, mas o pequeno esquilo veio atrás dela e, guloso, não se poupa.







sábado, 22 de junho de 2024

A água suja do "Vamos Mudar"

Será vinho branco? Será mijo? Será chá? 

É o que me sai da torneira, ao longo de várias horas. A incompetente gestão municipal do grupo "Vamos Mudar" em Caldas da Rainha também se traduz nisto: é cada vez mais frequente ter as torneiras a deitarem água suja. Sem explicação, claro.






sexta-feira, 21 de junho de 2024

Ler jornais já não é saber mais (218): delírio

Durante duas ou três semanas, o uso corriqueiro do verbo "disparar" nos títulos... cai a pique (é outra expressão batida) e desaparece. Mas, depois, é como uma epidemia: o verbo volta a aparecer (apetece dizer que "dispara o uso do verbo ´disparar´") e repete-se, repete-se, repete-se, banal, sem qualquer tipo de imaginação ou de criatividade. 

Aqui ficam mais alguns exemplos, recentíssimos:






































quinta-feira, 20 de junho de 2024

Coisas em que, apesar de ver e de os conhecer, tenho dificuldade em acreditar

A empregada (mais criada, parece-me) dos emproados e arrogantes vizinhos de baixo sai a empurrar um carrinho de mão com caixas de cartão e um saco, tudo aparentemente destinados ao lixo. 

O patrão dela sai segundos depois, de carro, e ela até se desvia, a manobrar o carrinho de mão. Ele nem parece dirigir-lhe a palavra ou acenar-lhe e segue viagem. Lixo? Não é com ele. Aliás, parece-me que, para ele, nem lixo, nem louça suja (já vi a empregada a transportar louça de um barraco onde devem ter tido um almoço na véspera, para a casa) nem nada que se pareça.

Depois de o patrão se afastar, no carro, ela começa a descer a rua, a empurrar o carrinho de mão, a caminho dos contentores com separação de lixo que ficam a cerca de 500 metros. 

Já percebi, há vários anos, o tipo de gente que estas criaturas são, já vi como se comportam com animas e pessoas e se alguém me contasse isto... até teria dificuldade em acreditar que o gajo fosse capaz de fazer isto. E é ele médico (mas já sei conheço uma sua doente, ou ex-doente...) e ela professora...



quarta-feira, 19 de junho de 2024

A propósito...

... da tal cimeira suíça e disto que aqui escrevi, mantendo por pano de fundo a fotografia auto-congratulatória que tanto entusiasmou um dos porta-vozes de Kiev:




Foram convidados 160 países.

Dos que foram, cerca de 80, só 72 é que assinaram o comunicado final onde se tenta consagrar o presidente agora ilegítimo da Ucrânia.

Mas em 2 de Março de 2022 tinham sido 140 países a condenar, na assembleia geral da Organização das Nações Unidas, a incursão russa na Ucrânia, iniciada poucos dias antes, que foi designada pelo presidente da Federação Russa como "operação militar especial".

A imprensa, em geral, dedicou mais tempo à proposta de paz do presidente da Federação Russa do que às conclusões, genéricas e sempre belicistas, da cimeira suíça.





terça-feira, 18 de junho de 2024

A destruição da mente


A promoção do medo foi realmente bem feita.

Vêem-se novamente estas tristes almas penadas, convictas de que talvez seja melhor não respirar, à boleia da insidiosa campanha das infecções com covid.

Não há aqui raciocínio nem pensamento, escondida que foi a naturalíssima e inevitável imunidade de grupo, quatro anos depois do apocalipse que não existiu e com tanta água benta farmacêutica inoculada em tantos braços ansiosos...

Sob o pretexto de combater uma pandemia estupidamente e politicamente sobrevalorizada, como nenhuma outra o foi, destruíram o cérebro desta gente... quando não lhes destruíram o corpo com as vacinas "fast food"!




domingo, 16 de junho de 2024

A fé não explica tudo

 

A ordem de enumeração é arbitrária, até porque o tom é do mais monocórdico que existe: CNN de cá, "Expresso", "Público", "Observador", as outras televisões... A informação sobre a crise ucraniana é, para a grande maioria dos órgãos de comunicação social nacionais, uma informação parcial, tendenciosa e distorcida. E toda igual.

O que se passa no terreno, na frente de combate das regiões onde as forças armadas da Rússia vão obrigando as forças armadas da Ucrânia a recuarem, diariamente, é o melhor espelho dessa informação enviesada. Nenhum desses órgãos nos diz o que vai acontecendo. E o que vai acontecendo é, subjectiva e objectivamente, desfavorável à Ucrânia.

Se o sentido fosse o inverso, se tivéssemos as forças armadas da Ucrânia a obrigarem as forças armadas russas a recuar, haveria notícias (e de tom jubilatório). Mas não é o caso e... não há notícias.

Estou a falar de notícias e não de opiniões. E, mesmo aqui, o panorama é semelhante. Ainda sobrevivem, e gabo-lhes a coragem e a determinação, comentadores que não têm medo de expressar as suas opiniões e de contarem o que sabem (e, entre eles, destaco, por estima, consideração e admiração pessoais, o major-general Carlos Branco), mas o tom geral dos comentadores é acriticamente pró-ucraniano.

Mas o tom, nas notícias, devia privilegiar a objectividade. Devíamos ter informações em concreto sobre o que se passa no terreno, no campo de batalha mas também no palco político. Se há jornais, realmente relevantes, de outros países que são capazes de o fazer, porque é que os portugueses não o fazem?

Haverá quem possa dizer que é tudo uma questão de convicção, que os que mandam na imprensa acham que há um adversário "bom" e um adversário "mau", ou que um é "justo" e que o outro é "injusto". Pode ser isso, mesmo contras as regras de objectividade do jornalismo? Pode ser, mas não é. A convicção de chefes e directores, nesta matéria, está mais ao nível da fé. Acreditam. É uma variante do pensamento mágico. E será só uma questão de fé?

A informação, por vezes tão igual, não pode deixar de ter, pelas regras comuns de experiência, a mesma origem. E ela há de ser do domínio das empresas de comunicação, muito mais do que das agências noticiosas (que também devem "beber" dessas mesmas fontes). É muito natural que o governo de Kiev canalize parte do dinheiro que vai recebendo para fazer passar as informações que lhe dão jeito e por intermédio de empresas do sector. É o seu papel num mercado livre e, para o bem e para o mal, desregulado. 

O pior é depois: e se, com as informações convenientes, o governo de Kiev estiver a pagar também aos órgãos de comunicação social e a quem neles trabalha? Poderá haver quem, lendo estas linhas, considere que esta hipótese é uma fantasia. Mas o que está a acontecer é uma guerra e, nestas guerras do nosso tempo, todas as possibilidades estão em aberto. 

Porque, convenhamos, a fé não explica tudo.


*

O "Observador", onde esta fé substituiu a capacidade de raciocínio que alguns profissionais chegaram a ter noutras "vidas", tem as suas opções bem claras e essas opções passam ao lado das notícias e da verdade sem problemas de consciência.

Esta publicação on line, que cheguei a assinar, não hesita, como tantos outros, em dar destaque à figura do presidente ucraniano (que há de estar a beneficiar do trabalho de especialistas de relações públicas e de comunicação), que foi comprar à Getty Images. Mas depois, num contraste ostensivo ignora as chocantes fotografias dos novos recrutas com que o comediante-presidente quer ganhar a sua guerra (e a que eu aqui me referi). E não há de ter sido por falta de dinheiro para as comprar...















sábado, 15 de junho de 2024

Se correr bem, é "ciência"; se correr mal, é "azar"






A CNN tuga dá a notícia e toma partido: a vítima, a quem quase chama "negacionista", sofre de um "azar" infinitesimal ("0,0004%").

Só falta dizer a este canal de televisão que é o mais evidente modelo de informação enviesada que, como toda a gente sabe, as vacinas milagreiras da covid são mais santas e puras do que a água benta e se alguma coisa correr mal é... "azar".

A "ciência" das farmacêuticas das vacinas "fast food" e dos seus avençados é isto: se corre bem, é ciência da boa, se corre mal é "azar".

O texto publicado pode ser lido na íntegra aqui.





quinta-feira, 13 de junho de 2024

Os que vão morrer





Que idade tem este homem? Sessenta anos? Setenta? Cinquenta muito mal conservados? Não tem uma figura atlética. Parece magro e encolhido, talvez doente. A aparência que tem o rosto é a de um trabalhador rural, exposto ao tempo por trabalhar ao ar livre. É um soldado, com o seu capacete, no meio de um grupo de homens em que nenhum se mostra confortável, confiante ou decidido.

Este homem é um recruta das Forças Armadas Ucranianas e foi fotografado, com outros homens, durante exercícios de treino. Estes exercícios parecem durar cerca de quinze dias e, depois disso, os recrutas são atirados para o campo de batalha. Uma lei recente permite a mobilização de homens à forças e podemos especular que estes, trabalhadores rurais ou operários, foram apanhados, como outros, porque quem pôde esconder-se, fugir ou subornar as autoridades, não é apanhado.







As fotografias podem ser vistas no site da Getty Images aqui.



Pode haver quem pense que estas fotografias são fotomontagens, ou falsas, pensadas para mostrar apenas que as Forças Armadas Ucranianas já chegaram a um ponto em que recrutam idosos numa guerra que este país, ou o que dele resta, nunca conseguirá vencer.

Mas elas foram feitas por um fotojornalista chamado Jose Colon para a agência noticiosa turca Anadolu e são, como tantas outras, comercializadas pela empresa Getty Images, com preços que podem ir além dos 400 euros. O objectivo geral deste tipo de banco de imagens é fornecer à imprensa, e a quem as quiser comprar, imagens de acontecimentos e pessoas.

Não consta, no entanto, que elas apareçam na imprensa oficial, nacional e estrangeira, onde a perspectiva dominante é a do governo de Kiev. Mas estas fotografias, de quem vai ser atirado para a morte, são as que melhor ilustram a ilusão demente de quem, em Kiev e noutras capitais, ainda acredita na vitória contra uma máquina de guerra tão grande como o país que a construiu e cada vez mais poderosa. 





terça-feira, 11 de junho de 2024

Do fundo da retrete da memória


Comentei no Facebook um post alheio, e correcto, sobre um exercício de arrogância de uma dama de terceira linha da nomenklatura jornalística (fiquemo-nos pelas iniciais, que não merece mais: ASD) e eis que me saiu ao caminho uma versão antropoide de um daqueles caniches mal dispostos que ladram mais do que mordem e com apelido que parece nome de bolo folhado com doce de ovos (do mesmo modo: JMM).

A minha observação, para melhor conhecimento do perfil da dama, tinha sido esta: em 1978, quando fui trabalhar para o matutino "o diário", a pessoa em questão era secretária do director (tem direito a nome completo, apesar de tudo: Miguel Urbano Rodrigues). Depois passou de secretária a jornalista. Não tenho memória de alguma vez se ter distinguido como jornalista e o estatuto que depois obteve não justifica o apreço que parece suscitar em algumas pessoas. E, já agora, nem deixo aqui nenhuma especulação sobre as suas fases laborais.

O meu comentário, muito factual, fez com que o dito JMM saísse a terreiro e me atacasse, acusando-me, num primeiro rosnido, de ser "falso". 

Situando o facto (a posição de secretária de ASD) em 1978, perguntei-lhe nessa altura quando é que ele tinha ido para lá. Apressou-se a responder: em 1978. Mas não, não era o que a minha memória me dizia.

Perguntei-lhe por factos e pessoas e ele respondeu... baralhando acontecimentos e datas. Tinha ido para o serviço de agenda trabalhar com um jornalista que nunca soube escrever à máquina e que aqui fica registado apenas com as suas iniciais (DR). Em 1978, insistiu JMM. Bem, JMM é que se revelou falso: porque DR só foi chefiar o serviço de agenda em 1979, ou já depois, porque em 1978 chefiava a secção de Trabalho. E depois JMM ainda acrescentou outras falsidades. Para garantir que, em 1978, ASD não era secretária. Tenho uma vaga ideia de que JMM, que entrou em 1980 ou em 1981, andou muito próximo de ASD, e talvez isso tenha sido determinante para o ataque idiota que me fez.

Talvez para sustentar a sua verdade (tipo "a verdade a que temos direito"...), JMM resolveu fazer derivar a sua conversa para outros "factos", dos tais que, diz ele, "estão em toda a Internet", e atacou-me directamente e já sem se referir à posição de ASD como secretária.

Atendendo à deriva insultuosa do pequeno sacana, interrompi a conversa. Não sei se JMM continuou a insultar-me. Ficaram algumas coisas por clarificar, mas, afinal, foi ele que fugiu à questão. E eu fiquei sem saber se a sua afirmação de que entrara em 1978 se deveu a uma tentativa deliberada de fugir à verdade, ou se foi um simples problema de memória. De qualquer modo, esta sua dificuldade em lidar com a verdade (e com os factos) ajuda a explicar por que motivo é que não houve nada de relevante na sua actividade como jornalista, que também chegou a ser, nem em "o diário" nem em mais sítio nenhum.



segunda-feira, 10 de junho de 2024

A banalização do estilo Birkenstock e o olho do cu





A impressão já a tinha tido no verão do ano passado, mas foi necessário ir há uma semana ao triângulo Grândola - Melides - Comporta (na própria vila e num dos pontos desse triângulo que é o restaurante, sempre interessante, Tia Rosa) para o verificar. O calor já apertava, a atmosfera era de fim-de-semana e abundavam, pareceu-me, os visitantes de segunda habitação com as suas sandálias Birkenstock, quando em Caldas da Rainha ainda andava quase tudo de pé escondido.

É difícil, por vezes, perceber quais são as sandálias genuinamente Birkenstock e quais são as suas imitações, mas o estilo é sempre o mesmo: sola lisa e correias mais ou menos largas e em geral sem irem ao calcanhar. A parte interior, pelo menos nas Birkenstock genuínas, tem um formato quase ortopédico e quem as usa sabe como são confortáveis. A empresa alemã Birkenstock, que as fabrica e que nasceu há mais de duzentos anos, também faz sapatos e botas, embora em menor variedade, e todo o seu calçado tem duas características bem específicas: o conforto e o preço. E este é, em geral, acima da média com as simples sandálias a poderem custar mais de 70€ e as botas a irem além dos 150€.

Mas, é claro, as imitações devem ser muito mais baratas e, à distância, quem é que nota a diferença?

Ou seja: dá para perceber que o estilo Birkenstock está mesmo na moda e, como tantas vezes acontece (veja-se o caso dos ténis All Stars), as pessoas não se importam de usar todas a mesma coisa.

Só que eu, por exemplo, importo-me. 

Comecei, há poucos anos, a usar as sandálias Birkenstock depois de também ver toda a gente a usar as havaianas, que achei interessantes quando apareceram, mas agora já as deixei de lado. É uma daquelas situações em que só me apetece dizer que, agora, as Birkenstock são como o olho do cu: toda a gente tem!

E eu, enquanto não são moda e não as vejo por todo o lado, mudei-me para as sandálias tipo "barefoot" da marca espanhola Pies Sucios.

*

A expressão "é como o olho do cu: toda a gente tem" não é minha. Ouvi-a, pela primeira vez, em 1986 quando, em conversa com colegas (ou camaradas de redacção, como se dizia) no extinto semanário "O Jornal", disse, muito satisfeito, que tinha comprado um Renault 5. Um veterano que viera da impressão a chumbo para a composição digital que tinha por base uma rede de computadores da Apple, e que foi uma das pessoas mais extraordinárias que conheci, fez-me esse mesmo comentário: "Um Renault? É como o olho do cu: toda a gente tem!" Chamava-se Luís de Araújo e nunca o esquecerei.










domingo, 9 de junho de 2024

Karma


Como se costuma dizer, o karma é lixado e a jornalista Ana Sá Lopes, que ajudou activamente a formatar a mente dos leitores típicos do dogmático e "wokista" "Público", é aqui o alvo da crítica desses mesmos leitores.

E isto apenas porque escreve o óbvio: a Rússia, que teve um papel fundamental na derrota do nacional-socialismo alemão, não devia ter sido "apagada" da cerimónia ocidentalista de Macron & Biden, Lda., onde foi celebrado o desembarque na Normandia, em 6 de Junho de 1944.



Coisas (muito) boas

 

Tiborna de Bacalhau com Migas no restaurante Taberna 1865 (salinas de Rio Maior)




sábado, 8 de junho de 2024

Porque não votarei nas eleições europeias amanhã

 

Recuso-me a votar nisto.



Acreditei, a certa altura, na bondade daquilo a que às vezes se tem chamado “projecto europeu” e que, por mim, poderia mesmo ir mais além do que é a actual estrutura política da União Europeia, levando-a a um nível federativo com os vários países unidos numa federação com orientações comuns a todos os níveis.

Os vários países que compõem a UE não precisariam, nessa circunstância, de perder as suas características mais específicas: culturais em sentido amplo, religiosas, gastronómicas, obviamente geográficas. Note-se que quase tudo já é definido a nível das cúpulas da UE, a começar pelas regras económicas, financeiras, fiscais e orçamentais. A parte militar, aquilo que se designa por “defesa”, está de fora. Mas é como se não estivesse.

A crise ucraniana mostrou, desde há dois anos, como a liderança política da UE se deixou subordinar aos interesses dos Estados Unidos (por via da NATO e directamente), correndo agora o risco de, com uma retirada dos EUA do conflito na Ucrânia, ficar com o menino nos braços. O “fuck the EU” de Victoria Nulland, a princesa dos “neocons”, deixou mesmo a Europa literalmente “fucked” e “fucked up”.

Dirigentes como von der Leyen, Macron, Scholz e tantos outros mostraram, ao longo deste período, uma monstruosa falta de carácter, de inteligência, de racionalidade.

Sem meios para sustentarem a sua arrogância, passam os dias a “arrotar postas de pescada” contra a Rússia. E, ao mesmo tempo, afundam cada vez a economia dos países da UE. Esvaziam os paióis para manterem uma guerra de desfecho mais do que previsível. São cúmplices de um dos mais atrozes morticínios dos nossos dias, que é a condenação à morte dos próprios ucranianos, os tais que servem, enquanto ainda existem, para Biden, o patrão demente deles, dizer que a Ucrânia deve continuar a combater “até ao último ucraniano”.

von der Leyen (e nem esqueçamos as suspeitas sobre a compra de vacinas da covid) e os seus companheiros são os responsáveis pela ruína da UE, cujo futuro é crescentemente mais sombrio.

Não se submetem de forma directa ao sufrágio destas eleições, fazem-no pelos seus “proxies”. Por outro lado, não é nesta gente que se vota, claro, mas os eurodeputados de pouco servem quando a Comissão Europeia e os seus aliados nacionais souberam chamar a si todo o poder.

Votei na AD em Março e, podendo repetir o voto, não me entusiasma este governo. Vi, com repugnância, o modo como receberam em Lisboa o comediante louco de Kiev e, agora, von der Leyen. Poderia votar na IL, mas é confrangedor ver o seu candidato enredado nas parvoíces “pró-ucranianas” da camarilha de que von der Leyen é o rosto. Vejo com bons olhos a posição do PCP relativamente à crise ucraniana, mas, tendo sido dissidente e crítico e considerando-o descredibilizado pela deriva eurocomunista da "Geringonça", não posso entregar-lhe o meu voto. O resto, francamente, não me interessa, nem me atrai.

Poderá haver quem diga que eu poderia votar em branco ou ir “anular” o voto, rabiscando nele qualquer coisa. De pouco serviria, no entanto, em termos práticos.

Portanto, abstenho-me. Acreditando, cada vez menos, neste “projecto europeu” de tiranetes que querem arrastar para a miséria económica e social e para a guerra os seus anestesiados súbditos.