domingo, 29 de janeiro de 2023

Diversões

 



Desinveste-se na conservação e na manutenção e depois fazem-se manobras de diversão que dão sempre bons títulos de jornais, tementes e reverentes ao poder e distraídos, à sua maneira, dos problemas reais que já deviam ter sido resolvidos, como os apagões e os curto-circuitos.

Ou seja: uma boa merda.



sábado, 28 de janeiro de 2023

Garrocha no Recanto: a Região Oeste a mostrar o que tem de melhor


Uma das coisas que mais prezo nos restaurantes é a capacidade de apresentarem vinhos da sua própria região, quando a região em que se inserem tem vinhos que o justifiquem, e que o façam com preços razoáveis. Lembro-me de alguns restaurantes do Dão (sempre a minha referência!) que sabem promover os vinhos da sua própria região. (E, note-se, quando falo dos vinhos do Dão, não falo do Dão de aviário comercializado com a marca Cabriz.)

Desde que me estabeleci na Região Oeste que tenho procurado conhecer mais de perto os seus vinhos, agrupados em duas "regiões" vinícolas administrativas que são "Lisboa" e "Tejo",  denominações que, aliás, já não fazem grande sentido, atendendo às diferenças entre os vinhos da costa atlântica, e os que dela estão mais próximos, do interior rural e do chamado "Vale do Tejo". E, felizmente, encontro-os em vários dos restaurantes que frequento. 

Mas um dos que não conhecia era os da marca Garrocha e o primeiro jantar vínico organizado pelo restaurante Recanto, aqui em Caldas da Rainha, ontem, permitiu-me conhecê-los e devo declarar que a descoberta foi surpreendente.

A marca Garrocha é a marca de vinhos de uma família de Alenquer, de apelido Macieira, com sede na Quinta do Garrido e outras duas quintas, a Quinta da Gaia e a Quinta de Sans Souci, tendo cabido ao seu dirigente Francisco Macieira, que é enólogo, a sua apresentação.


As "tropas" dispostas no terreno: Francisco Macieira (à esquerda) fez a apresentação dos seus vinhos


A prova foi articulada com uma sucessão de pratos, excelentemente confeccionados, que ajudaram a dar relevo aos vinhos seleccionados: dois brancos monocastas (Arinto), um tinto monocasta (Tannat) e um tinto "blend". 

A refeição abriu com Camarão à Guilho e com Sopa Creme de Amêijoa e com o branco Mar do Inferno. Seguiram-se-lhe Bacalhau com Broa, com o branco reserva Barca do Inferno e Lombinhos de Porco com Molho de Mel e Mostarda com o tinto monocasta Barca do Inferno, fechando a refeição com Perdição de Chocolate e Abacaxi e o tinto "blend" Criatura.

Os dois brancos (Mar do Inferno, de 2021, Barca do Inferno, 2020, reserva) são ambos da casta Arinto. O primeiro é mais leve e mais fresco e o segundo, estagiado em madeira, revela-se mais elegante. A casta Arinto pode não ser tão imediatamente atraente por parecer algo agreste, mas o certo é que, depois da abertura e estabelecido o contacto com a temperatura ambiente, revelaram-se ambos mais saborosos. A harmonia foi perfeita com o peixe e com o marisco.              .


Mar do Inferno: um Arinto imediatamente agradável numa elegante garrafa azul

Quanto aos dois tintos, o Barca do Inferno, de 2020, é um vinho exuberante e robusto, de cor muito viva e sabor intenso. Já o Criatura, de 2019, com a sua composição de Tinta Miúda (80 por cento), Mencia (ou Jaen, 10 por cento) e Castelão (10 por cento) é um vinho mais contido mas muito nobre, aproveitando de forma magnífica a polivalente Tinta Miúda. 

E pode fazer-se aqui um exercício teórico: talvez o "blend", rico de sabor, fosse mais apropriado ao prato de carne, enquanto o monocasta poderia ligar melhor com a sobremesa. A casta Tannat está aqui muito bem trabalhada, mas, como todos os monocastas (talvez à excepção da Touriga Nacional, quando ela é aproveitada em toda a sua potencialidade), arrisca-se a ficar limitado no copo. É uma experiência que farei em casa quando tiver os dois vinhos, que já encomendei. Ou no Recanto, se estes vinhos figurarem na sua carta.



Barca do Inferno Tannat e Criatura: dois tintos exemplares


A estreia destes jantares vínicos do Recanto foi auspiciosa e, com ela, o seu responsável, Marco Roque, começou também a mostrar o que a Região Oeste tem de melhor no domínio dos vinhos. Que venham mais, e tão bons como os da Garrocha!




Um exemplo a seguir





quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Uma saga viva de porcaria e incompetência: a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda.- CaldasLimp - João CaldasLimp e o advogado apressado Nuno Filipe Marques (6)

 

O meu último contacto com a lamentável Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda./CaldasLimp, e com o indivíduo João CaldasLimp foi no dia 28 de Novembro de 2022, uma semana depois do incêndio que deflagrou em minha casa (como aqui contei pormenorizadamente).

Como também aqui contei, no 1 de Dezembro verifiquei, ao chegar a minha casa (onde já decorriam as obras de restauro), que a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda. (SV) nada tinha a ver com limpeza. O trabalho ficou interrompido (falta de profissionalismo) ou abandonado (falta de profissionalismo!).

Como uma parte do pagamento pedido já tinha sido paga, pedi a João CaldasLimp a respectiva factura (1500€ + IVA). O indivíduo apressou-se a enviá-la com uma precisão irónica: o que cobrava referia-se apenas a 43 por cento do trabalho que devia ter sido efectuado... e que ficou por acabar em 28 de Novembro!


A interrupção dos trabalhos e a péssima prestação da SV foram devidamente ponderadas e a conclusão só podia ser uma: a SV perdera o direito a receber qualquer outra remuneração, que seria relativa aos 57 por cento do que se propusera fazer (2000€ + IVA)... porque não o fizera. E disso dei conhecimento, a 20 de Dezembro, ao mesmo indivíduo, com uma comunicação bem clara:  


 

1.       Foi nesta data transferida para a conta bancária que indicou a importância de 345€, correspondente ao IVA da factura com a referência 12200/000281 (no valor de 1845€), emitida por Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda. em 2.12.2022.

Na citada factura, declara corresponder o valor de 1845€ a 43% do “serviço de limpeza de Incendio” que se propusera fazer.

 

2.       A factura citada corresponde a um adiantamento que se apressara a apresentar para a totalidade do “serviço de limpeza de Incendio” ainda no dia 23 de Novembro, dois dias depois do incêndio ocorrido em nossa casa.

Foi, no conjunto de pessoas e entidades envolvidas no processo, quem primeiro nos pediu o pagamento dos serviços que estava a começar a prestar, aproveitando-se da nossa fragilidade emocional decorrente da trágica circunstância em que podíamos ter perdido as nossas vidas e todos os nossos haveres.

Perante o trabalho que iria fazer, e que garantiu ser exemplar, foi-lhe adiantado na nossa maior boa-fé, o valor de 1500€, acrescido de IVA, que está consubstanciado na factura 12200/000281, emitida por Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda.

Esperámos que o trabalho ficasse feito e bem feito.

 

3.       Acontece, porém, como bem sabe, que o seu “serviço de limpeza de Incendio” (que se processou e decorreu com vários percalços) foi interrompido subitamente no passado dia 28 de Novembro.

Decorreram, desde essa data, 23 (vinte e três) dias sem que tivesse havido, da sua parte, qualquer contacto que visasse a retoma do “serviço de limpeza de Incendio”.

A situação ficou documentada e foi testemunhada.

E à medida que o tempo foi passando e que foi sendo necessário avançar no processo de restauro, reconstrução e reinstalação, e devidamente ponderadas todas as circunstâncias, só podemos concluir que deu por terminado em 28 de Novembro o seu “serviço de limpeza de Incendio”, por motivos que, naturalmente, desconhecemos.

Sendo assim, não há lugar ao pagamento de mais nenhuma importância.

E só podemos usar de alguma benevolência para considerarmos que o valor do adiantamento, em má hora concedido, paga o “serviço” prestado até ao dia 28 de Novembro, os tais 43 por cento. Quanto aos restantes 57 por cento, já não sabemos.

 

4.       O fim inesperado e injustificado do seu “serviço de limpeza de Incendio” causou-nos, entretanto, problemas diversos, entre os quais se salienta o acréscimo de custos dos trabalhos de reconstrução e restauro, por ser necessário encontrar quem concluísse o processo das limpezas.

Ele motivou também um atraso significativo nas obras.

E agravou ainda, significativamente, a preocupação e a angústia que sentimos devido ao incêndio e a ansiedade decorrente do desejo de recuperarmos a nossa vida em nossa casa.

 

5.       Se a questão do pagamento do seu deficiente “serviço de limpeza de Incendio” está, para nós, enfim, definitivamente encerrada, faltará ainda o resto: vamos proceder à avaliação dos estragos resultantes da “arrumação” desordenada, caótica e destruidora, dos objectos que retirou dos seus lugares, que muito provavelmente se traduzirá na apresentação de um pedido de indemnização civil por perdas e danos que lhe será dirigido.

6.       A partir desta data, qualquer contacto que queira fazer connosco deve ser formalizado por escrito.



Não sei, naturalmente, se ele leu a comunicação (se, por acaso, sabe ler) ou, se lendo-a, não a compreendeu, ou não quis compreender. O certo é que levou o caso a um advogado no dia 21. 

Mas o advogado, Nuno Filipe Marques (um dos diplomados do ex-"polo" da Universidade Autónoma de Lisboa em Caldas da Rainha, onde se licenciou em 1999 e que no LinkedIn garante ter "14 anos de experiência em Advocacia"), número 14893L da Ordem dos Advogados, não foi informado da comunicação enviada a João CaldasLimp ou, se foi, não a leu ou, se leu, não a percebeu. Ou ignorou-a. E, cheio de pressa, errou.

No dia 23 entra em minha casa uma apressada carta registada de uma modestíssima página com 4 parágrafos, onde o advogado ameaça: "Com vista a a evitar procedimentos judiciais com o inerente agravamento de custos de despesas, solicito que entre em contacto com o M/Escritório ou diretamente para a M/Cliente, para proceder à liquidação do montante apurado, no prazo máximo de 10 dias, sob pena de não o fazendo, ser de imediato instaurado o competente procedimento judicial, facto que implicará a responsabilização de V. Exa no pagamento de todas as despesas e procuradoria a que deram azo". (A transcrição é literal.)

No "montante apurado", note-se, incluía o advogado o montante do IVA, cuja transferência até já estava em curso no dia 21. Aparentemente, Nuno Filipe Marques não sabe que os bancos não fazem transferências no próprio momento, salvo se forem pagas.

Aliás, a 23 de Dezembro, no mesmo dia em que a carta registada chega a minha casa, o valor do IVA reclamado (e devido) pela SV chegou à conta tutelada por João CaldasLimp, que me informou numa mensagem algo críptica:




Quanto à carta do advogado, ela foi, se não vítima das pressas, algo bizarra. 

Não sei, naturalmente, se o advogado Nuno Filipe Marques já teve algum contacto com um incêndio doméstico. Mas, não o sabendo, ou se quisesse apurar até se os ameaçados estavam disponíveis para tomar conhecimento das suas ameaças, poderia ficar a saber que as chamas e o fumo haviam tornado a casa inabitável e que, no seu apressado prazo de 10 dias, as vítimas do fogo até poderiam nem em condições de tomar conhecimento da coisa.

Por outro lado, o que não deixa de ser curioso, a carta indicava um e-mail (nuno.f.marques@netvisao.pt) que era inútil. Mas já lá vamos.

Entretanto, talvez encorajado (terá pensado que a transferência era já um efeito da intervenção do advogado?!), João CaldasLimp atirou-me com a factura dos 57 por cento em 25 de Dezembro (Dia de Natal), sem sequer desejar "Boas Festas". 

Regressemos à missiva de Nuno Filipe Marques. 

Foi só no regresso a casa que, em 29 de Dezembro, vi a sua carta. E não precisei de muito tempo para lhe responder, logo a 2 de Janeiro, com uma carta de 33 páginas com 24 fotografias (relativas à "limpeza" perpetrada pela SV). 

Resolvi, por ser mais prático, rápido e directo, enviar-lhe a resposta ao ultimato por e-mail, para o endereço indicado na carta. 

Só que, estranhamente, a minha resposta veio devolvida:




Ou seja: no seu ultimato, o advogado impunha 10 dias para responder... mas o endereço de correio electrónico que facultava nem servia para o efeito. Tive, assim, e sem especular, de telefonar para o número de telefone também indicado na missiva para obter outro: geral@nunofmarques.pt.

Tendo enviado a minha comunicação, recebi uma resposta do advogado. Mais cordata, calma, até com "Boas Festas"...




E depois disso... zero. Tal como a SV, depois de ter feito os tais 43 por cento (enfim...) do trabalho que se propusera fazer, em 28 de Novembro.

O advogado recebeu as 33 páginas com as 24 fotografias no dia 3 de Janeiro. E, até hoje, dia 26 (vinte e três depois!) ainda não respondeu. 

Tal como não respondeu a um convite que também lhe dirigi na minha comunicação: que viesse ver o estado, que ainda se podia ver, em que o seu cliente deixara a nossa casa. Que viesse tomar um café... em chávena limpa! Nem a isso respondeu.




Convidei-o a vir tomar um café, mas numa chávena já limpa e nunca pela cafeteira de café abusivamente usada, e deixada por lavar, pela empresa sua cliente.
O convite ficou sem resposta.


Há, neste silêncio de Nuno Filipe Marques, um elemento curioso: não cuidou de saber quem é que estava a ameaçar.

E eu tive de lhe explicar que estava a ameaçar pessoas que tinham, completamente sozinhas, enfrentado um incêndio em casa, vencido as chamas e sobrevivido ao que podia ter sido a destruição completa das suas vidas e dos seus haveres. (Porque, e essa é outra história, os Bombeiros chegaram ronceiramente atrasados... porque foram à procura da morada para outro sítio.) 

Terá Nuno Filipe Marques percebido que a ameaça que fazia era um disparate, que não nos metia medo, que era despropositada e que iria ter de enfrentar um adversário temperado, como aço, nas chamas, e sem danos reputacionais a temer e com um desfecho muito duvidoso? 

O certo é que, sem resposta (o que em nada foi preocupante), acabei, por mero acaso, por descobrir o desfecho desta saga de porcaria.

Na maçadora tarefa de verificação de facturas para o IRS fui descobrir que a factura enviada pela SV, ironia das ironias, no Dia de Natal, a que dizia respeito aos 57 por cento que haviam ficado por fazer... estava anulada! E pela própria SV!





Ou seja: tanto trabalho para nada, afinal, benza-o Deus!...



*

Ei-lo (em fotografia publicada pelo próprio e retirada do Facebook): 





quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Dois restaurantes de excelência: o Recanto e o Vale Velho


aqui escrevi sobre o restaurante Recanto, declarando-o, como frequentador assíduo e apreciador, um dos melhores restaurantes de Caldas da Rainha. A sua gerência mudou de mãos em Maio do ano passado e dele saíram quem consolidou a sua fama, José Fialho e a sua mulher, D. Maria, substituídos por Marco Roque.

Ao longo dos último meses, Marco Roque manteve a opção do Recanto pela cozinha tradicional portuguesa e, com o cozinheiro Lucas, foi adaptando sabores e estilo, inovou em alguns pratos e tem todas as condições para afirmar a qualidade de excelência que foi marcando este restaurante.

Entretanto, José Fialho regressou a um restaurante situado nos arredores onde já trabalhara, o Vale Velho e, ao lado de Arlinda Antunes, voltou a dedicar-se à sua actividade. Sem a participação de D. Maria, mas espero que, um dia, possa também ela retomar a sua actividade de cozinheira magnífica. Com mais espaço e com ementas mais alargadas, José Fialho voltou a apresentar um vasto conjunto de pratos da gastronomia nacional. E o certo é que o Vale Velho renasceu e ganhou público.

E, assim, o Recanto e o Vale Velho tornaram-se para mim, e ex aequo, os dois grandes pontos de referência da gastronomia nacional em Caldas da Rainha. 

São dois centros de excelência, perante os quais apetece citar o título, mas só o título, da canção "Eu tenho dois amores". E que, para mim, só têm um defeito objectivo: há outros restaurantes, por aqui, de que gosto muito... mas é no Recanto e no Vale Velho que me sinto melhor, e onde tenho tido experiências gastronómicas maravilhosas. E é onde me apetece sempre regressar.

Espero que estes dois restaurantes e os seus responsáveis sobrevivam a todas as crises e que prosperem. Merecem tudo, e mais alguma coisa. E a quem me lê fica a sugestão: vão lá almoçar ou jantar. Aos dois.







Nota: 

O restaurante Recanto fica na Rua da Alegria, n.º 23, r/c (2500-151 Caldas da Rainha) e tem o número de telefone 262 282 559.
A sua ementa diária pode ser consultada em https://restauranterecanto.com/

O restaurante Vale Velho fica na Rua do Vale Velho n.º9, no Vale do Coto (2500-434 Caldas da Rainha), com o número de telefone 262 836 125.
A sua ementa diária pode ser consultada em https://restaurantevalevelho.pt/.

É recomendável reservar.


terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Ler jornais já não é saber mais (170): a prodigiosa imaginação dos jornalistas (?) portugueses

 


























Uma saga viva de porcaria e incompetência: a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda.- CaldasLimp - João CaldasLimp (5)

[Em 21 de Novembro do ano passado tive um incêndio em casa.
Um curto-circuito numa das divisões causou uma ignição cujas chamas alastraram a diverso mobiliário. Fui eu que combati o fogo e o venci.
A casa ficou inabitável. Para a tornar, de novo, habitável e assegurar as necessárias reparações, apoiando ao mesmo tempo os seus proprietários, intervieram diversas pessoas e empresas. A lista está aqui, com os devidos agradecimentos.
De fora dos agradecimentos fica uma empresa que deixou um rasto danoso de porcaria e de incompetência. E de ganância. Chama-se Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. e a história do que aconteceu conta-se a seguir, para o devido alerta público.]




Porcalhões!...



Num dos dias em que o impreparado pessoal da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. já andava dentro de casa a fazer que limpava, reparei que uma cafeteira de café, a que já então raramente recorria, tinha sido usada. Havia um líquido no fundo que devia ser café e ainda havia café no filtro.

Aceito que quem vem trabalhar em minha casa possa, por um exemplo, beber um café, ou que esteja à vontade para comer ou beber. E pode usar a minha louça ou o meu equipamento.

Só que, neste caso, usaram... e abusaram. Não havia ninguém a quem pedir autorização, e houve quem tomasse a iniciativa como se estivesse em sua casa (e a ideia desta familiaridade, que roça a devassa, é desagradável).

O pior é que, depois, a cafeteira nem foi limpa, ou lavada. Ou seja: a SV e o seu "administrador" usaram o que quiseram (e nem sei o que terão usado mais) mas limpar é que já não era com eles. Não houve boa educação, nem cortesia, nem responsabilidade que levassem esta gente a limpar uma cafeteira de café alheia, que usaram sem pedir autorização.

Mas lá está: como é que se poderia esperar que limpassem paredes, tectos, objectos que iam ser guardados, se nem uma simples cafeteira souberam lavar?!

Houve alguém que, vários dias depois do desaparecimento da SV, a limpou e lavou. Está arrumada... mas eu nunca mais a usarei.


*


Uma empresa ou uma pessoa com algum sentido de responsabilidade que, inadvertidamente, tivessem feito esta série de disparates danosos para o seu cliente pediriam desculpa, pelo menos. 

E, tendo consciência da asneira, oferecer-se-iam para compensar o cliente, fosse como fosse.

A SV e o seu representante João CaldasLimp não o fizeram. Desapareceram do local, deixando o trabalho (muito) inacabado e depois, de uma forma bizarra, ainda quiseram atacar-me, chegando a envolver um advogado... que também não sai bem disto.

Esta história fica para o próximo post. Em breve...






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Ei-lo (em fotografia publicada pelo próprio e retirada do Facebook): 






segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Uma saga viva de porcaria e incompetência: a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda. - CaldasLimp - João CaldasLimp (4)

[Em 21 de Novembro do ano passado tive um incêndio em casa.
Um curto-circuito numa das divisões causou uma ignição cujas chamas alastraram a diverso mobiliário. Fui eu que combati o fogo e o venci.
A casa ficou inabitável. Para a tornar, de novo, habitável e assegurar as necessárias reparações, apoiando ao mesmo tempo os seus proprietários, intervieram diversas pessoas e empresas. A lista está aqui, com os devidos agradecimentos.
De fora dos agradecimentos fica uma empresa que deixou um rasto danoso de porcaria e de incompetência. E de ganância. Chama-se Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. e a história do que aconteceu conta-se a seguir, para o devido alerta público.]



Faz parte das regras que quem faz uma obra em casa alheia leve o entulho que resultou dos trabalhos. Não houve, até agora, alguma empresa que viesse a minha casa prestar qualquer serviço ou fazer qualquer obra que não tivesse levado o lixo produzido.

Mas a Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. (SV) optou por não apenas não levar o que se comprometera a levar como não levou o seu próprio lixo.

Esta empresa, na pessoa do indivíduo que a representou como "administrador", começou por se comprometer a levar o entulho formado pelos restos do mobiliário ardido e por outros objectos igualmente queimados ou danificados pelas chamas. Fazia parte da "limpeza" que prometera. 

No dia 28 de Novembro, uma semana depois do incêndio, perguntei ao citado indivíduo, no último contacto telefónico que mantivemos, antes e depois de a SV ter abandonado o que estava a fazer, se já tinha levado o entulho. 

Disse-me que o ia fazer e que me telefonaria. Não telefonou... e não levou o entulho.

E no dia 1 de Dezembro não me deparei só com uma casa mal limpa. Deparei-me também com o monte de lixo que ele se comprometera a levar... onde havia deixado sacos com o material que ele próprio usara e, o que é mais espantoso, com bidões de produtos químicos tóxicos! Ou seja: o lixo deles que o recolhessem outros.

Está tudo aqui:






Um parte do lixo (tóxico!) que o "administrador" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. deixou para trás...



Em matéria de desprezo pelos outros (e pelo cliente...) há ainda um pormenor a registar, como contarei no próximo post.





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Ei-lo (em fotografia publicada pelo próprio e retirada do Facebook): 




Uma saga viva de porcaria e incompetência: a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda. - CaldasLimp - João CaldasLimp (3)

[Em 21 de Novembro do ano passado tive um incêndio em casa.
Um curto-circuito numa das divisões causou uma ignição cujas chamas alastraram a diverso mobiliário. Fui eu que combati o fogo e o venci.
A casa ficou inabitável. Para a tornar, de novo, habitável e assegurar as necessárias reparações, apoiando ao mesmo tempo os seus proprietários, intervieram diversas pessoas e empresas. A lista está aqui, com os devidos agradecimentos.
De fora dos agradecimentos fica uma empresa que deixou um rasto danoso de porcaria e de incompetência. E de ganância. Chama-se Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. e a história do que aconteceu conta-se a seguir, para o devido alerta público.]


A Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. (SV), associada da empresa CaldasLimp, começou a sua desastrosa actividade no dia 23, dois dias depois do desastre do incêndio.

O seu representante (que se autodesigna por "administrador" e assina como "João CaldasLimp") garantiu que as superfícies seriam todas limpas e foi nesse mesmo dia que, ao contrário de todas as restantes empresas intervenientes, se apressou a pedir logo um adiantamento. (Que recebeu, decisão de que me arrependo. E não deixa de ser curioso que tenha sido o único a fazê-lo.)

No dia 25, quando as obras de restauro e de pintura já estavam prestes a começar, foi-nos fácil constatar que a "limpeza" de paredes e tectos era inexistente. Ou terrivelmente ineficaz. Em termos práticos: não poderia haver pinturas enquanto as superfícies não estivessem limpas da fuligem e das marcas deixadas pelas chamas. É lógico, não?

Para a SV, não.

Perante uma porta atingida pelo fumo, e suja, que teria de ficar limpa ou ser substituída (que seria a solução mais cara), molhei o meu dedo indicador direito na minha saliva e passei-o na porta, deixando uma zona quase branca. 

A seguir, e numa parede, o representante da SV foi confrontado com a eficácia de alguns banais detergentes domésticos. A limpeza, podendo exigir maior esforço, não era um problema irresolúvel. O indivíduo derramou-se em promessas e, de novo, garantiu que ficaria tudo mesmo limpo.

No dia 26, a situação não se apresentava mais favorável. A trabalhar estava só uma jovem brasileira, com ar de estupefacção, que tinha chegado na véspera a Portugal. Não se viam progressos na limpeza das superfícies.

No dia 28, segunda-feira, telefonei ao representante da SV a perguntar como estava a decorrer o trabalho. Faltava recolher o entulho (tudo o que ficara queimado). O meu interlocutor disse-me que estava a correr tudo bem, que levaria o entulho (que se comprometera a fazer) e que me telefonaria ainda nesse dia. 

Não me telefonou. Nunca mais entrou em contacto comigo. Desapareceu. E o trabalho ficou feito? Não.

As fotografias mostram a "limpeza" feita pela SV. 

Foram tiradas no dia 1 de Dezembro, quando Jorge Guimarães (da empresa JJ Guimarães) já tinha iniciado o trabalho de restauro e de reconstrução. Sem o qual não poderíamos regressar a casa.

Mas vejam o problema com que ficou a equipa que se comprometera a fazer as obras (e que cumpriu, com brio profissional): a limpeza da SV revelou-se um logro e um potencial factor de atraso, atraso que se traduziria, como se traduziu, num acréscimo de despesa (foi necessário fazer a limpeza que a SV não fez) e no risco de termos de prolongar ainda mais a nossa estadia fora de casa (o que só não aconteceu graças ao dinamismo de Jorge Guimarães).

Vejam bem:


Deviam estar a pintar... mas ainda estavam a limpar o que a Saga Viva/CaldasLimp não limpara


À esquerda, a obra da Saga Viva; à direita, o trabalho eficaz e competente da JJ Guimarães


A parede atingida directamente pelas chamas também ficou por limpar





A "limpeza" feita pela Saga Viva. Nem brio nem vergonha...



Degraus da escada para o 1.º andar: por limpar



Juntas dos azulejos: a mesma coisa


E a saga não acaba aqui...





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Ei-lo (em fotografia publicada pelo próprio e retirada do Facebook): 




domingo, 15 de janeiro de 2023

Uma saga viva de porcaria e incompetência: a "limpeza" da Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal Lda.- CaldasLimp - João CaldasLimp (2)

[Em 21 de Novembro do ano passado tive um incêndio em casa.
Um curto-circuito numa das divisões causou uma ignição cujas chamas alastraram a diverso mobiliário. Fui eu que combati o fogo e o venci.
A casa ficou inabitável. Para a tornar, de novo, habitável e assegurar as necessárias reparações, apoiando ao mesmo tempo os seus proprietários, intervieram diversas pessoas e empresas. A lista está aqui, com os devidos agradecimentos.
De fora dos agradecimentos fica uma empresa que deixou um rasto danoso de porcaria e de incompetência. E de ganância. Chama-se Saga Viva Serviços de Limpeza Unipessoal, Lda. e a história do que aconteceu conta-se a seguir, para o devido alerta público.]



E quando começaram a abrir-se as frágeis caixas de cartão descobriu-se o caos...




Note-se a perfeição da "limpeza": um piaçaba e a sua armação, de cabeça para baixo, de mistura com louça e a dar cabo de um candeeiro




Os armários da cozinha foram remexidos, desarrumados (andariam à procura de alguma coisa?) ... mas não limpos: uma chávena de café e uma tigela, por exemplo, ficaram com as manchas da fuligem e, o que é extraordinário, dedadas bem sujas



"Limpeza"...







No meio da confusão encontrava-se esta fruteira em porcelana branca, da Vista Alegre, dos anos cinquenta, coberta por uma camada de porcaria que aqui está bem visível. Na imagem de baixo, em fotografia tirada hoje mesmo, está a mesma fruteira... lavada.







Mais um exemplo: isto era uma mochila...



O conteúdo das caixas de cartão fazia lembrar o produto de um saque apressado, com tudo misturado, danificado e sujo. Que tipo de gente é que faz isto?!






Com todos os objectos enfiados à balda em caixas de cartão deformáveis, já usadas, como estavam as paredes, os tectos e todas as superfícies que deviam ser pintadas? Essa é matéria para o próximo post.




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Ei-lo (em fotografia publicada pelo próprio e retirada do Facebook):