A povoação onde resido está sem água canalizada há doze horas, por ter havido mais uma ruptura numa rede de abastecimento público que tem dezenas de anos e na qual nunca houve qualquer tipo de investimento e de manutenção. Ou de "requalificação", na grotesca terminologia autárquica dos nossos dias.
Os serviços municipalizados (da câmara de Caldas da Rainha) enviaram os seus técnicos de piquete ainda na noite passada que rapidamente bateram em retirada. Às dez horas, explicaram que o piquete "fechava" à meia-noite; às onze e meia, explicaram que o pessoal não podia andar à procura da ruptura às escuras. E que às oito regressavam. Pois ainda não se notou.
Os residentes e as empresas deste concelho pagam mensalmente, além do simples custo do consumo de água, quantias que podem atingir dezenas de euros graças às habilidosas taxas com que os municípios substituíram uma outra taxa "proibida" por lei. Mas essa pequena fortuna não parece ser suficiente para manter um piquete nocturno.
O interesse público das águas "públicas" é isto. É o que talvez defendam os idealistas que se arrepiam e uivam quando ouvem falar na "privatização" das águas.
A mim, é-me indiferente. Quero é ter um serviço público/ao público de qualidade e que não falhe assim. Sobretudo quando me sinto verdadeiramente roubado por ele.
Adenda: a água regressou às 13 horas, ou seja, cinco horas depois de os trabalhos terem sido iniciados e dezassete horas de ter sido fechada; se houvesse um verdadeiro interesse público a salvaguardar, a reparação poderia ter sido concluída , pelo menos, até às 3h30.
Adenda: a água regressou às 13 horas, ou seja, cinco horas depois de os trabalhos terem sido iniciados e dezassete horas de ter sido fechada; se houvesse um verdadeiro interesse público a salvaguardar, a reparação poderia ter sido concluída , pelo menos, até às 3h30.
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