Dois assuntos suficientemente interessantes apareceram em dois jornais nos últimos dias sem que, no entanto, fossem retomados por outros jornais ou pelas televisões. Ambos se referem a potenciais crimes (um deles de homicídio) e envolvem figuras públicas destacadas. Noutros tempos, longínquos, suscitariam novos trabalhos jornalísticos e, em alguns países, levaria a algum reboliço nos meios políticos e judiciais.
Por cá, no entanto, rodeia-os um silêncio de chumbo. Que não deixa de ser sugestivo, embora possa ter leituras diversas.
Um dos casos tem a ver com o impressionante império offshore de familiares do ex-primeiro-ministro e tem sido minuciosamente abordado pelo "Correio da Manhã": "Investigadas contas da família Sócrates - Papéis entregues por Mário Machado ao Ministério Público mostram que familiares do ex-primeiro-ministro têm contas em offshores há quase 30 anos. DCIAP vai investigar", "383 milhões em offshores - Empresa criada em 2000 no paraíso fiscal de Gibraltar movimentou autênticas fortunas. Gestores são tio, tia e primos do ex-primeiro-ministro" e "Suspeitas: Milhões da família do ex-primeiro-ministro - Negócio de acções sob investigação").
O outro tem a ver com a ligação do ex-deputado Duarte Lima a um homicídio ocorrido no Brasil e foi pormenorizadamente tratado pelo "Sol" ("Polícia brasileira reuniu provas arrasadoras contra Duarte Lima").
Apetece dizer, de tudo isto que se vai lendo, que dá muito mau aspecto. Inclusivamente o silêncio dos outros meios de comunicação social.
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