quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Regresso ao Instituto Alemão, ou seja, ao Goethe-Institut


O então chamado Instituto Alemão (agora Goethe-Institut), no Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa, foi uma das minhas "escolas" de cinema, sendo a outra a então Cinemateca Nacional (agora Cinemateca Portuguesa, com sessões no Palácio Foz, em Lisboa), no início da década de setenta.
No primeiro vi numerosos filmes alemães contemporâneos, à margem da censura de então, e fiquei a conhecer, por exemplo, a obra do iconoclasta Werner Herzog. Na segunda fiquei a conhecer alguns dos melhores filmes do expressionismo alemão e as obras de Fredrich Wilhelm Murnau e de Fritz Lang.
A memória que guardei desta instituição, dirigida por um homem afável e culto (cujo nome não consigo recordar), foi sempre muito grata. Pese embora o primeiro contacto. como aluno de língua alemã, que não foi feliz, antes mesmo de entrar na Faculdade de Letras. 
O contacto com o novo Goethe-Institut foi retomado no final do ano passado, num convite que muito me honrou para traduzir um excerto do romance "Scwharzer September" («Setembro Negro"), de Sherko Fatah.



O Goethe-Institut faz, com esta iniciativa (que abrangeu também outros romances e outros tradutores de alemão), uma tentativa de promover a literatura do seu país, procurando interessar as editoras portuguesas com a oferta de excertos traduzidos, de informações sobre os livros e de apoio financeiro aos encargos das editoras com os custos da tradução. É uma forma exemplar de divulgar a cultura de um grande país que tem uma história fascinante e que, pelas dificuldades da língua, é, em muitos casos, mal conhecida.
Não sei se "Scwharzer September" terá sorte, ou se, tendo, serei eu o seu tradutor, mas, para mim, foi agradável poder regressar desta maneira ao antigo Instituto Alemão.
Quanto ao livro, a história lê-se bem, faz lembrar as histórias do período áureo de John Le Carré (é um bom companheiro para "A Rapariga do Tambor"/"Little Drummer Girl") e o tema é sempre actual: a rebeldia da juventude e o terrorismo árabe. 
Os pormenores, e a tradução das primeiras páginas, estão aqui:






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