Têm um cão podengo, de porte médio. Esteja frio, tempestade ou chuvas fortes, não pode entrar em casa. Fica numa espécie de alpendre e bem pode ladrar, quando é de noite, que o ignoram.
A casa tem um terreno grande à volta
onde, depois de verificarem que o cão ia passear para o exterior, mandaram pôr
uma rede, que não ficou rente ao solo. Graças a isso, o cão continuou sempre a
ir passear sozinho. Até porque, por mais remendos que fossem pondo (e de que já
terão desistido), o cão saía sempre.
O que
também mostra como o cão é, mesmo para seu próprio mal, mais inteligente do que
eles.
Chegaram a ausentar-se por vários
dias, deixando o cão sozinho e sem comida e foi só graças à minha intervenção,
e à do SEPNA (GNR), que passaram a empandeirar o cão quando saem.
Ignoram-no por mais que o cão lhes
ladre quando chegam, a pedir-lhes desesperadamente atenção.
Já vi o
tipo a afastar-se no seu carro, tendo passado ao lado do próprio cão que ia à
beira da estrada, ignorando-o e aos seus latidos. E deixando-o parado na
estrada a ver o carro a afastar-se.
O cão já foi atropelado
gravemente.
Há poucos dias regressou a casa com
uma orelha ferida, e a sangrar muito, e passou a noite numa clínica
veterinária. Nada disto serviu para impedirem que o cão pudesse sair à vontade,
incorrendo em novos perigos.
Actualização (em 29.01.22)
Inteligência
Hoje taparam, com pedras dispersas e tijolos partidos, algumas aberturas existentes na cerca. Ficou tudo atamancado, mas... impenetrável? Claro que não. O cão andou desaparecido, a tratar daquilo que lhe interessa, durante mais de duas horas. Além de miseráveis, são estúpidos... e o cão, para seu próprio mal, é, de longe, muito mais inteligente do que eles! O sítio por onde agora o cão sai, e entra, está bem à vista e não é preciso um Sherlock Holmes para o descobrir.
(em 10.02.22)
Perseguição
À tarde, no fim do passeio vespertino com a J. e a E., já perto de casa (e da casa desta gente), vejo o pequeno cão a correr, desesperado, à frente de um cão pastor-belga de outros vizinhos, que até costuma andar a passear à trela. E não vinham a brincar. A E., que até gosta do cãozinho e tem nos seus genes a obrigação de proteger o que considera ser o seu rebanho, largou a correr atrás do pastor-belga, procurando atacá-lo (e defendendo o cãozinho). Foi difícil contê-la, mas o certo é que o pastor-belga desapareceu e a E. lá regressou. Pelas minhas contas, o pastor-belga teria apanhado o cão dessa gente... e até pode ter sido ele a rasgar a orelha à sua potencial vítima.
Um problema, e os estúpidos nem o percebem, é o facto de o cão, entregue à sua sorte e já traumatizado, estar a tornar-se hostil, ladrando com insistência a outros cães e pessoas que passam. E um dia a coisa corre mal. Ou, melhor, volta a correr mal.
(em 3.03.22)
Coxo
O cão está coxo. Mas continua a entrar e a sair pelos remendos atamancados da cerca, com os tipos completamente indiferentes ao sofrimento do animal.
Sozinho em casa
De 12 para 13 de Abril, o pobre cão foi deixado 24 horas sozinho, entregue a si próprio, com comida (ração seca) que foi espalhando sem comer. Quanto à água, calcula-se.
Fiz uma denúncia à GNR (SEPNA) nesse mesmo dia. Julgo que passaram por cá uma semana depois. Para nada.
(em 27.04.22)
Outra vez atropelado
Completamente à vontade por aí, sem que os estupores o impeçam (e, muito menos, o passeiem, que lhe cortaria a vontade de ir passear sozinho), o cão foi ontem atropelado. Foi, que eu perceba, a segunda vez.
Veio nos braços de uns vizinhos, entregue ao estupor que faz de dono. Foi levado para casa (com gente a ver...) e passou a noite ao relento, como é habitual, enfiado numa espécie de casota.
De manhã só andava apoiado em três pernas porque a quarta perna está encolhida, por dores ou qualquer lesão mais danosa.
Não me parece que o tenham levado ao veterinário e duvido de que esteja a ser medicamentado. Talvez pensem que é melhor assim, tê-lo coxo e aleijado porque já dificilmente conseguirá esgueirar-se pelos muitos buracos que vai abrindo na vedação mal enjorcada e mal remendada.
(em 3.05.22)
Venha o próximo acidente
E esta tarde lá andava de novo o cão a passear sozinho, com os gajos metidos em casa. Sai, entra, e eles não se ralam. O que é que hei de chamar a um comportamento destes?
(em 7.05.22)
Negligência deliberada ou estupidez? Ou há outra explicação?
O sítio, na vedação, por onde o cão entra e sai está bem visível. Mas não o tapam. Não dão com ele? Ou nem querem saber.
O facto de o desgraçado do cão andar por aí à vontade tem, para eles, uma enorme vantagem: não precisam de lhe dar atenção. E, muito menos, de andarem a passear com ele, actividade que, como toda a gente sabe, faz mal à saúde...
Além disso, há sempre a hipótese de o cão ser atropelado outra vez e desaparecer para sempre. Que alívio seria!
Ausente em parte incerta
Parece-me que o cão já nem sempre lá está. Ouve-se, às vezes, e eles não se ausentaram (às vezes entregam o cão a alguém quando o fazem). Talvez tenha encontrado quem melhor o acolha e alimente, sem ter qualquer motivo para regressar.
E eles, preocupam-se? Não. Talvez respirem de alívio por se verem livres do cão.
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