segunda-feira, 2 de maio de 2022

Tratam mal o cão

Têm um cão podengo, de porte médio. Esteja frio, tempestade ou chuvas fortes, não pode entrar em casa. Fica numa espécie de alpendre e bem pode ladrar, quando é de noite, que o ignoram.

A casa tem um terreno grande à volta onde, depois de verificarem que o cão ia passear para o exterior, mandaram pôr uma rede, que não ficou rente ao solo. Graças a isso, o cão continuou sempre a ir passear sozinho. Até porque, por mais remendos que fossem pondo (e de que já terão desistido), o cão saía sempre.

O que também mostra como o cão é, mesmo para seu próprio mal, mais inteligente do que eles.

Chegaram a ausentar-se por vários dias, deixando o cão sozinho e sem comida e foi só graças à minha intervenção, e à do SEPNA (GNR), que passaram a empandeirar o cão quando saem.

Ignoram-no por mais que o cão lhes ladre quando chegam, a pedir-lhes desesperadamente atenção.

Já vi o tipo a afastar-se no seu carro, tendo passado ao lado do próprio cão que ia à beira da estrada, ignorando-o e aos seus latidos. E deixando-o parado na estrada a ver o carro a afastar-se.

O cão já foi atropelado gravemente. 

Há poucos dias regressou a casa com uma orelha ferida, e a sangrar muito, e passou a noite numa clínica veterinária. Nada disto serviu para impedirem que o cão pudesse sair à vontade, incorrendo em novos perigos. 




Actualização (em 29.01.22)

Inteligência

Hoje taparam, com pedras dispersas e tijolos partidos, algumas aberturas existentes na cerca. Ficou tudo atamancado, mas... impenetrável? Claro que não. O cão andou desaparecido, a tratar daquilo que lhe interessa, durante mais de duas horas. Além de miseráveis, são estúpidos... e o cão, para seu próprio mal, é, de longe, muito mais inteligente do que eles! O sítio por onde agora o cão sai, e entra, está bem à vista e não é preciso um Sherlock Holmes para o descobrir.


(em 10.02.22)

Perseguição

À tarde, no fim do passeio vespertino com a J. e a E., já perto de casa (e da casa desta gente), vejo o pequeno cão a correr, desesperado, à frente de um cão pastor-belga de outros vizinhos, que até costuma andar a passear à trela. E não vinham a brincar. A E., que até gosta do cãozinho e tem nos seus genes a obrigação de proteger o que considera ser o seu rebanho, largou a correr atrás do pastor-belga, procurando atacá-lo (e defendendo o cãozinho). Foi difícil contê-la, mas o certo é que o pastor-belga desapareceu e a E. lá regressou. Pelas  minhas contas, o pastor-belga teria apanhado o cão dessa gente... e até pode ter sido ele a rasgar a orelha à sua potencial vítima.

Um problema, e os estúpidos nem o percebem, é o facto de o cão, entregue à sua sorte e já traumatizado, estar a tornar-se hostil, ladrando com insistência a outros cães e pessoas que passam. E um dia a coisa corre mal. Ou, melhor, volta a correr mal.


(em 3.03.22)

Coxo

O cão está coxo. Mas continua a entrar e a sair pelos remendos atamancados da cerca, com os tipos completamente indiferentes ao sofrimento do animal.



(em 13.04.22)

Sozinho em casa

De 12 para 13 de Abril, o pobre cão foi deixado 24 horas sozinho, entregue a si próprio, com comida (ração seca) que foi espalhando sem comer. Quanto à água, calcula-se.

Fiz uma denúncia à GNR (SEPNA) nesse mesmo dia. Julgo que passaram por cá uma semana depois. Para nada. 


(em 27.04.22)

Outra vez atropelado

Completamente à vontade por aí, sem que os estupores o impeçam (e, muito menos, o passeiem, que lhe cortaria a vontade de ir passear sozinho), o cão foi ontem atropelado. Foi, que eu perceba, a segunda vez.

Veio nos braços de uns vizinhos, entregue ao estupor que faz de dono. Foi levado para casa (com gente a ver...) e passou a noite ao relento, como é habitual, enfiado numa espécie de casota.

De manhã só andava apoiado em três pernas porque a quarta perna está encolhida, por dores ou qualquer lesão mais danosa.

Não me parece que o tenham levado ao veterinário e duvido de que esteja a ser medicamentado. Talvez pensem que é melhor assim, tê-lo coxo e aleijado porque já dificilmente conseguirá esgueirar-se pelos muitos buracos que vai abrindo na vedação mal enjorcada e mal remendada.


(em 3.05.22)

Venha o próximo acidente

E esta tarde lá andava de novo o cão a passear sozinho, com os gajos metidos em casa. Sai, entra, e eles não se ralam. O que é que hei de chamar a um comportamento destes?


(em 7.05.22)

Negligência deliberada ou estupidez? Ou há outra explicação?

O sítio, na vedação, por onde o cão entra e sai está bem visível. Mas não o tapam. Não dão com ele? Ou nem querem saber.

O facto de o desgraçado do cão andar por aí à vontade tem, para eles, uma enorme vantagem: não precisam de lhe dar atenção. E, muito menos, de andarem a passear com ele, actividade que, como toda a gente sabe, faz mal à saúde... 

Além disso, há sempre a hipótese de o cão ser atropelado outra vez e desaparecer para sempre. Que alívio seria!


(em 9.07.22)

Ausente em parte incerta

Parece-me que o cão já nem sempre lá está. Ouve-se, às vezes, e eles não se ausentaram (às vezes entregam o cão a alguém quando o fazem). Talvez tenha encontrado quem melhor o acolha e alimente, sem ter qualquer motivo para regressar.

E eles, preocupam-se? Não. Talvez respirem de alívio por se verem livres do cão. 




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