Houve uma época em que na imprensa se escrevia bem o português. Com criatividade, com imaginação, com estilo, com conhecimento da língua. Inovando, até.
Tudo isso morreu. E hoje o que predomina é uma linguagem banalizada, estereotipada, com títulos sem rasgos de imaginação nem criatividade, uma "língua de pau" monocórdica e acrítica.
Os melhores exemplos acabam por ser o uso, imoderado e "fast food", de verbos e palavras que se repetem e reproduzem sem nexo e sem qualquer tipo de reflexão, como os verbos "disparar", "seguir" (em vez de "continuar") e "colocar" (o que aconteceu ao mais simples e mais directo "pôr"?!), o substantivo "icónico" e, até, a forma de tratamento de um político.
Na generalização de "Pedro Nuno" para designar o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ninguém parece incomodar-se com a banalidade que denota uma admiração, ou familiariedade, ou qualquer outro tipo de intimidade.
Ninguém, dos muitos que nesta triste imprensa, recorrem ao familiar "Pedro Nuno" como se estivessem a falar de um parceiro de cama, se interroga sobre o que isto faria pensar, se a imprensa tivesse um público crítico (mas não tem público, e o pouco que ainda tem nem parece ser crítico): porquê esta tão grande intimidade nas relações entre o poder político e os jornalistas?
E é para esta imprensa que o lamentável governo que temos quer atirar dinheiro dos nossos impostos.
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