1. "Responsabilidade" tem de ser a palavra de ordem no seio da "maioria de direita" que saiu destas eleições.
Luís Montenegro (AD/PSD) não pode excluir os mais de um milhão eleitores que deram ao Chega 48 deputados (contra os 79 da sua coligação) e o seu "não é não" tem de evoluir, mesmo que já tarde, para a responsabilidade de respeitar as opções do eleitorado. Porque o eleitorado não lhe deu maioria absoluta. O eleitorado deu maioria absoluta ao conjunto PSD + CDS + Chega + Iniciativa Liberal.
2. O Chega tem de ser responsável e André Ventura tem de apoiar (naturalmente, negociando) um governo presidido por Luís Montenegro.
Se o fizer, sem o derrubar, poderá crescer ainda mais. Se, por birra, o derrubar... ficará mal visto entre o eleitorado que confiou nele.
3. A IL, que não cresceu como queria, tem de apoiar (tentando negociar) um governo presidido por Luís Montenegro.
A maneira de crescer e de se afirmar um pouco mais é ficar dentro da solução governativa, de preferência com presença no Governo.
5. O PSD, o CDS, o Chega e a IL têm de fazer tudo para confirmar os seus bons resultados nas eleições europeias de Junho.
6. Se, à direita, se exige responsabilidade, o que à esquerda se vê é o resultado das desvairadas irresponsabilidades de muitos.
7. O PS foi corrido do poder, por indecência e má figura. E saiu tarde. Este afastamento era o seu destino desde 2015 e foi mais do que merecido. Quis dominar, controlar e explorar o Estado a seu bel-prazer, lucrando com a sua posição dominante e dando tudo aos seus amigos e cúmplices, e a maioria absoluta de há dois anos não lhe serviu de nada. É um partido onde convivem a sede de poder e a irresponsabilidade.
8. O BE e o PCP pagaram o custo da coligação informal com o PS.
Bem podiam anunciar que conseguiam obter isto e mais aquilo que o eleitorado soube sempre perceber que era o PS quem tinha a chave do cofre. Portanto, para quê desperdiçar votos noutros partidos, se era mais rápido dispensar esses intermediários? A irresponsabilidade de que deram provas ignorou as lições do eurocomunismo reformista suicidário em França e em Espanha.
9. Se não tivessem amigos na imprensa e no "jornalismo de causas, nem o PAN nem o Livre teriam conseguido eleger deputados. Valem o que valem: a expressão vagamente política da opinião publicada.
Sem comentários:
Enviar um comentário