Não sei, verdadeiramente, para que serve a Autoridade Nacional da Protecção Civil.
E não me refiro aos seus propósitos, que hão de estar explanados em qualquer legislação que lhe diga respeito, mas à sua acção prática.
Por aqui, onde moro, entre incêndios e vespas asiáticas, o registo de intervenções úteis desta entidade é zero. A avaliar pelo que aqui se passa e pelo que não acontece, a Protecção Civil tem um propósito apenas alimentar: é o de dar emprego a quem lá está.
Se, por curiosidade, formos à procura no Google, juntando como palavras de pesquisa "Proteção Civil" e "falhou", o resultado geral não contradiz as minhas conclusões. Ou seja, as taxas de êxito da coisa devem andar mesmo muito por baixo.
E deve ser porque os seus "responsáveis" sabem que não dão conta do recado que, volta não volta, emitem "avisos" em formato de SMS, de forma abusiva e intrusiva, que são, no mínimo, despropositados, estúpidos e absolutamente irrealistas. Já aqui me insurgi contra um desses casos, contra uma previsão de 36 horas (dia e meio) de inundações e cheias que deu... nada.
Na sexta-feira passada, precisamente há 36 horas, a mesma entidade invadiu-me o telemóvel com esta mensagem: "chuva e vento forte" "nas próximas 72 horas". Ou seja: três dias!
Quando nem o melancólico IPMA, onde devem ter orgasmos a cada "alerta" colorido que ejaculam, tem certezas, mas apenas previsões, para três dias, a dita entidade garante três dias de "chuva e vento forte".
E o resultado?... Aqui, nesta região onde moro (onde já assisti a chuvadas e ventanias realmente "fortes"), nas últimas 36 horas tem havido mais aguaceiros do que chuva e o vento quase não se nota.
Os defensores, ou dependentes, da coisa poderão argumentar que o aviso é a nível distrital. Só que não é possível, racionalmente, generalizar isto.
Uma previsão meteorológica para o distrito de Leiria (que é onde se insere esta região do concelho de Caldas da Rainha) não é automaticamente aplicável, em bom rigor, a zonas do litoral atlântico onde, por vezes, parecem suceder-se efeitos próprios de microclimas.
Este tipo de histeria da Protecção Civil (que ainda há de recomendar, um dia destes, que as pessoas não se esqueçam de andar com chapéus de chuva ou que fiquem fechadas em casa em caso de chuvisco...) tem, depois, o curioso efeito de provocar vagas de alarmismo histérico na imprensa.
Por exemplo:
É como se a imprensa, e quem nelas escreve e até assina notícias, não soubesse, não quisesse ou não pudesse abordar outros assuntos. Ou tivesse desistido de penssr.
Ou talvez queiram apenas assustar as pessoas. Será isso?