Dizem-me que a "instalação" do sofá que está há mais de um mês na margem caldense da Lagoa de Óbidos tem por objectivo uma "performance" de um determinado artista (e até me deram o nome). Atendendo ao estado nojento em que se encontra esta peça de mobiliário, custa-me a crer. E, por isso, nem digo o nome do artista.
Outra pessoa diz-me que o sofá é uma manifestação da elite urbana das Caldas da Rainha, que não quer "estrangeiros": não quer "estrangeiros" estrangeiros, não quer os que vêm para cá viver, não quer turistas; quer é continuar a viver na sua pequena mesquinhice, de costas voltadas ao mundo.
Pode ser que as duas coisas sejam verdade.
E o sofá, onde algum rabo elitista se sentará com toda a convicção, será decerto o sítio de eleição para juntar a fome com a vontade de comer.
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