Volta não volta, a imprensa descobre as séries de televisão. Acontece hoje no "Observador", já tem acontecido noutros jornais.
É importante, claro, porque as séries televisivas estão desde o final do século passado a ganhar um papel de primeira grandeza no audiovisual, que até agora tinha sido dominado pelo cinema. E não são, como alguns ainda poderão pensar, um cinema em miniatura. São um novo universo audiovisual para onde se voltam realizadores, argumentistas e actores de renome, aproveitando a possibilidade de estender uma história por várias horas e o fim dos limites moralistas na televisão por cabo.
Só que esta descoberta jornalística recorrente se fica pelo que é superficial, fruto de impressões subjectivas (falhando muitas vezes o conhecimento, e a memória já nem conta), de propostas de comunicação das empresas produtoras e dos canais de televisão, de comunicados de imprensas e talvez mesmo de pacotes promocionais.
O resultado é uma lamentável exposição de debilidades e momentos-eureca do género "Descobri a pólvora!".
Há assuntos sobre os quais muitos jornalistas acham que podem escrever à vontade por motivos que é mais delicado não escrutinar. E as séries televisivas, que ainda por cima se vêem em casa, são naturalmente apetitosas. O resultado, depois, está no extremo oposto da qualidade e da relevância das séries.
"Borgen": em Junho de 2013 já estava comentada e elogiada aqui no blogue |
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