O "Expresso" descobriu, e deu-lhe primeira página, que o vírus da moda já estava em Portugal desde o início de Fevereiro de 2020 (pelo menos, acrescento eu, recordando-me de que há informações sobre a circulação do SARS-Cov2 em Espanha e em Itália em 2019).
Mas, como o próprio jornal recorda e todos sabemos, foi só no mês de Março se instalou de vez o pânico oficial... e os testes.
E o que é que aconteceu durante o mês de Fevereiro? O "Expresso" diz que o vírus andou "silencioso". E fica por aí. E isso chega?! Então o vírus não é altamente contagioso?!
E se o SARS-Cov2 contagiou pessoas durante o mês de Fevereiro (e antes...), dando às pessoas doentes todas as indicações de vários tipos de viroses, de gripe, etc.?
O jornalismo exploraria estas dúvidas e tentaria responder-lhes. O jornalixo não.
O ex-"Sol", agora "Nascer do Sol", que está verdadeiramente crepuscular, foi entrevistar um médico.
É o habitual, agora, tal como é habitual o discurso catastrofista e apocalíptica dos muitos médicos que só agora descobriram o gosto pelo mediatismo.
O que já não é habitual é a despudorada confusão que aqui se estabelece: nas quatro páginas da entrevista há cinco referências à eventual vantagem dos testes. O interesse do médico António Maya Gonçalves pelo assunto não é inocente. António Maya Gonçalves é director executivo médico da Unilabs, uma das empresas que têm prosperado à conta da crise sanitária.
Supõe-se que o destaque que o crepuscular semanário dá à coisa também não é inocente, porque as fotografias do entrevistado são da própria Unilabs.
O jornalismo não faria isto assim, tão à descarada. O jornalixo já não tem pruridos.
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