O concelho de Caldas da Rainha devia ser conhecido pela sua fronteira de mar, pelos produtos da agricultura, pela tradição ceramista, pelo património termal, pelos bons restaurantes que tem, pela Escola Superior de Artes e Design, pelos embriões de movimentos inovatórios no domínio da criação cultural... e pela tradição erótico-satírica, que vai de Bordalo Pinheiro aos falos.
Mas não é. E não é porque a sua elite urbana vive fechada ao mundo, porque a Câmara Municipal é incompetente e as oposições são incapazes de propor alternativas robustas e credíveis, porque o que era e é património se perdeu, caiu no esquecimento ou se degradou.
A polémica em torno de um concurso criativo que tem por lema os pénis emblemáticos do concelho e que foi suscitada pela queixa de um cidadão, tão legítima como a liberdade de expressão que torna possível esta iniciativa, é um símbolo tristonho da incapacidade local, de onde nunca saiu uma imagem de marca para o concelho.
Caldas da Rainha tem muito mais do que a tradição fálica e nem vale a pena andar, mesmo que figurativamente, a pôr a coisa ao peito tipo "je suis sarda" ou aproximado, porque não é por aí que Caldas da Rainha conseguirá recuperar a boa imagem que em tempos já teve.
A notícia no "Correio da Manhã"... |
... e o ímpeto censório do Facebook, que não permitu a reprodução do boneco |
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